PÍLULAS: Pesquisadores africanos pedem por rede global de colaborações
• Campanha por igualdade na colaboração científica global • Varíola dos macacos: por que mudar o nome da doença • Biden e Bolsonaro na Cúpula das Américas • Ultraprocessados podem virar principal alimento no Brasil • IMC para medir obesidade • O lucro das farmacêuticas norte-americanas •
Publicado 14/06/2022 às 10:53 - Atualizado 14/06/2022 às 12:54
Pesquisadores africanos pedem por global de colaborações
A Conferência Mundial sobre Integridade em Pesquisa, que ocorreu na África do Sul entre os dias 29 de maio e 1º de junho, teve como foco principal a discussão sobre as desigualdades em parcerias científicas globais. Cientistas africanos lideram uma campanha para mais igualdade diante de colaborações científicas internacionais, com o objetivo de garantir que pesquisadores de países de baixa e média renda possam se tornar parceiros iguais em projetos internacionais. Os organizadores esperam que o conjunto de princípios para parcerias justas ajude os cientistas do sul global a se manifestar contra práticas desleais, que incluem não serem devidamente creditados ou trabalharem em pesquisas impostas por colaboradores do norte global que não beneficiam as comunidades locais.
Pelo fim da estigmatização da varíola dos macacos
Cientistas de diversos países africanos alertam para a perigosa e desonesta relação entre o vírus causador do surto mundial e as populações do continente. “A referência contínua da nomenclatura desse vírus à África não é apenas imprecisa, mas também discriminatória e estigmatizante”, argumentam especialistas, que ressaltam as diferenças dessa variante comparada ao vírus que circula endemicamente em países africanos. Eles relatam como a imprensa comercial tem ilustrado matérias sobre a doença com imagens de crianças negras, enquanto a nova cepa foi encontrada, primeiramente, no Reino Unido e está sendo prevalentemente espalhada por homens brancos. Os cientistas protocolaram um pedido formal a OMS para a alteração do nome da doença.
Cúpula das Américas: Biden adota tom manso com Bolsonaro
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e Jair Bolsonaro tiveram um encontro público durante a Cúpula das Américas. Na conversa, o democrata não fez críticas ao presidente brasileiro relacionadas a sua política ambiental, como veio fazendo à imprensa nos últimos meses. Além disso, afirmou que o Brasil e os Estados Unidos têm valores importantes em comum – seriam a liberdade e a democracia. Pedro Luiz Côrtes, professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP, disse que não acredita que o governo americano pressione o Brasil em relação às questões ambientais.
O avanço sem precedentes dos ultraprocessados
O Brasil está “num caminho quase sem volta” em relação ao consumo de ultraprocessados, segundo nova reportagem do Joio e o Trigo. Pesquisadores estimavam que, em 2026, os preços dos ultraprocessados se tornariam, em média, mais baixos do que os alimentos in natura e minimamente processados; contudo, novas estimativas apontam que essa realidade se concretizará já a partir do segundo semestre de 2022, isto é, quatro anos antes do que o previsto. A reportagem aponta a alta da inflação como uma das principais causas do adiantamento.
IMC pode ser insuficiente para identificar obesidade
Está crescendo o número de especialistas que questionam o valor do IMC como ferramenta de medição da saúde corporal. O índice consiste em dividir o peso do paciente (em quilogramas) pelo quadrado da altura (em metros) e é utilizado há mais de 40 anos por especialistas para classificar pessoas em quatro campos: abaixo do peso, normal, acima do peso e obeso.
Métrica coletiva convertida em régua pessoal em favor do “saudável”
Segundo entrevista de Kendrin Sonneville, professor de ciências nutricionais da Universidade de Michigan (EUA) e estudioso do assunto à BBC News, “o IMC não foi projetado para ser aplicado em nível individual”, mas sim “para caracterizar populações. Ou seja, para verificar, em média, qual é o tamanho corporal de uma determinada população e o quanto isso muda ao longo do tempo”. Sonneville alerta que é um engano acreditar que se é saudável se o IMC for “normal”, por exemplo. “O IMC é apenas uma ferramenta para chamar a atenção para o que pode ser um problema de saúde, mas não é uma boa ferramenta usada isoladamente para se fazer suposições sobre a saúde de alguém”.
EUA: farmacêuticas ignoram programa nacional em busca de lucro
Dezessete empresas farmacêuticas norte-americanas, incluindo algumas das maiores do mundo, estão desrespeitando um programa de 30 anos que apoia hospitais para o atendimento de pacientes de baixa renda ou que vivem em comunidades rurais. As corporações estão ignorando a lei 340B de 1992, que exige que ofereçam preços baixos para fornecedores qualificados dessas redes de hospitais e ambulatórios. Em troca, o Congresso aprovou que dois programas de saúde federais cubram os produtos das empresas participantes, um acordo que tem sido altamente lucrativo para essas empresas.