Planos de saúde lideram reclamações de consumidores

• Ninguém está satisfeito com seu plano de saúde no Brasil • A crise do NHS • Fiocruz enfrenta o câncer de mama • Entendendo a toxoplasmose • Doação presumida de órgãos entrará na lei? • Reduzindo a fila do SUS •

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O mal-estar entre a medicina privada e a população que paga por seus serviços continua a se alastrar. Levantamento do Idec — Instituto Brasileiro de de Defesa do Consumidor — relata que as seguradoras de saúde lideraram as reclamações em órgãos de ouvidoria em 9 dos últimos 10 anos. Trata-se de consultas ou exames desmarcados abruptamente, assim como dificuldade de agendá-los, estabelecimentos descredenciados das rede de cobertura, cancelamento unilateral de planos, demora em se retornar demandas ou aumentos considerados abusivos nas mensalidades. Como tem mostradoOutra Saúde, há toda uma espiral de fatores associados que contribuem para a deterioração da relação entre tais empresas e seus usuários. “O que se espera do mercado em geral é que ele leve em consideração o que determina a lei para resolução dos problemas. E para os contratos de planos de saúde, existem duas leis que se aplicam: a dos planos de saúde, que é de 98, e o Código de Defesa do Consumidor”, resumeMarina Paullelli, advogada do Programa de Saúde do Idec.

Governo do Reino Unido dá resposta pífia à crise do NHS

Diante da crescente crise de sustentação de seu sistema público de saúde, o governo neoliberal do primeiro ministro Rishi Sunak anunciou um aumento de pouco mais de 1% do orçamento. Pressionado por ameaças de greve de médicos, tanto juniores como seniores, o governo tenta reforçar a resiliência do National Health System às vésperas do inverno, quando costuma ser mais exigido. O aporte anunciado é de aproximadamente 200 milhões de libras, ante um orçamento geral de 168 bilhões, algo em torno de R$ 1,030 trilhão. De acordo com críticos, o sistema tem sido precarizado ao longo dos anos de políticas de austeridade e enfrenta queixas de todos os lados, de usuários a trabalhadores. Enfermeiras também já fizeram greve em meses recentes e, além disso, há uma fila de espera para procedimentos diversos que atinge 7,5 milhões de pacientes.

Fiocruz já produz mais um remédio contra o câncer

O trastuzumabe, fármaco destinado ao tratamento de câncer de mama, passará a ser fornecido à Secretaria de Saúde do RJ pela Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz. O passo, anunciado esta semana, será dado até outubro. A produção local é fruto da Parceria de Desenvolvimento Produtivo com o laboratório Bionovis e Samsung Bioepis, A parceria é parte do esforço para ampliar o parque produtivo farmacêutico brasileiro, até o desenvolvimento de tecnologia própria para a produção do insumo farmacêutico ativo (IFA), o que de fato garante a autonomia nacional. “A Bio-Manguinhos é responsável pelo processamento final do biofármaco (formulação, envase, rotulagem e embalagem) e pela absorção da produção do IFA em escala piloto; e a Bionovis pela produção do IFA em escala comercial, estando todas estas etapas já em implementação em ambas as organizações”, informao Portal da Fiocruz.

Mais um passo para compreender a toxoplasmose

Estima-se que um terço da população já teve contato com o protozoário Toxoplasma gondii, que causa a toxoplasmose. Mas na imensa maioria dos casos não há manifestação nociva no organismo, ao passo que em embriões no útero ele provoca más formações como a microcefalia. Por quê? Em busca de respostas, pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) publicaram artigo na revista The American Journal of Pathologyno qual descrevem o processo de infecção e evolução de células infectadas pelo parasita.“Os marcos da neurogênese – proliferação, migração e diferenciação celular – foram alterados nas culturas infectadas. No ambiente controlado do laboratório, conseguimos observar um evento que se sabe que acontece in vivo, mas não se sabe como”, explicou Daniel Adesse, um dos participantes do estudo. A toxoplasmose é também conhecida como “doença do gato” por ser transmitida, entre outros vetores, pelas fezes do felino.

Doação presumida de órgãos, novo meio de reduzir filas de transplante

Após o frenesi causado pelo transplante de coração do apresentador Fausto Silva, o tema da doação de órgãos parece ganhar corpo na sociedade. Nesta semana, a família de “Faustão” foi a Brasília manifestar apoio ao Projeto de Lei 1.774/2023, de autoria dos deputados Marangoni (União-SP) e Maurício Carvalho (União-RO). A ideia é estabelecer a chamada “doação presumida”, que tornaria todo brasileiro doador de automático de órgãos, exceto em casos onde a pessoa manifeste não desejar a entrega de parte alguma de seu corpo após a morte. “A doação presumida de órgãos pode representar uma solução para a carência de órgãos, conforme corroboram as experiências de outros países da Europa, como a Espanha, considerada modelo na área de transplantes. A doação presumida não obriga ninguém a doar, mas, ao contrário, estimula que a discussão sobre o tema seja feita, ao requerer, de cada cidadão, a tomada de decisão, o mais precoce possível, uma vez que a omissão implica concordância em doar”, defendem os autores do projeto.

Avança o programa de redução de filas no SUS

O Programa de Redução de Filas do SUS, que visa acelerar a realização de procedimentos represados, realizou 78 mil cirurgias em junho — quase o dobro das 39,9 mil no mês anterior. Os dados são da Comissão Intergestores Tripartite, que reúne representantes das três esferas de governos. A ausência de um cadastro unificado impede conhecer com precisão a quantidade de consultas, exames e cirurgias aguardadas pelos brasileiros, Mas estimava-se, ao fim do ano passado, em 1 milhão o número total de procedimentos represados no sistema. O atraso decorre, em grande parte, da pandemia, que adiou diversos tratamentos e inviabilizou diagnósticos. Além de comemorar e evolução, Helvecio Magalhães, secretário de atenção especializada do ministério, disse que o governo prepara portaria para liberar estados e municípios a pagarem valores acima da tabela SUS, a fim de incentivar agilidade na realização das cirurgias demandadas. “Republicaremos a portaria com essa importante e inovadora alteração. Isso vai dar muita tração para podermos usar os recursos cuidadosamente guardados”, explicou Helvecio.

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