Os pagamentos diretos da Novartis ao advogado de Trump

A farmacêutica Novartis pagou US$ 1,2 milhão ao advogado de Donald Trump durante um ano, mas diz que não recebeu nada em troca.

Créditos: Gage Skidmore

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Indústria farmacêutica: a farmacêutica Novartis pagou US$ 1,2 milhão ao advogado de Donald Trump durante um ano, mas diz que não recebeu nada em troca.

O resumo desta e de outras notícias você confere aqui em oito minutos.

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NOVARTIS, TRUMP E COMPRA DE INFLUÊNCIA

Tudo começou com uma atriz pornô. Stormy Daniels afirma ter recebido, na época das eleições, US$ 130 mil para ficar em silêncio sobre um caso que teve com Donald Trump anos atrás. De acordo com ela, o dinheiro foi passado por Michael Cohens, advogado do presidente, por meio de uma empresa de fachada. Mas a coisa toda está indo muito mais longe. É que o advogado da atriz  – Michael Avenatti – acusou empresas de fazerem grandes pagamentos a Cohen. E a farmacêutica Novartis é, entre as acusadas, a que transferiu o maior volume de recursos.

Um funcionário não-identificado disse ao Stat News que Cohen procurou a empresa em fevereiro do ano passado, logo após a posse de Trump, prometendo ajuda para dar acesso ao presidente e a funcionários influentes da nova administração.

Em nota, a Novartis reconheceu: fez pagamentos mensais de US$ 100 mil a Cohen, durante um ano (o que significa que chegou a um total e US$ 1,2 milhão). Mas disse também que não obteve nada em troca, e tem afirmado que nada disso diz respeito ao atual diretor da empresa, mas sim ao anterior.

Embora esse tipo de notícia seja totalmente novo, a matéria da Fortune lembra que o lobby não é. Juntas, as grandes farmacêuticas gastaram mais de 25 milhões nisso em 2017. Já o Washington Post informa que, apesar de sediada na Suíça, a Novartis é a quarta empresa que mais gasta em lobby nos EUA: só no ano passado, foram US$ 8,8 milhões.

A Novartis foi a primeira a conseguir oferecer uma terapia genética no país, diz a matéria, com a aprovação em agosto do medicamento Kymriah, contra a leucemia infantil. Um artigo no Stat aponta uma muito possível relação entre esse remédio e os pagamentos: o tratamento custa quase 500 mil dólares e, para garantir sua viabilidade no mercado, a Novartis precisa que o Medicare e o Medicaid ofereçam reembolso. E outro texto, na Forbes, diz que “é difícil acreditar que as pessoas não cheguem à conclusão de que a Novartis estava tentando comprar influência com o presidente com a esperança de ganhar força com o governo para aceitar o preço da Kymriah”.

A VELHA NOVIDADE DE OCCHI

Já foram populares e acessíveis, agora são alternativos. Seja qual for o nome, ontem Gilberto Occhi encomendou à ANS a retomada da discussão em torno dos planos mais baratos. “Vamos retomar”, afirmou o ministro, segundo o Estadão. A matéria fala da audiência pública da Câmara, que divulgamos aqui ontem, onde ele defendeu limites para a cobrança de franquias e copagamentos. “Defendo as alternativas. A escolha será do cidadão”, disse, após o evento. O jornal informa que, hoje, contratos que estabelecem franquias e copagamentos são 6% do total, “um número considerado baixo”.

ATAQUE

Depois que o Idec entrou na justiça contra o reajuste dos planos com base em irregularidades apontadas pelo TCU, a ANS e a FenaSaúde emitiram notas reclamando da ação, mas sem explicar explicam as falhas. O Idec afirma que está sendo atacado por defender cidadãos, e que as declarações “expressam o desprezo pela transparência, pela necessidade de diálogo e sobretudo pela notória dificuldade de cidadãos e famílias para quem tornou-se insustentável arcar com os reajustes abusivos dos planos de saúde”.

