PÍLULAS: Piso da Enfermagem, como reverter a suspensão
• Profissionais cogitam paralisar • Laqueadura sem necessidade de autorização do marido • O despreparo para atender pacientes da nova varíola • Surto de pneumonia na Argentina • Ultraprocessados veganos? •
Publicado 06/09/2022 às 12:15 - Atualizado 06/09/2022 às 12:21
Piso da Enfermagem: Congresso tenta reverter suspensão
Hoje, Luís Roberto Barroso, ministro do STF, recebe representantes do Congresso Nacional para discutir sua decisão que suspendeu a lei que instituiu o piso salarial da Enfermagem em R$ 4.750. O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e a deputada federal Carmen Zanotto (Cidadania-SC) terão de mostrar-lhe o óbvio: que já foram amplamente discutidas as fontes de financiamento para o novo salário desses profissionais, e que o ministro deve recuar da liminar que concedeu à saúde privada. Segundo o Valor, os parlamentares devem apresentar duas possíveis fontes para custear os direitos dos trabalhadores: o projeto que trata da legalização dos jogos de azar e o que prevê desoneração da folha de pagamento para a área da saúde.
STF dividido?
Especulações apontam que os ministros devem se dividir ao avaliar a questão: Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Alexandre de Moraes e Luiz Fux devem votar a favor da suspensão do piso; Ricardo Lewandowski, Rosa Weber, Cármen Lúcia e Edson Fachin tendem a se posicionar por revogar a decisão. Não se sabe dizer como irão agir os dois ministros indicados por Bolsonaro. Há esperança de que, após as conversas, Barroso retire da pauta a liminar que favoreceu as empresas.
Enfermeiros protestam e cogitam paralisação
Em entrevista ao Brasil de Fato, Shirley Morales, da Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE) disse que a categoria pode parar, caso a decisão de Barroso se mantenha. “O que nós não podemos dizer é que essa decisão não traz uma indignação às categorias que inclusive já estão se mobilizando para a possibilidade de uma paralisação geral em todo o Brasil diante do desrespeito à luta histórica de enfermagem brasileira”, defende. O setor privado, em face da obrigação de reconhecer a importância da categoria composta por mais de 2,5 milhões de trabalhadores, faz ameaças de demissão em massa, redução de leitos e aumentos nos planos de saúde. Mas as fontes de financiamento foram amplamente debatidas e apresentadas pelo Congresso Nacional.
Laqueadura: garantido o direito de decidir, apesar do marido
Nesta segunda-feira (5/8), foi sancionado pelo presidente o projeto de lei que libera a esterilização voluntária sem precisar de autorização do cônjuge. Também foi alterada a idade mínima para que se faça o procedimento, que agora passa a ser a partir dos 21 anos – a lei antiga só permitia a partir de 25. A decisão vale para ambos os sexos, mas é um direito reivindicado principalmente pelas mulheres, maiores vítimas do sistema patriarcal. Há ainda um avanço a mais para elas: agora o procedimento de laqueadura pode ser feito inclusive no momento do parto ou do aborto, para que não seja necessário fazer duas cirurgias. Para todos os casos, a pessoa que deseja fazer esterilização deve indicar o interesse com ao menos 60 dias de antecedência à realização do procedimento, para que haja tempo hábil em caso de desistência. A lei passa a valer em 180 dias.
São Paulo: poucos hospitais preparados para a varíola dos macacos
No estado com o maior número de casos da doença no Brasil, ainda há grande dificuldade para diagnosticá-la. Esse é o cenário nos hospitais privados, segundo levantamento feito pelo Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp). Até quarta-feira da semana passada (31/7), 43,4% dos estabelecimentos já haviam recebido pacientes com suspeita da doença; 93,5% deles tiveram dificuldade com o diagnóstico – seja por falta de exame ou pela falta de conhecimento médico. O vírus causa sintomas em comum com outras doenças, como dor no corpo, dor de cabeça e febre. As feridas muitas vezes podem ser confundidas com espinhas. A vacina contra a doença já está aprovada no Brasil, mas a escassez em sua produção pode fazer com que demore para que chegue ao país.
O que se sabe sobre o surto de pneumonia na Argentina
Um surto na cidade de San Miguel de Tucumán, na Argentina, já causou seis mortes por pneumonia causada pela bactéria legionella. Todas aconteceram em uma clínica particular e afetaram principalmente profissionais de saúde. Todos os pacientes tiveram pneumonia bilateral – quando a infecção atinge os dois pulmões. Há, no momento, 13 pacientes com a doença, 4 internados em estado grave. Responsáveis pela pasta da Saúde ainda investigam de que maneira a bactéria se espalhou, e a clínica onde o surto aconteceu está fechada. O ministério da Saúde argentino já havia alertado para o risco do aparecimento da bactéria, após o período de isolamento social causado pela pandemia. A utilização reduzida da água nos meses de lockdown e a falta de manutenção pode ter propiciado o aparecimento da legionella nos encanamentos.
Bom para os animais, ruim para a saúde
A oferta de alimentos ultraprocessados de base vegetal aumenta – mas isso não significa uma melhora na saúde das pessoas. Enquanto uma dieta vegetariana ou vegana pode ser saudável, se for bem balanceada e incluir produtos frescos e pouco processados, a junk food de base vegetal pode causar o efeito contrário. O assunto foi tema de uma matéria publicada na Medical News Today, que reconhece a relevância da classificação NOVA, elaborada por pesquisadores da Nupens/USP. As diretrizes elencadas pela NOVA indicam que o consumo de comida com baixo valor nutricional e alta quantidade de químicos que melhoram seu sabor (salgadinho, caldo industrializado, pão de forma) está relacionado com maior risco de doenças crônicas como diabetes, hipertensão e obesidade.