Pesquisador de Oxford contesta AstraZeneca

À Reuters, cientista que liderou testes no Reino Unido diz que dosagem diferente não foi erro

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Apareceu mais uma pitada de estranheza em relação aos ensaios da vacina de Oxford/AstraZeneca: há agora relatos conflitantes sobre o que teria levado à diferença no padrão de dosagem do imunizante, que por sua vez levou a distintas eficácias. Como se sabe, os resultados preliminares apontaram 62% de eficácia no grupo de voluntários que recebeu duas doses da vacina, enquanto ela esteve perto dos 90% no que recebeu primeiro meia dose, e depois uma inteira. 

Como também se sabe, na época o chefe de pesquisa da farmacêutica afirmou que o regime que incluiu meia dose havia sido descoberto por casualidade – uma sorte a partir de um erro. Mas agora Adrian Hill, pesquisador da universidade que atuou no desenvolvimento da vacina e liderou os testes no Reino Unido, disse à Reuters que não foi nada disso.

“Isso não é verdade. O que sabíamos é que estávamos usando um lote diferente de uma vacina de um fabricante diferente. Nós conhecíamos as medidas e estávamos em discussões com os reguladores sobre como seguir em frente”, disse ele, completando: “A dosagem que iniciamos com aquele novo lote foi meia dosagem em comparação com a que havíamos utilizado anteriormente”. A AstraZeneca não quis comentar.

Em tempo: o Senado aprovou ontem a MP que destina R$ 1,99 bilhão para o Ministério da Saúde e a Fiocruz viabilizarem a compra, o processamento e a distribuição das cem milhões de doses desse imunizante, já acordadas com a AstraZeneca. E a escritura do terreno onde vai se instalar a nova fábrica da fundação, anunciada como o maior centro de produção de biológicos da América Latina, foi assinada ontem.