Pode faltar o básico

Além da produção nacional insuficiente de seringas e agulhas, Ministério da Saúde não tem um método para escolher os grupos de risco para a futura vacina

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Semana passada, destacamos por aqui o anúncio feito pelo secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Hélio Angotti, de que o Ministério da Saúde havia encomendado 110 milhões de seringas e agulhas para viabilizar a vacinação contra o coronavírus – caso o imunizante seja aprovado, é claro. Mas a entidade que representa os produtores de itens hospitalares faz um alerta: o tempo que a indústria nacional leva para produzir 50 milhões de seringas é de cinco meses. Entrevistado pela coluna de Mônica Bergamo, o superintendente da Abimo Paulo Henrique Fraccaro, lembra ainda que a importação pode ser um caminho difícil, já que a demanda pelo insumo vai crescer em todo mundo, e que não existe gordura para cortar, uma vez que o calendário nacional tem que continuar garantindo a aplicação de outras vacinas. 

Aliás, pesquisadores estão contestando pesadamente – e com toda a razão – a ideia do Ministério de replicar os critérios de vacinação da influenza para o coronavírus. As crianças, por exemplo, estão no grupo de risco da gripe, mas não da covid-19. Na pandemia de H1N1, os critérios foram definidos por um comitê de especialistas. “É um absurdo as possíveis vacinas contra Sars-Cov-2 seguirem a mesma lógica de vacinação da Influenza. É um erro. Doenças diferentes requerem estratégias diferentes“, defende Fernando Hellmann, da Universidade Federal de Santa Catarina, em entrvista ao Globo.

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