Telessaúde começa a operar no SUS

• Telessaúde no SUS • Hapvida prestes a falir? • Nísia Trindade e o feminismo • Saúde da mulher em SP • A piora da saúde mental de jovens • Enfermeiros no desastre de São Sebastião •

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O Hospital Universitário Pedro Ernesto, do Rio de Janeiro, é o primeiro estabelecimento público de saúde a oferecer atendimento à distância no Brasil. Após a aprovação da lei 14.510 no final do ano passado, os teleatendimentos passaram a ter um arcabouço legal. Além da medicina e consultas de acompanhamento geral, estão enquadrados atendimentos em enfermagem, psicologia e fisioterapia. Ainda em estágio muito inicial, tal advento precisa se adequar às condições de cidadania digital ainda limitadas no país. Além disso, como se explica em matéria da Folha, o método deve contar com concordância do paciente, que deve começar seu processo de acompanhamento em consultas presenciais. Depois, pode baixar um aplicativo do Hospital e, sob orientação de seus profissionais, aprender a utilizar o serviço digitalizado.

Maior operadora de planos de saúde prestes a falir 

A Hapvida, operadora do maior plano de saúde do país com cerca de 300 mil clientes no Amazonas, ameaça falir. A empresa teve um tombo de 32,74% na bolsa de valores na última quarta-feira (1º/3) e, desde então, já perdeu R$ 13 bilhões em valor de mercado, segundo o Valor Econômico. O dono da Hapvida, Cândido Pinheiro Koren de Lima, constava na lista global de bilionários elaborada pela revista Forbes até junho de 2022. Apesar dos reajustes ministrados sobre os planos corporativos – que  representam a maior parte da carteira da operadora – a empresa não teria conseguido compensar os custos médicos. A possível falência preocupa o estado do Amazonas, que tem 40 mil contratos ministrados através da operadora, que já foi acionada pela Defensoria Pública por má prestação de serviços. 

Nísia Trindade fala sobre igualdade de gênero

Em entrevista à Revista ELA, a ministra da Saúde conta que não teve descanso desde que assumiu o cargo. Ex-diretora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade participou ativamente do movimento feminista no final da década de 1970; agora, tornou-se a primeira mulher a liderar a pasta na história do Brasil – fato que vê com preocupação, porque, segundo ela, mostra a dificuldade das mulheres em atingir cargos de direção. “Precisamos ter formas eficazes de furar esse teto”, afirmou, e disse acreditar que o atual governo representa uma guinada positiva nesse sentido. No mês do dia Internacional de Luta das Mulheres, a ministra também reforçou que será tarefa da pasta garantir que o Sistema Único de Saúde (SUS) acolha e atenda casos de mulheres que têm o direito ao aborto previsto em lei. 

São Paulo dedica esforços à saúde da mulher nesta semana

Na semana em que é celebrado o Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, as Unidades Básicas de Saúde da cidade de São Paulo organizaram uma agenda especial de atendimentos e promoção de ações de saúde para as mulheres, inclusive transexuais. A semana será marcada por um esforço de imunização contra o HPV, infecção cujos índices sofreram retrocessos em função de estigmas machistas e desincentivo a vacinas de modo geral, voltado a meninas de 9 a 14 anos, 11 meses e 29 dias de idade. No sábado, 11/3, haverá o chamado dia D, quando as UBS da cidade ficarão abertas para promover consultas, exames, coletas, palestras e aconselhamentos relativos a variadas áreas da saúde. Neste link da prefeitura é possível saber qual a unidade de saúde mais próxima.

Saúde mental de jovens em declínio

Pesquisa elaborada pelo Sapiens Lab, denominada Estado Mental do Mundo, apresentou dados preocupantes sobre os índices de saúde mental de pessoas de 18 a 24 anos. De acordo com o documento, tal público apresenta quase o dobro de queixas sobre sua saúde mental individual em relação a pessoas de 55 a 64 anos. “Não há uma única região, grupo linguístico ou país onde o declínio do bem-estar mental em gerações sucessivamente mais jovens não é aparente. Isso se traduz em um aumento dramático na porcentagem de cada geração mais jovem que está mentalmente angustiada ou lutando em um nível qualificável como de natureza clínica ou requerendo ajuda profissional”, sintetiza o estudo. As razões são multifacetadas e a pandemia agravou o quadro. Além disso, regiões onde a precarização da vida é mais acentuada, como a América Central, cerca de 50% dos jovens forneceram respostas à pesquisa que configuram um quadro de mal estar psíquico.

São Sebastião: o heroísmo de enfermeiros responsáveis por resgates

Em reportagem, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) mostra a realidade dos enfermeiros e enfermeiras que prestaram assistência à população das cidades do litoral norte de São Paulo, durante e após as fortes chuvas que especialistas já apontam como evento climático extremo. Durante o carnaval, a região registrou 640 milímetros de chuva em apenas 24h, a precipitação mais intensa registrada nas últimas décadas – que resultou em alagamentos e deslizamentos responsáveis por 65 mortes e 2.440 desabrigados. Nos dias mais difíceis, os profissionais da saúde não tinham água e luz nas bases e nem acesso aos hospitais. “Foi preciso contar com a técnica, a calma e a coragem para o resgate e a assistência”, declarou o Cofen. “Foi muito triste ver toda essa situação, uma cena de guerra mesmo”, relatou Marcelo Alvares, paramédico do Samu de São Sebastião há 15 anos. Muitos profissionais precisaram trabalhar dias sem descanso, enquanto atendiam pessoas nas próprias ambulâncias devido à obstrução das estradas.

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