PÍLULAS: Para enfrentar a desigualdade racial na Saúde…

• Desigualdade racial na Saúde • Novo remédio contra covid • Gargalos da vacinação • Protocolo de volta às aulas • Estresse pandêmico na visão • Edições genéticas na China • O perigo dos peixes neon •

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Para enfrentar a desigualdade racial na Saúde…

Racismo, discriminação e barreiras de acesso à saúde impactaram desastrosamente a saúde de negros, asiáticos e minorias étnicas no Reino Unido durante anos, segundo estudo encomendado pelo Observatório de Raça e Saúde do Sistema Nacional de Saúde (NHS), um órgão independente criado em 2020 para identificar as desigualdades no serviço fornecido à população. A revisão conclui que as desigualdades no acesso, nas experiências e nos resultados dos cuidados de saúde no NHS “estão enraizadas em experiências de racismo estrutural, institucional e interpessoal”. O relatório aponta como a saúde das minorias étnicas na Inglaterra foi “impactada negativamente” pela falta de tratamento adequado, má qualidade ou tratamento discriminatório por parte da equipe do NHS e pela ausência de dados e informações sobre raça nos sistemas. Um porta-voz do NHS disse: “A pandemia iluminou as desigualdades na saúde em todo o país e o NHS já está tomando medidas para melhorar as experiências dos pacientes e o acesso aos serviços”. Poderá a iniciativa inspirar uma ação semelhante no SUS?


Novo monoclonal expande o arsenal contra a ômicron

A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora norte-americana, autorizou na última sexta-feira (11/2) mais um tratamento com anticorpos monoclonais para pacientes de alto risco: o bebtelovimab. O governo dos EUA fechou um acordo com a farmacêutica Eli Lilly – que desenvolveu o fármaco – da compra de 600 mil medicamentos por US$ 720 milhões. A notícia proporcionará um pouco de alívio aos profissionais que lutam para encontrar tratamentos para seus pacientes de alto risco, dado que as duas principais terapias de anticorpos contra a covid perderam eficácia diante da ômicron. A Lilly disse que testes de laboratório indicaram que o bebtelovimab não só funcionava contra a variante Omicron mais comum mas também mantinha sua eficácia contra a linhagem irmã chamada BA.2.


Covid: os gargalos da vacinação e o apagão na Saúde

Em entrevista ao Globo, Wilames Freire, presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), falou da necessidade de mirar as campanhas de imunização naqueles que têm maior resistência. Ele critica a falta de uma liderança nacional na Saúde para criar uma comunicação informativa. Também reforça o papel dos Agentes Comunitários de Saúde para fortalecer os meios de comunicação locais. E afirma que há subnotificação da vacinação no país: “Temos municípios no Brasil com 100 mil fichas de vacinação que não foram cadastradas no sistema porque ele ficou muito tempo fora do ar”. É necessária a formação de uma força-tarefa para cobrir os buracos, pois “o dado que está no ministério da Saúde hoje não representa a realidade encontrada em muitos municípios do Brasil, principalmente no Norte e no Nordeste”.


Fiocruz: novo protocolo de volta às aulas perante a ômicron

O órgão atualizou, na última quinta-feira (10/2), o documento com as recomendações para a prevenção do vírus nas salas de aula. As orientações podem ser acessadas nesta nota técnica, com protocolos em temas como isolamento, testagem e suspensão de aulas. A Fiocruz se baseia no entendimento das autoridades dos EUA e Europa sobre critérios de isolamento mais curto – 10 dias para quem tem sintomas e cinco para assintomáticos, com a necessidade de um novo teste após terminado o prazo, ou de sete dias caso um teste tenha resultado negativo no quinto dia após o contato. A suspensão de aulas para uma turma deve ser adotada apenas em último caso e só é recomendada caso haja três ou mais diagnósticos simultâneos confirmados. A Fundação avalia que a disponibilidade de autotestes de covid-19 pelo SUS também seria uma estratégia que poderia ser utilizada para o controle das infecções no ambiente escolar, aliado à vacinação, para ajudar a garantir a manutenção de atividades escolares presenciais – porém, não há previsão de sua distribuição gratuita pelo sistema público.


O estresse pandêmico manifestado na visão

Pessoas têm experimentado diversas manifestações de esgotamento mental com a crise sanitária, causando problemas de sono e dificuldade de concentração. A saúde ocular é outra forma de identificá-lo. “Estresse, ansiedade, depressão e alterações na saúde mental podem afetar nosso sistema sensorial, especialmente a visão”, afirmou Raj Maturi, oftalmologista norte-americano. Espasmos, secura e visão turva podem ser resultado de horas no computador sob pressão e com acúmulos de reuniões por videochamada. O estresse pode ser tanto a causa quanto a consequência dos problemas de visão. O cortisol é parte do problema: é o hormônio liberado em momentos de estresse e que pode dilatar as pupilas, dificultando o foco dos olhos e causando sensibilidade à luz; se elevado, pode causar coriorretinopatia serosa central. A maior parte das condições nos olhos causadas pelo estresse podem melhorar com um sono de mais qualidade e com a diminuição do desgaste mental.


China: as edições genéticas para reforçar a segurança alimentar

Pesquisadores estão entusiasmados com as diretrizes recém-publicadas para aprovação de cultivo de plantas com edição genética, que devem impulsionar a pesquisa de variedades mais saborosas, resistentes a pragas e melhor adaptadas às mudanças climáticas, segundo um artigo publicado na Nature. Desde que  o documento foi lançado, cientistas se apressam para enviar pedidos de aprovação de culturas geneticamente editadas, como é o caso do desenvolvimento de variedades de trigo resistentes à doença fúngica oídio. As culturas editadas por genes são desenvolvidas usando tecnologias como CRISPR–Cas9, que podem fazer pequenos ajustes nas sequências de DNA – diferentemente das culturas obtidas por modificação de genes, o que envolve a transferência de um DNA de um organismo estranho. Estudos como esse são expressão de avanços e pesados investimentos do governo chinês na edição genômica, e os novos regulamentos “estão definidos para ver a China tirar o máximo proveito de sua liderança acadêmica”, diz Penny Hundleby, cientista de plantas do Centro John Innes, no Reino Unido.


A invasão dos peixes neon na Mata Atlântica brasileira

Uma moda para os amantes de aquários, alguns peixes são geneticamente modificados para brilhar em azul, verde ou vermelho sob a luz negra. Mas alguns animais de laboratório da espécie peixe-zebra escaparam de uma fazenda de reprodução na região Sudeste, estão se multiplicando em riachos da Mata Atlântica e preocupam biólogos – que temem que os peixes exóticos possam ameaçar a fauna local. Seu receio é que os genes de fluorescência dos fugitivos possam ser introduzidos em peixes nativos com efeitos prejudiciais, tornando-os mais visíveis para os predadores. No final da década de 1990 cientistas projetaram animais para brilhar com fins de pesquisa, a partir da introdução de genes de águas-vivas fluorescentes. No final dos anos 2000, chamaram a atenção do mercado. Apesar da proibição de venda do peixe no Brasil, fazendas locais continuam criando-os e lojas em todo o país os vendem como animais de estimação. Eles podem, em breve, colonizar outras partes do país.

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