Covid-19: infecções no mundo chegam a 20 milhões

De cada dez casos, quatro estão nos Estados Unidos e no Brasil. Número de mortes já ultrapassou 730 mil

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O mundo chegou ontem às 20 milhões de infecções conhecidas pelo novo coronavírus. Apenas Estados Unidos e Brasil respondem por 40% desse total, com mais de cinco e três milhões de registros respectivamente. Ontem, mencionamos a relação entre a nossa população (3% dos habitantes do planeta) e número de casos (14% até então). Pois já alcançamos os 15%. Pelo levantamento da Universidade Johns Hopkins, o número de mortes no globo já ultrapassou 733 mil.  

Por aqui, a média móvel de óbitos na semana passada foi de 1.022 a cada 24 horas. Pela terceira semana consecutiva, registramos mais de 300 mil casos. E a taxa de transmissão se elevou, de acordo com a OMS. Dependendo da região do país, ela estava entre 0,5 a 1,5. Agora, varia de 1,1 a 1,5. “Todos os sinais são de transmissão comunitária sustentada e pressão constante sobre o sistema de saúde”, afirmou o diretor-executivo da Organização, Michael Ryan. 

Bem diferente do Paquistão, outro país com mais de 200 milhões de habitantes e com perfil socioeconômico bem longe da riqueza. Apesar de não dispor de um sistema público de saúde universal como o brasileiro, a nação do Oriente Médio conseguiu achatar sua curva de contágios, que vinha numa trajetória parecida com a nossa em junho, quando chegaram a ser registrados sete mil casos por dia. Agora, o indicador está na casa dos 300. O que eles fizeram para mudar? Ainda não existe resposta certeira para isso, mas a comunicação e a vigilância parecem ter contribuído, com campanhas públicas e lockdowns seletivos em áreas onde surgiram surtos. “Às vezes em uma rua apenas”, conta o repórter Saeed Shah. Além disso, a cultura parece ter tido um papel importante, já que não existem bares, boates, asilos e a força de trabalho é basicamente constituída por homens jovens. Mas com dois feriados religiosos a caminho, e a reabertura de escolas e salões de festas marcada para setembro, tudo pode mudar.

Ao contrário, na Nova Zelândia, a vida parece ter voltado ao normal: os serviços reabriram e as pessoas até andam sem máscara. No domingo, o país atingiu o marco de cem dias sem registrar transmissão comunitária do vírus. Seguir à risca a receita da OMS – testagem, rastreamento de contatos de infectados e isolamento –  é o principal fator que explica o sucesso do país, segundo especialistas. As fronteiras da ilha continuam fechadas para estrangeiros e neozelandeses que retornam precisam fazer quarentena de 14 dias.

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