De ‘primeiro mundo’

Ministro da Saúde insiste que validade dos testes encalhados será aumentada, mesmo que Anvisa não confirme. Segundo Pazuello, os kits estão estocados em boas condições…

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
.

Este texto faz parte da nossa newsletter do dia 3 de dezembro. Leia a edição inteira.
Para receber a news toda manhã em seu e-mail, de graça, clique aqui.

Eduardo Pazuello disse ontem a parlamentares que “sempre” trabalhou com a ideia de que seria possível estender a validade dos 7,1 milhões de testes PCR estocados por seu ministério – e, por isso, teria sido pego de “surpresa” pela repercussão do vencimento. Na audiência pública convocada para que ele explicasse o caso, o ministro da saúde sentenciou que o prazo será estendido pela Anvisa – “Essa validade pequena seria e será renovada” –, mas a agência continua informando à imprensa que ainda aguarda informações da pasta “para subsidiar a análise e deliberação sobre o caso”.

Pazuello saiu-se com outras tiradas semelhantes. Segundo ele, “a principal estratégia” do governo é confiar no diagnóstico clínico da covid; deixando claro que essa estratégia é simplesmente deixar o vírus correr solto, já que a pasta não apoia nem o isolamento social, tampouco foi atuante para fortalecer o rastreamento de contatos nas redes de saúde. O ministro também teve a coragem de dizer que os testes estão em um depósito “de primeiro mundo”. Perdem o vencimento, mas estocados em condições impecáveis…

De acordo com o Estadão, a Anvisa deve dar ao escândalo protagonizado pelos militares um tratamento diferente do que vinha dispensando até então a pedidos semelhantes feito por empresários. A agência chegou a dar aval para a extensão da validade de testes, mas vetou o uso dos produtos estocados. Nesse caso, deve exigir uma análise para cada lote do produto encalhado para verificar se os testes continuam seguros e eficazes.

Leia Também: