PÍLULAS: ANS interrompe transação da Amil

• ANS interrompe venda da Amil • 4ª dose em SP • OMS na luta anticovid • “Vida pode gerar renda e emprego” • Aplicativo para identificar hanseníase • Autotestes na Anvisa • Descoberta sobre os chimpanzés •

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ANS interrompe transação da Amil

Tratamos na última terça-feira (8/2) da venda de 337 mil planos de saúde individuais da Amil para o fundo de investimentos Fiord Capital e a operadora APS (Assistência Personalizada à Saúde), e das denúncias de usuários de dificuldade de conseguir tratamentos. Poucas horas depois, a ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) tomou uma decisão importante, porém ainda demasiado discreta: impediu a transferência dos ativos para a APS – que seria a primeira fase da transação. Ontem (9/2), Paulo Rebello, diretor-presidente da agência, afirmou em entrevista ao Estadão que espera o envio de mais documentos e explicações sobre o processo. O tom da entrevista é de extrema boa-vontade com a Amil/APS, mas revela a importância das denúncias publicadas recentemente: “eu estou numa situação que eu estou sabendo, como regulador, estou enxergando e vendo as coisas através da imprensa”. Falta transparência com a agência, alega, e a decisão de interromper a venda foi tomada para proteger os usuários. Acompanhemos, então, os próximos passos.


Vacinação: 4ª dose em SP começará em breve?

Em entrevista à rádio Eldorado, ontem de manhã, o governador João Dória afirmou categoricamente que São Paulo já está preparada para começar a aplicação da 4ª dose de vacina contra a covid. A medida vai contra o ministério da Saúde, que diz ainda não haver dados suficientes para a recomendação de um segundo reforço. Algumas horas mais tarde, em coletiva de imprensa, Dória deu um passo atrás: “O fato de considerar não significa que vai aplicar”. O recuo se deu pelo fato de que sua administração avalia que ainda é preciso fortalecer a aplicação da segunda dose em 2,2 milhões de paulistas atrasados – dos quais, 1,2 milhões são jovens entre 12 e 29 anos. O estado encontra-se com 81% da população completamente imunizada, mas ainda falta bastante em termos da 3ª dose: pouco mais de 47% tomaram o reforço. Paulo Menezes, coordenador do comitê científico que assessora o governo paulista, a respeito da 4ª dose, finalizou: “Eu diria que não é algo que vá começar imediatamente, mas que está na perspectiva para os próximos meses”.


OMS: países ricos devem US$16 bilhões à luta anticovid

Faltam 16 bilhões de dólares no orçamento do “Acelerador de acesso a ferramentas contra a covid”, programa internacional que visa ajudar nações menos aquinhoadas a enfrentar a pandemia. Para esse fim, organiza-se o desenvolvimento e a produção de vacinas, testes, tratamentos e equipamentos de proteção. Esse plano inclui o “mecanismo Covax”, que afinal deslanchou, depois de grande delonga, passando há algumas semanas a marca de um bilhão de vacinas distribuídas. O Acelerador precisa de 23,4 bilhões de dólares para o período de outubro de 2021 a setembro de 2022. Recebeu apenas 800 milhões de dólares. O diretor da OMS Tedros Ghebreyesus lembrou que a vacina salva. Sem ela, a ômicron vira um perigo. É urgente garantir, de forma equitativa, testes, tratamentos e vacinas para o mundo.


Carlos Gadelha sugere: “vida pode gerar renda e emprego”

O coordenador do Centro de Estudos Estratégicos da Fiocruz, Carlos Gadelha, publicou, em 8/2, artigo no Globo e no site da Abrasco em que trata de maneira inovadora sobre a já desgastada e falaciosa discussão de vidas versus economia. “Na saúde”, ele relembra, “enquanto ficam evidentes para o mundo os frutos das tecnologias das vacinas, vemos a transmissão nos transportes públicos, as casas abarrotadas em espaços sem condições mínimas, a fome de 20 milhões e o desemprego e subemprego que atingem mais de 30 milhões”. Mas não precisa ser assim, e uma saída importante pode estar justamente no fortalecimento do Complexo Industrial da Saúde. “A saúde está para o século XXI como estiveram o aço, o petróleo e o automóvel para o século XX, permitindo um desenvolvimento que atenda às pessoas e seja sustentável. Está na hora de mudar o triste paradigma dominante. Vida pode gerar renda, emprego, investimento e um novo padrão que, em vez de ser capturado por interesses espúrios de um protecionismo sem resultados, sustente um pacto político, social e democrático em defesa da economia nacional, das pessoas e do planeta.”


Fiocruz desenvolve ferramenta para identificar hanseníase

Em uma parceria entre a Fiocruz, a Microsoft AI for Health e a Fundação Novartis, foi desenvolvida uma tecnologia que pode ajudar no combate à hanseníase – doença diagnosticada em 137.385 brasileiros entre 2015 e 2019. Chamada de AI4Leprosy, a inteligência artificial pode ajudar médicos a identificar a doença a partir de um aplicativo de celular que utiliza aprendizado de máquina e algoritmos. “O nosso objetivo é ampliar o diagnóstico da hanseníase para que as pessoas não sofram mais por uma doença que tem tratamento e pode ser curada”, afirma Milton Ozório Moraes, chefe do Laboratório de Hanseníase do IOC.


A vez dos autotestes: 53 fornecedores pedem aval da Anvisa

O autoteste ajuda muito o combate à covid. Pode ser feito pela própria pessoa, dispensa farmácia, laboratório ou hospital. Até 28 de janeiro era proibido no Brasil, mas a Anvisa afinal eliminou o entrave e os primeiros autotestes devem estar à venda no final de fevereiro, por um preço entre R$ 45 a R$ 75, conforme a Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial. A Câmara diz representar 70% do mercado brasileiro no ramo. Poder360 apurou [1] que na Europa há testes de até R$ 8. Eles custam de R$ 53 a R$ 180 nos EUA, de R$ 60 a R$ 120 no Uruguai e R$ 82 na Argentina.


Os chimpanzés buscam curar seus companheiros

Ao observar grupos de chimpanzés no Gabão, cientistas fizeram uma descoberta notável: os animais utilizam insetos esmagados para tratar de feridas de seus companheiros. Já havia sido identificada a automedicação em algumas espécies, mas o fato de que esses macacos ajudam a tratar-se uns aos outros – e não apenas a si mesmos – é algo novo. Alguns insetos podem conter substâncias anti-inflamatórias com efeito calmante, dizem os pesquisadores, o que explicaria a atitude. Essa medicina tradicional chimpanzé pode ajudar a compreender o mundo animal fora da ideia da “lei do mais forte”.

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