Saúde mental preocupa brasileiros como nunca antes

• Cresce a preocupação com saúde mental • Novas vacinas contra a malária e a necessidade de indústria brasileira • Anvisa impede delivery de produtos de cannabis • As gambiarras na Saúde a serem enfrentadas em 2023 • África ficará sem novo tratamento contra HIV? • O aquecimento do Ártico •

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Pela 1ª vez, preocupação com saúde mental é maior do que com o câncer

O “Monitor Global dos Serviços de Saúde” de 2022, pesquisa realizada pela Ipsos em 34 países, revelou que quase metade dos brasileiros acredita que as questões psíquicas são um dos principais problemas de saúde do país. A proporção está acima da média global e aumentou vertiginosamente nos últimos 4 anos – foi de 18% em 2018 para 49% em 2022. O levantamento revela que a preocupação com a saúde mental ultrapassou o medo do câncer, citado por 34% dos brasileiros. Além do isolamento social e do luto que marcaram a pandemia de covid-19, os índices econômicos e de segurança social vêm caindo no Brasil – é o caso do aumento da fome, inflação e desemprego – o que também influencia na piora psíquica da população em geral. 

Novas vacinas prometem enfrentar, enfim, a malária…:
A aprovação de uma vacina contra a malária pela OMS e o anúncio de um novo imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford vêm tornando mais real a meta mundial de, até 2030, reduzir em 90% os casos da doença. As vacinas prometem intensificar as estratégias de prevenção – principalmente em países da África onde os diagnósticos são poucos e a letalidade é maior – 

… mas patógeno presente no Brasil exige pesquisa própria:
Mas no Brasil, os novos imunizantes não são úteis. Isso porque os dois imunizantes previnem contra a espécie mais virulenta e letal da malária, que não é a que predomina no país. O fato chama atenção para a importância do desenvolvimento nacional de vacinas, que podem ser direcionadas à forma da doença prevalente no país – responsável por um alto número de infecções. A USP, em parceria com o Centro de Tecnologia de Vacinas (CTAVacinas), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e com a Universidade de Nebraska, nos Estados Unidos, trabalha no desenvolvimento de uma vacina para a variante  brasileira. Mas, para que a pesquisa prospere, é preciso que haja investimento público na ciência…

Anvisa cria novo empecilho ao uso medicinal de cannabis no Brasil

A Agência emitiu um comunicado na última semana alertando que a venda de medicamentos à base de cannabis não é permitida via delivery. O aviso veio após a farmacêutica brasileira GreenCare anunciar que havia iniciado as vendas remotas com possibilidade de entrega aos pacientes. A Anvisa também reforçou que, segundo a lei vigente, os canabinóides com fins médicos devem seguir as mesmas normas aplicadas para a venda de remédios controlados. Em entrevista para o Outra Saúde, o médico e pesquisador Paulo Fleury Teixeira explicou que não há razão científica que justifique os obstáculos para o uso da cannabis para tratamentos médicos. 

Mario Scheffer: as gambiarras na Saúde em véspera de eleição

Em artigo de seu blog no Estadão, o médico e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Mario Scheffer, argumenta que, se Lula for eleito presidente, deverá se empenhar para “equacionar antigos déficits assistenciais” agravados nos últimos quatro anos na área da saúde. Segundo o pesquisador, o governo está “enfeitando o noticiário com gambiarras” relacionadas a investimentos na área que não foram feitos da maneira necessária até o momento. “A perspectiva de ampliação da rede pública de saúde é sombria também porque contrasta com a nova onda de expansão prevista pelo setor privado”, denuncia Scheffer, que conclui que Jair Bolsonaro sancionou o aumento de despesas, mas “não deixará quase nada de receita nova”.

Ártico está esquentando muito mais rápido do que o resto do mundo

Um fenômeno climático conhecido por “amplificação do Ártico” faz com o ritmo de aquecimento da região seja maior que o do resto do planeta. Ele resulta da retenção, nas regiões mais próximas dos pólos, do calor produzido pelas emissões de CO². Até agora, cientistas acreditavam que a velocidade fosse duas vezes maior do que o restante do planeta. Contudo, um novo trabalho realizado pelo Instituto Meteorológico Finlandês indica que esse valor pode ser otimista. Os pesquisadores analisaram dados do solo e da água do Ártico entre 1979 e 2021 e notaram que a temperatura na região aumentou 0,73 °C por década, ao menos 3,8 vezes mais do que no resto do planeta, que, em média, aqueceu 0,19 °C a cada 10 anos.

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