A distopia dos operários digitais que “ensinam” carros autônomos a dirigir, moderam conteúdo nas redes sociais e fornecem dados para a ensinar as máquinas. Eles estão nos países periféricos, cumprem horas exaustivas e recebem uma miséria
Peculiar espécime troca, invariavelmente, a coerência pela gritaria. Acredita que “atitude” suplanta ideias. Inverte a máxima de Sócrates: não sabe que nada sabe — por isso, tem certezas agudas, e fazem disso o combustível para barbáries
Elas desempregam pontos finais e vírgulas — e se tornaram prestadoras de serviços genéricos. Acoplam ideias não-formadas. Revelam a aflição do não-concluir da Geração dos Reticentes. Nem a linguagem escapa da rapina de nosso tempo…