Os planos de Chioro para recuperar hospitais universitários

• Arthur Chioro fala sobre a situação dos hospitais universitários • Como poderá reduzir fila de cirurgias • Hospitais cariocas nas mãos do setor privado • Junho, o mês mais quente • Relatórios da Abin sobre Bolsonaro •

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Ex-ministro da Saúde e atual presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), Arthur Chioro falou ao jornal O Globo e analisou o primeiro semestre de trabalho. Responsável pela gestão de 41 hospitais universitários (HUs), a empresa pública vinculada ao ministério da Educação viveu de perto o desinvestimento do Estado, o que afeta a formação de novos profissionais que fazem residência em algum dos HUs vinculados. “Elaboramos um novo plano com renovação tecnológica e planejamentos de curto a longo prazo para cada um dos 41 hospitais. Hoje, os principais problemas estão na infraestrutura. Temos hospitais novos que precisam de manutenção e muitos hospitais construídos no século passado, que ficaram anos sem nenhum investimento na infraestrutura. Decidimos investir na estrutura física e qualificação dos espaços, com obras e reposição de equipamentos”.

Um instrumento para reduzir a fila de cirurgias

Além de destacar o papel formativo, uma vez que funcionam também como hospitais escola e recebem estudantes das faculdades públicas de medicina, Chioro lembrou que a estrutura da Ebserh é parte importante do objetivo do ministério da Saúde na redução da fila de procedimentos cirúrgicos acumulada na pandemia. Calcula-se que sejam aproximadamente 1 milhão de pessoas. “Nós conseguimos ampliar em 9% o número de cirurgias (23.708) entre janeiro e maio em comparação a 2022. Ainda é insuficiente para ajudar o SUS a resolver seus problemas, mas todos os nossos hospitais receberam orientação e estão comprometidos com o ministério nesse esforço nacional de redução de filas. Os resultados devem ser maiores a partir de junho, já que o ministério ficou focado em fazer um diagnóstico e pente-fino das filas nos primeiros meses do ano. Nossa expectativa é que o segundo semestre seja promissor nessa redução”, afirmou.

Souza Aguiar concedido por 30 anos à medicina de negócios

Em leilão realizado pela B3, o consórcio Smart Hospital venceu licitação, sem concorrentes, para assumir a  prestação de serviços não-assistenciais em três estabelecimentos de saúde da capital carioca: o Hospital Souza Aguiar, a maternidade Maria Amélia e o Centro de Emergência Regional (CER), no centro do Rio de Janeiro. O contrato de concessão tem duração de 30 anos e a empresa receberá remuneração anual de R$ 191 milhões para cobrir os gastos previstos para tais serviços. Todos os estabelecimentos são públicos e fazem parte do SUS, sendo o Souza Aguiar a maior emergência do estado.

Junho mais quente da história no Brasil

Pelo segundo ano seguido, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) constatou que o mês de junho bateu o recorde de temperaturas, desde que as medições se iniciaram, em 1961. Os dias do mês registraram uma média de 22,97°C, alta de 0,2ºC frente a 2022. Ao lado disso, o inverno de países vizinhos como Argentina, Bolívia e Paraguai também teve altas notáveis, chegando a 39 °C no último caso. “Um conjunto de fatores contribuiu para a elevação das temperaturas, desde mudanças no uso do solo, como a diminuição de áreas verdes e o aumento das áreas urbanizadas, até a presença do El Niño neste ano [aquecimento anormal das águas superficiais do Pacífico Tropical que tende a alterar o regime de chuvas e o padrão de temperatura em várias partes do globo]. Mas, desde os últimos 10 anos, o papel das mudanças climáticas no aquecimento terrestre é inegável”, explicou a meteorologista Danielle Barros Ferreira, do Inmet à Revista Fapesp.

Os crimes de Bolsonaro na pandemia, pela Abin

A gestão criminosa da pandemia pelo ex-presidente continua a ganhar novos contornos. A Folha de S. Paulo teve acesso a documentos produzidos pela Abin e entregues ao GSI desde o início da pandemia, os quais alertavam sobre a realidade das ameaças da crise sanitária. Os documentos foram liberados pelo governo Lula com base na Lei de Acesso à Informação e reforçam a conduta irresponsável de Bolsonaro a partir das recomendações de um de seus braços mais fortes de sustentação. Além da ignomínia quanto às recomendações de isolamento social, os relatórios ainda informavam sobre a ineficácia das ações do governo na pandemia e, paralelamente, o aumento do garimpo ilegal e do desmatamento. Os agentes da inteligência também fizeram observações a respeito do desgaste político que uma má condução da política de combate ao coronavírus poderia gerar e até anteciparam a possibilidade de falta de oxigênio nos serviços de saúde de Manaus (AM), o que de fato se confirmou.  Parte dos relatórios pode ser lida na matéria do jornal paulista.

Mais um possível benefício do aleitamento materno

Pesquisadores do Human Nutrition Research Center on Aging (HNRCA), da Universidade Tufts de Massachusetts (EUA) podem estar diante da descoberta de mais um benefício da amamentação para as crianças. O artigo The human milk component myo-inositol promotes neuronal connectivity (“Componente do leite humano mio-inositol promove conectividade cerebral”, em tradução livre) alega que o aleitamento oferece o mio-inositol, um tipo de açúcar que favorece o sistema neurológico das crianças, de maneira a aumentar tamanho e extensão das sinapses. Os pesquisadores acreditam que isso também traz vantagens na velhice, quando naturalmente essas conexões cerebrais vão se tornando menos prolíficas. 

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