Mortes por covid são de pacientes sem 3º dose da vacina

• VACINAS: Ministério da Saúde não monitora a imunização • Cai a proteção das crianças beneficiadas pelo Auxílio Brasil • Negacionismo agrava problema • Não-vacinados são 89% dos mortos por covid • EUA: agrava-se epidemia de opioides • ÁFRICA: Ebola faz vítimas em Uganda •

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Covid-19: 89% das mortes no Brasil são de pessoas sem 3º dose

Nos vinte primeiros dias de setembro, 1.540 brasileiros perderam a vida para a covid-19 no início de setembro. O número (média de 76 óbitos por dia) expressa uma forte queda em relação ao pico da pandemia. Matéria do Globo revela: ao contrário do que ocorria em 2020 e início de 2021, quando ainda não havia iniciado o programa de imunização, hoje as mortes se concentraram em grupos específicos: pessoas acima de 60 anos, pacientes com doenças crônicas ou imunossuprimidos, e aqueles que não concluíram o esquema vacinal. De acordo com levantamento realizado pelo Info Tracker a pedido do jornal, nove em cada dez pessoas que morreram entre março e setembro de 2022 pelo vírus não tinham tomado a 3ª dose de alguma das vacinas disponíveis no Brasil. 

Ministério da Saúde falha em monitorar dados vacinais

A médica Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e o presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Wilames Freire, alertam: os dados oficiais fornecidos pela pasta sobre a cobertura vacinal dos municípios não correspondem à realidade. Esse descompasso, segundo eles, prejudica a tomada de decisões e a criação de políticas públicas na área de saúde. Para Isabella e Wilames, ouvidos pela BBC Brasil,  o problema está associado à falta de investimento em sistemas de informática mais modernos e à falta de equipes qualificadas. Na base DataSUS é possível encontrar mais de 10 cidades cuja cobertura vacinal não chega aos 10% — em mais de 900, o índice não alcança os 50%. Segundo os gestores, a taxa real é maior – ainda assim, os dados errados impedem a elaboração do planejamento e orçamento para a contenção de doenças.

Sem dados, cai a imunização de crianças beneficiadas pelo Auxílio Brasil

A vacinação de crianças até 6 anos de idade é requisito básico para as famílias que recebem o Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família que manteve a regra. Porém, dados do ministério da Saúde revelam que 54% das crianças cuja família recebe o benefício estão sem a vacinação em dia, queda relacionada à falta de monitoramento pós-pandemia. O fim do acompanhamento ocorreu também devido à forma que o Auxílio Emergencial foi coordenado, visto que muitas famílias deixaram momentaneamente o Bolsa Família para receber o auxílio vigente durante a pandemia de covid-19.

Exposta a relação entre negacionismo e baixa vacinação infantil

Na semana passada, a Anvisa liberou a vacina da Pfizer/Biontech para crianças de 6 meses a 4 anos. A decisão foi tomada apenas depois de  o Brasil registrar, até julho de 2022, uma média de 2 mortes de crianças com menos de 5 anos de idade por Covid-19 ao dia. Em coluna para a Folha, o cientista Atila Iamarino relaciona a “desconfiança e sabotagem” da vacinação por parte do governo federal com os baixos índices atuais de vacinação infantil para outras doenças, como pólio e sarampo. 

Mortes por opióides crescem mais 15% nos EUA

O ano de 2021 registrou 108 mil mortes por consumo excessivo de opioides nos EUA, aumento de 15% em relação a 2020. Foram 108 mil mortes em apenas doze meses. O presidente do país, Joe Biden, anunciou um pacote de 1,5 bilhões de dólares para campanhas de controle e prevenção. Recentemente, grandes empresas foram responsabilizadas por vender remédios com opióides sem o devido controle em estados norte-americanos. Porém, as substâncias permanecem legais no país, e são produzidas por grandes corporações farmacêuticas.

Ebola em Uganda: 21 mortes uma semana após primeiro registro 

O país do centro-leste da África já conta 21 mortes por ebola, menos de uma semana após a declaração do surto no país. A variante responsável pelas novas contaminações, que possui uma taxa de letalidade de 62%, não circulava em Uganda desde 2012. O vírus do ebola provoca um quadro de febre hemorrágica e a transmissão entre humanos ocorre pelo contato com fluidos corporais de uma pessoa infectada. 

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