PÍLULAS: País pode perder 28 milhões de doses de vacina

• Vacinas contra covid perto da data de validade • 4ª dose para toda a população • Crianças, medo e pandemia • Geleiras derretem e dificultam investigação sobre o clima • Indústria de bebidas alcoólicas faz propaganda para jovens • Escolas sem acesso a água potável •

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País pode perder 28 milhões de doses de vacina, em meio a nova onda de covid

O ministério da Saúde tem, em estoque, doses de imunizantes da AstraZeneca e Pfizer que estão muito próximas da data de vencimento. São 28 milhões que vencem até agosto. Destas, 11,7 mas milhões já expiram em julho. A descoberta foi feita após uma inspeção do Tribunal de Contas da União (TCU), que constatou que as vacinas a ponto de ficarem inutilizadas custaram R$ 11,7 milhões. É possível pedir prorrogamento da validade à Anvisa, mas não há nenhum movimento nesse sentido até agora. O Brasil vive, hoje, uma nova onda de contágios, mas a vacinação está estagnada: apenas 45% da população tomou a dose de reforço, e o primeiro ciclo da imunização ainda não chegou a quase 23%.

Às pressas, ministério planeja 4ª dose para todos os adultos

O ministro estará enfim percebendo a urgência da situação? Marcelo Queiroga anunciou, ontem (19/6), que o SUS vai oferecer a segunda dose de reforço para toda a população acima de 18 anos. Poderão vacinar-se as pessoas que tomaram a terceira dose há mais de quatro meses. E será de uma vez só, sem o escalonamento das campanhas anteriores. Falta apenas um aval da área técnica da pasta. Os secretários estaduais de Saúde pedem que sejam reforçadas as campanhas de vacinação pelo país – especialmente em relação às doses de reforço. A resposta do ministro bolsonarista foi que os estados “só fazem pedir” e que sua pasta já gastou “fortunas”. Mas, na verdade, o governo federal corta verbas para a propaganda das vacinas sistematicamente desde 2020.


Pandemia pode ter alterado percepção do medo nas crianças

Uma pesquisa da USP de Ribeirão Preto aponta que, se antes de 2020 as crianças tinham medos mais fantasiosos – monstros, personagens de filmes de terror – a pandemia de covid-19 as levou a ter medos reais, como a morte dos pais, doenças e insetos. A psicóloga Geovana Figueira Gomes, que estudou os medos infantis nesses tempos de covid-19, coletou informações de 40 crianças do ensino fundamental estimuladas a desenhar e contar histórias sobre seus medos. O estudo foi realizado em dois momentos: antes da pandemia, de forma presencial nas escolas, e durante o isolamento social. Embora a base da pesquisa seja reduzida, a relevância de suas conclusões sugere que é preciso estudar o tema em profundidade.


Derretimento de geleiras dificulta estudos sobre mudança climática

Monitorar geleiras é muito importante para entender aspectos do clima atual e até para descobrir eventos de milhões de anos atrás. Mas elas estão desaparecendo ou ficando cada vez mais difíceis e perigosas de serem acessadas por cientistas. Em 2023, um centro de coleta de dados da geleira Wolverine, no sul do Alasca, desaparecerá devido ao seu derretimento. Situações parecidas estão ocorrendo em “praticamente todas as geleiras” monitoradas na região, segundo Christopher McNeil, geofísico do Serviço Geológico dos EUA. A neve, que também serve para captar dados sobre o clima global, também está ficando mais escassa. Com essas mudanças, os dados científicos também ficam mais frágeis, dificultando mais o monitoramento de mudanças climáticas.


Como minimizar os danos do álcool

A ONU está preocupada com a falta de regulamentação da publicidade de bebidas alcoólicas. Segundo a organização, a propaganda frequentemente se volta ao público mais jovem, o que aumenta os riscos de doenças e vício desde o início da vida adulta. No Brasil, o alcoolismo tem impacto até no PIB, segundo estudo da USP. Na Câmara dos Deputados, tramita o Projeto de Lei 4.013/2020 que visa uma regulamentação mais rígida para esse tipo de propaganda – mas ela ainda está parada em comissão. Sua aprovação poderia ser útil para ajudar a conter o uso abusivo e minimizar os danos aos jovens. Para além da publicidade, há outra medida que tem evitado muitas mortes: a Lei Seca, que proíbe que motoristas dirijam após o consumo de álcool. Ela evitou aproximadamente 440 mil internações em hospitais públicos, entre 2008 e 2019.


Mais de 8.000 escolas no Brasil não têm acesso a água potável

Um levantamento com base no Censo Escolar 2021 mostra que ao menos 14,7 milhões de estudantes brasileiros enfrentam problemas de infraestrutura nas escolas. Foram analisadas informações de 138 mil escolas, com um total de 38 milhões de alunos. De acordo com o levantamento, pelo menos 5.200 (3,78%) escolas não possuem banheiro, 8.100 (5,84%) não têm acesso a água potável e 7.600 (5,53%) não têm esgoto. Outros 3.500 (2,59%) estabelecimentos de ensino não dispõem de abastecimento de água.

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