Lula quer aumento da produção de alimentos saudáveis no campo

• Novas políticas de incentivo à produção de alimentos • Os perigos do “pacote do veneno” • Tratamento contra Parkinson • Será possível comprar um terceiro braço? • Complexo Industrial de Saúde na Guiana • Os golpes da saúde privada nos EUA •

.

O presidente pediu ao ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar para que inicie as discussões relativas à criação de políticas de incentivo a produção de alimentos e a possibilidade de retomada da política do preço mínimo para produtos agrícolas – que tem como objetivo diminuir as oscilações de renda dos trabalhadores rurais e garantir uma remuneração mínima, além de firmar a regularidade do abastecimento nacional. “Vamos garantir que, se as pessoas produzirem em excesso, o governo vai comprar esse alimento para distribuir onde precisar”, defendeu Lula. “Vamos tentar fazer uma grande discussão, não só com agricultura familiar, mas temos 4,6 milhões de propriedades com menos de 100 hectares, e precisamos chamar essa gente para aumentar a produção de alimentos saudáveis”, concluiu. Além da fome e insegurança alimentar, que voltaram a ser um problema no Brasil, uma pesquisa recente mostrou que os ultraprocessados são responsáveis por 10% das mortes precoces no Brasil. 

Agrotóxicos: as mudanças no “Pacote do Veneno”

Em entrevista para a EPSJV/Fiocruz, Karen Friedrich, toxicologista e assessora técnica da Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho do Ministério Público do Trabalho (MPT), detalhou os pontos mais nocivos do chamado “Pacote do Veneno”, conjunto de leis aprovadas durante o governo de Jair Bolsonaro que facilitam o registro de agrotóxicos. Entre 2019 e 2022, cerca de 2 mil novos agrotóxicos foram aprovados para comercialização no Brasil. Entre as mudanças mais graves, segundo Friedrich, está a aprovação automática de um produto tóxico caso a análise feita pela Anvisa ultrapasse o período de 2 anos. A especialista também apontou uma falha da Lei dos Agrotóxicos (7802/89), aprovada  por decreto em 2002, que determina a proibição de químicos associados a câncer, mutação no material genético, toxicidade para o sistema reprodutivo, alterações hormonais e más formações fetais apenas após a sua entrada em vigor – motivo pelo qual muitos produtos considerados antigos e altamente tóxicos, já banidos na Europa, continuam em uso no Brasil. 

Parkinson: é realizado 1ª transplante com células-tronco em busca de tratamento

Os estudos referentes ao uso de células-tronco para o tratamento de doenças ainda sem cura estão avançando. Na semana passada, pesquisadores do Hospital da Universidade de Lund, na Suécia, realizaram o primeiro transplante baseado em células-tronco como parte de um estudo clínico para avaliar a eficácia de um novo tratamento para a doença de Parkinson – doença neurológica que não tem cura, causada pela morte de células nervosas produtoras de dopamina. O paciente tem o estágio moderado da doença e já tem 10 anos de diagnóstico. Segundo a equipe, ele já recebeu alta e as avaliações serão feitas daqui em diante. Nesse caso, o transplante teve como foco restaurar as estruturas danificadas, recuperar a produção de dopamina e assim restabelecer a comunicação entre neurônios. 

Partes do corpo extra para aumentar produtividade?

Reportagem do jornal inglês The Guardian traz um novo debate entre cientistas: a utilização de membros extras para aumentar nossas capacidades motoras no dia-a-dia, ou em tarefas específicas. Alguns cientistas pesquisam sobre a possibilidade de acoplar membros robóticos em nosso corpo para aumentar a produtividade, seja para cozinhar, cuidar de crianças ou operar um paciente em cirurgia. A abordagem tem uma precedência: Dani Clode, designer na Universidade de Cambridge, instituição que está liderando esse debate, já criou um polegar impresso em 3D que pode ser adicionado a qualquer mão. A pesquisadora estará presente na próxima reunião anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), em painel dedicado ao tema. 

Guiana visa construir complexo industrial de saúde
Autoridades do país sul-americano afirmam ter interesse em criar uma indústria própria para a produção de imunizantes, com o objetivo de garantir o acesso a vacinas para toda a sua população. O governo afirma que a iniciativa surgiu após a pandemia de covid-19, quando o país, assim como muitos outros do Sul Global, ficaram dependentes do comércio internacional e de países ricos para acessar os imunizantes contra a doença. A Guiana já está em discussões avançadas com a Índia, que tem a maior produção industrial de saúde do mundo, para a construção de plantas fabris no país. Se o projeto tiver sucesso, a Guiana poderá avançar nas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) referentes à busca de países subdesenvolvidos pela sua independência no acesso a insumos básicos de saúde.

Congresso norte-americano quer investigar venda de planos de saúde

A senadora Elizabeth Warren, do Partido Democrata, publicou um informe no qual pede pela supervisão do poder público sobre as seguradoras privadas que têm oferecido benesses especiais a executivos que vendem planos de saúde a preços mais altos – acima da capacidade financeira das famílias. “Seguradoras gigantes enganam milhões de idosos ao vender planos de seguro de saúde”, afirmou Warren, observando que muitos agentes responsáveis pelas vendas recebem férias luxuosas e outras contrapartidas das empresas. Um relatório divulgado pela parlamentar evidenciou que pelo menos 32 seguradoras de Medicare Supplement Insurance – planos de seguro de saúde privados vendidos para complementar o Medicare nos Estados Unidos – estavam associadas a programas de recompensa. Esse tipo de “incentivo” é legal no país, mas cria abertura para um sistema em que vendedores recomendam as opções mais caras de uma seguradora aos pacientes.

Leia Também: