No Brasil, cresce o percentual de lares sustentados por mulheres em situação de déficit habitacional. Para maioria, mães solo, o salário não chega ao fim do mês. Delas, 72% pagam aluguel excessivo. Sem políticas eficazes, coabitação forçada amplia casos de violência doméstica
Experiência mostra: o habitar é apenas o começo em uma ocupação. Elas podem mobilizar o bairro, tornar-se pólos de cultura e educacionais e até reformar prédios degradados. Por que, então, não assegurar a posse permanente de quem as transformou?
Em Belo Horizonte, 250 famílias ocupam prédio abandonado, batizando-o de Maria do Arraial. História da mulher negra que resistiu aos primeiros despejos forçados aponta: o processo urbano que soterrou quilombolas e indígenas ainda persiste
Em nome da “revitalização”, frente de expansão imobiliária acelera o apagamento do Centro como território negro, imigrante e pobre. Segundo Observatório de Remoções, ações policiais atingem até ocupações em processo de regulamentação
Número de casas e apartamentos vagos é o dobro do déficit habitacional, segundo Censo-2022. Só em São Paulo, são 588 mil imóveis ociosos – o dobro do número da última pesquisa, em 2010. Por que não torná-los habitáveis?
Cicatrizes do desabamento do edifício no coração de São Paulo, que completa quatro anos. O morador-herói que salvou a muitos, mas não a si. Os imigrantes que “desapareceram”. Os desalojados, entre empregos de merda e aluguéis abusivos