Aborto: criminosa é a lei
Publicado 05/01/2015 às 19:25
Rosangela Talib, das Católicas pelo Direito de Decidir, sugere olhar para Uruguai — que legalizou interrupções da gravidez, ampliou educação reprodutiva e teve número de abortamentos reduzido oito vezes
Um vídeo do Coletivo Candeia
Toda mulher que recorre ao aborto, como último recurso frente a uma gravidez indesejada, o faz com sofrimento. Em países onde precisa fazê-lo clandestinamente, por ser criminalizado, o sofrimento é ainda maior. É o caso do Brasil, onde anualmente cerca de 250 mil mulheres são socorridas nos hospitais do SUS em decorrência de aborto inseguro, e estima-se que um milhão sejam praticados. Já em países onde é legalizado o número de abortamentos cai verticalmente.
“Descriminalizar o aborto significa excluí-lo do Código Penal e deixar de ser crime. Mas é preciso que seja legalizado, para que se tenha a possibilidade de atendimento nos serviços de saúde.” Quem fala é Rosângela Talib, psicóloga e mestra em Ciências da Religião (Umesp), da ONG Católicas pelo Direito de Decidir, que defende a legalização do aborto, a igualdade de gênero e o Estado laico.
Ousadas, as Católicas erguem-se contra as consequências nefastas dessa tentativa de controlar o corpo feminino. “São as mulheres pobres e negras as mais penalizadas, pois são levadas a buscar clínicas clandestinas sem condições para realizar a interrupção. As mulheres que têm dinheiro podem fazê-lo em países onde é legalizado ou em clínicas adequadas, sem colocar em risco a vida e a saúde reprodutiva” – afirma.
Há na Câmara projetos que pretendem endurecer a lei, tornando o aborto crime em qualquer circunstância – até crime hediondo, proibindo, como no Chile, qualquer abortamento, mesmo que a gravidez resulte de estupro ou coloque em risco a vida da mulher.
Os abortos clandestinos são realizados em locais com pouca ou nenhuma higiene e por pessoas não capacitadas, podendo causar dor e morte – além de custo ao sistema de saúde. Enquanto isso, o vizinho Uruguai (que escolheu a legalização no fim de 2012) não registrou mais nenhuma morte em decorrência dessa prática e reduziu de 33 mil para 4 mil o número de abortamentos anuais. Junto com a legalização, vieram políticas públicas de planejamento familiar, educação reprodutiva e sexual, métodos contraceptivos.
“Descriminalizar e legalizar o aborto traria a questão para onde ela já deveria estar: o campo da saúde sexual e reprodutiva da população. Tiraria da mulher essa grande carga de pensar que a interrupção da gravidez é um ato criminoso. O que essas mulheres precisam é de respaldo social” – afirma a psicóloga. Assista a entrevista que Rosângela Talib concedeu ao DoisP, programa do Coletivo Candeia.
Tão bonitinho ver essas farsantes defendendo o homicídio, com uma carapuça de humanidade tão sutil quanto a de um serial killer.
Algumas pessoas, penso, gostariam de ter sido abortadas, só pode ser.
Em vez de fazer propagandas para o uso da camisinha, por que não fazem contra o sexo libertino? Por que, em vez de defender o aborto, sob o discurso de que é um direito da mulher sobre seu corpo, não revelam que é o corpo de outra pessoa que está em jogo?
Não cabe à “mãe” (porque isso não é mãe) decidir se uma pessoa deve ou não vir ao mundo. Para casos extremos já existem regramentos específicos os quais, por si, abrem várias brechas, como é o caso dos anencefalos, que nem sempre o são, quem vai investigar, afinal?
Você é sadica e criminosa, uma desculpa de psicóloga. Por que, meu Deus, esses pseudoteurapeutas acham que têm que ser “moderninhos” para serem bons psicólogos? Não passam de uns tapados.
D. Rosângela, por que não se dá às mulheres e aos homens a compreensão que a decisão de praticarem o ato copular tem consequências, por exemplo a concepção de um ser humano. Criar um filho é também uma decisão difícil que deve ser apoiado pela sociedade, não acha? Ah,a senhora não tem vergonha de se autodenominar católica?