PÍLULAS: Agentes Comunitários ficam sem reajuste

• Reajuste salarial a ACSs • Pico da ômicron no Brasil? • UTIs em ocupação crítica • Quarta dose para idosos • Reflexos da pandemia • Xenotransplantes no Brasil • Pesquisa sobre leishmaniose • Gripe aviária na Europa •

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Agentes Comunitários ficam sem reajuste

No final de 2021, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate às Endemias (ACE) mobilizaram-se e garantiram que a previsão de reajustes salariais de 12,9% constasse no orçamento de 2022, aprovado no Congresso. Seu piso passaria de R$ 1.550 para R$ 1.750. Mas, na portaria publicada em 8/2, em que o ministério da Saúde estabelece os valores dos repasses aos municípios, esse aumento não foi incluído, denunciam representantes da categoria. Os ACSs são os profissionais que atuam em contato próximo com as comunidades e estão presentes em 98% dos municípios brasileiros.


Covid: podemos ter chegado ao pico da ômicron…

Foi divulgado na sexta feira, 11/2, o mais recente boletim InfoGripe, da Fiocruz, e parece trazer notícias um pouco mais reconfortantes. Embora alguns estados ainda apresentem crescimento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), a tendência agora é de estabilização. Ele se refere à semana de 31/0 a 5/2. Há estados que mostram queda em relação a seis semanas atrás. É o caso da Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Pernambuco, Sergipe e São Paulo. A covid ainda mostra-se predominante entre os outros vírus que causam SRAG, sendo responsável por 87,4% das infecções.


…mas o nível de ocupação das UTIs está crítico

Nota divulgada na última quinta-feira, 10/2, pelo Observatório Covid Fiocruz mostra que nove estados estão em nível preocupante de internações em unidades de tratamento intensivo, acima de 80%, com destaque para as regiões do Nordeste, Centro-Oeste e o estado do Espírito Santo. Pesquisadores atribuem os altos índices às movimentações turísticas do verão, enquanto Belo Horizonte, Rio e São Paulo apresentam tendência de queda. Momento é crucial para avançar a vacinação diante do rápido espalhamento da ômicron, que, apesar da baixa ocorrência de casos graves, tem causado muita demanda por hospitalizações e, consequentemente, novos números preocupantes de óbitos pela falta de vagas.


Chegou a hora da quarta dose para idosos?

Há indicativos em UTIs de que pode ter chegado o momento de oferecer mais uma dose de reforço para aqueles com mais de 70 anos. A proporção de pacientes acima de 80 anos está voltando a aumentar em unidades intensivas por todo o país, segundo o projeto UTIs brasileiras, e agora eles já são mais de 30%. Idosos deixaram de ser maioria em meados de 2020, quando a vacinação avançava. Mas já está prestes a completar cinco meses desde que as terceiras doses começaram a ser aplicadas nessa faixa etária, e por enquanto a dose adicional só é recomendada aos imunossuprimidos. A Sociedade Brasileira de Infectologia ainda não reconhece a necessidade, e diz haver “carência de dados” para tal decisão. Em São Paulo, o governador já anunciou que a quarta dose será oferecida a toda a população, mesmo sem a recomendação do governo federal, mas ainda não há data para seu início.


Os efeitos a longo prazo da pandemia sobre o cérebro

A perspectiva de que a covid-19 possa gerar um surto silencioso de doenças crônicas é algo sério, mostra uma matéria da BBC Brasil. Durante os anos 1960, cientistas conseguiram observar que sobreviventes da gripe espanhola (1918) pareciam apresentar propensão até três vezes maior para desenvolver Parkinson. O alto risco da doença também foi identificado entre os sobreviventes de surtos de HIV, vírus do Nilo ocidental, encefalite japonesa, vírus de Coxsackie, vírus da encefalomielite equina ocidental e do vírus Epstein-Barr. Vírus respiratórios também podem desencadear doenças crônicas, como a diabetes tipo 1. Médicos em alguns países europeus já percebem o crescimento da condição, nos últimos dois anos. Essas descobertas, embora assustadoras, podem ser importantes para direcionar pesquisas para descobrir como é feita a relação – e para incentivar o desenvolvimento de tratamentos, diagnósticos e vacinas para prevenção.


Inaugurada a era dos xenotransplantes no Brasil?

Revolucionário e urgente. Com o sucesso do primeiro transplante de órgãos de animais para seres humanos, no EUA, o professor Silvano Raia, primeiro cirurgião da América Latina a realizar um transplante de fígado, coordena um projeto brasileiro junto à professora e geneticista da USP, MAyana Zats, para modificar suínos geneticamente para a construção a criação de animais doadores de rim, coração, pele e córnea. A fase de edição genética já foi concluída, o que permite criar embriões modificados que serão transferidos para animais silvestres. O professor destaca que a iniciativa busca apoio do governo do estado de SP já para a construção do primeiro biotério do país – local onde animais são conservados para que posteriormente sejam usados para esse tipo de procedimento. Essa inovação pode sanar uma enorme fila de transplante no Brasil: de 133 mil pacientes que aguardam transplante de rim, o país conseguiu realizar menos de 10% em 2019.


Para prever o alcance de transmissão da leishmaniose

Na Fiocruz Minas, pesquisadores se propuseram a estudar a capacidade de voo dos mosquitos transmissores da doença, popularmente conhecidos como mosquitos palha, cangalhinha e birigui. Os resultados apontam que os insetos podem voar por longas distâncias – o oposto do que se pensava até agora. Como parte da estratégia, os cientistas construíram quatro armadilhas luminosas em um trecho do Rio das Velhas, no município de Lassance (MG), com uma distância de 90 metros entre elas, de uma margem a outra do rio, e observaram durante três dias consecutivos, em três meses diferentes. Assim puderam identificar que, para chegar no meio da travessia do rio, necessariamente os mosquitos tiveram que voar até lá. Para fazer a marcação dos insetos, eles pulverizaram um pó fluorescente colorido nos exemplares capturados.


Espanha: surto de gripe aviária

Autoridades espanholas abateram mais de 130 mil galinhas depois que um surto de gripe aviária foi detectado em uma área de intensa operação agrícola.  Um território de 10 quilômetros ao redor da fazendo foi isolado. Surtos do vírus, que muitas vezes é transmitido por aves migratórias selvagens para animais domésticos, foram relatados na França, Alemanha, Grã-Bretanha, Holanda e Sérvia. O Greenpeace se posicionou criticando o modelo industrial agrícola em meio a um intenso debate no país sobre os efeitos nocivos da agricultura intensiva, que coloca em risco tanto a saúde da população, quanto do planeta.

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