SOBRE A RESISTÊNCIA

No site da Abrasco: “O desmonte para mim não é só do que a gente construiu, é o desmonte de um projeto de sociedade. O SUS é sim a melhor estratégia de distribuição de renda que ocorreu no Brasil. Não ter mais o SUS ou ter de forma escalonada ou de forma progressiva é um absurdo”. As palavras são de Gulnar Azevedo e Silva, diretora do IMS/Uerj e que prepara candidatura à presidência da Abrasco.

ANISTIA DA MACONHA

O Canadá pretende legalizar o uso recreativo até o meio do ano, e uma campanha está sendo feita para anistiar pessoas condenadas por porte de pequenas quantidades. “O policiamento em si está geralmente concentrado em bairros mais empobrecidos e altamente racializados, e assim, embora as taxas de uso de cannabis sejam altas em diferentes grupos demográficos, são essas pessoas que foram desproporcionalmente prejudicadas”, disse à Al Jazeera Akwasi Owusu-Bempah, professor de serviço social na Universidade de Toronto.

COMER BEM

A obesidade está ligada a três das maiores causas de mortalidade no mundo, mas focar em escolhas pessoais não resolve o problema. Essa e outras reflexões estão na entrevista de Boyd Swinburn, professor de Nutrição Populacional e Saúde Global da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, ao site O joio e o trigo. “O mais eficiente são políticas públicas. Impostos sobre bebidas adoçadas, restrições na publicidade de alimentos, políticas alimentares em escolas e ambientes públicos. (…) As políticas precisam facilitar às pessoas pobres fazer escolhas saudáveis”.

E a publicidade de junk food está para ser banida das redes de metrô e ônibus de Londres, inclusive dentro das estações. Ao menos é a intenção do prefeito da cidade. Ele está particularmente preocupado com a obesidade infantil, que hoje atinge quase 40% das crianças de 10 a 11 anos.

ABORTO NO BRASIL

A criminalização prejudica até as pesquisas sobre o tema. “Não temos registros de aborto. Até pela questão da criminalização do aborto, é impossível você registrá-lo oficialmente”, diz a professora Sandra Costa Fonseca, nesta entrevista à CEE Fiocruz.

ENFERMAGEM AMPLIADA

A expansão do papel da enfermagem na atenção primária é defendida em um relatório lançado pela Opas. A ideia é fomentar a enfermagem de prática avançada: em locais vulneráveis re remotos, profissionais da área deveriam ter uma gama mais ampla de responsabilidades. O texto destaca que isso já acontece em lugares como Austrália, Canadá e Estados Unidos, mas  na América Latina não há regulamentação a emissão de prescrições por parte da enfermagem ainda é proibida em muitos países. O Brasil é destacado como um dos países  “com um alto nível de acesso a programas de pós-graduação em enfermagem que poderiam, no futuro, fornecer o treinamento necessário”.

O lançamento foi ontem, em Washington, e o presidente do Confen estava lá. O site do Conselho diz que vai ser feita uma pesquisa para estabelecer um diagnóstico das ações realizadas pela enfermagem na atenção básica hoje, e ver quais podem ser consideradas práticas avançadas.

E amanhã é o Dia Mundial da Enfermagem. Para comemorar, tem na Fiocruz Rio um encontro com o tema A Enfermagem na linha de frente em epidemias emergentes e reemergentes. 

EBOLA: MAIS 4

Mais quatro pessoas foram contaminadas pelo vírus noa República Democrática do Congo. Na terça, foram divulgadas 17 mortes.

SARAMPO TAMBÉM PREOCUPA

O Brasil registrou duas mortes. Ambas foram em Roraima, e são 103 casos confirmados, sendo 81 nesse estado e 22 no Amazonas, segundo o Ministério da Saúde.

Um alerta sobre vacinação nas Américas foi emitido pela OMS. E a situação na Europa é bem mais grave: entre 2016 e 2017, o aumento foi de 400%, e houve mais de 20 mi casos e 35 mortes no ano passado.

MAIS DE 400 MORTOS POR FEBRE AMARELA

O Ministério da Saúde divulgou novos números. São 409 mortes em 1261 casos, e outros 1301 estão sob investigação.

DIA D

Amanhã é o Dia D de mobilização da vacina contra a gripe.

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