Países avançam em direção à aplicação de vacinas diferentes e terceira dose

Chile anuncia pesquisa para avaliar aplicação de mais uma dose de reforço, enquanto Canadá define que aplicação da AstraZeneca seja seguida por dose da Pfizer

.

Esta nota faz parte da nossa newsletter do dia 22 de junho. Leia a edição inteira. Para receber a news toda manhã em seu e-mail, de graça, clique aqui.

O governo chileno está avaliando estabelecer uma terceira dose de vacina contra a covid-19 para a sua população. Segundo a subsecretária de Saúde Pública, Paula Daza, para bater o martelo só falta o resultado de uma pesquisa que está sendo feita pela Universidade Católica do Chile, a ser divulgada em julho.

“Acreditamos – não com os dados que temos, mas com os dados que a Universidade Católica provavelmente vai nos dar – que provavelmente as primeiras pessoas que foram vacinadas em fevereiro e tomaram a segunda dose em março podem exigir uma terceira dose em setembro“, afirmou ela.

Até agora, 63% dos chilenos tomaram uma dose, 50% estão totalmente vacinados e, esta semana, o país começa a vacinar adolescentes com mais de 12 anos.

Mas, como temos visto por aqui, a situação continua crítica. Ainda no fim de março, diante dos casos que aumentavam rapidamente, o Ministério da Saúde anunciou o retorno de medidas restritivas para 13 milhões de pessoas, ou 70% da população. Elas foram se intensificando e, na semana passada, o nível mais estrito de isolamento começou a vigorar na região metropolitana de Santiago. 

A matéria da Folha diz que, embora a decisão final sobre a terceira dose ainda não tenha sido tomada, já foi lançada uma campanha para que as pessoas continuem se protegendo mesmo após a vacinação completa. O entendimento é o de que as novas variantes tornam o reforço necessário

Por ora, a ideia é que as pessoas que receberam a CoronaVac (que representa 77% das doses aplicadas) recebam a terceira dose do mesmo imunizante;  quem tomou a vacina de Oxford/AstraZeneca e tem menos de 60 anos receberia a da Pfizer. 

Essa mistura não é novidade no país, que, esta semana – por precaução, após um caso de trombose em um homem de 31 anos – passou a restringir a AstraZeneca aos maiores de 45 anos; os mais jovens que tomaram a primeira dose desse imunizante devem completar o regime com a vacina de mRNA. O mesmo tem sido feito em vários países europeus. 

E o Canadá recomendou que todas as pessoas que receberam a AstraZeneca tomem, de preferência, o imunizante da Pfizer ou da Moderna na segunda dose. Mas, nesse caso, não se trata de precaução contra eventos adversos, e sim de tentar melhorar a resposta imunológica.

“Novas evidências [veja aqui e aqui, por exemplo] estão começando a surgir, sugerindo que as respostas imunológicas são melhores quando uma primeira dose da vacina AstraZeneca é seguida por uma vacina de mRNA como segunda dose”, disse em nota o Naci (o comitê canadense consultivo sobre imunização).

Também segundo a Folha, pesou na decisão o fato de que, hoje, as vacinas de mRNA estão em maior disponibilidade naquele país.

No Brasil, onde a situação é a inversa, talvez fosse o caso de otimizar as vacinas da Pfizer utilizando-as como segunda dose, além de estudar as interações entre a CoronaVac e outros imunizantes. Mas isso parece estar fora de questão.

Leia Também: