OMS: Ataque a Rafah é golpe final contra saúde de Gaza

• Ataque a Rafah e saúde de Gaza • CPI da Violência contra a Mulher em SP • Fiocruz contribuirá com estratégias para RS • Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa • Tratamento para malária em 3 dias • Coqueluche na Europa •

Foto: Mahmud Rams
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Na segunda-feira (6/5), bombardeios mortíferos anunciaram a decisão israelense de atacar Rafah, cidade que é refúgio de 1,2 milhão de palestinos que perderam suas casas desde o início do massacre na Faixa de Gaza. Em pronunciamento oficial, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que muitos dos equipamentos de saúde ainda funcionais no enclave estão em Rafah. A invasão “aumentará substancialmente a mortalidade e enfraquecerá ainda mais um sistema de saúde que já está quebrado”, diz a nota. A maior maternidade da cidade palestina já anunciou que suspendeu a entrada de novos pacientes, enquanto outros hospitais informaram à OMS que só possuem combustível para mais três dias de funcionamento. Em resposta à invasão, os EUA tomaram a inédita decisão de sustar a entrega de uma carga de armamento pesado ao exército sionista. Será o sinal de uma maior pressão para um cessar-fogo no conflito que já matou mais de 34,5 mil palestinos?

Cremesp e CFM terão que explicar restrições a aborto legal

A CPI da Violência Contra a Mulher convocada pela Câmara Municipal de São Paulo quer explicações do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre sua perseguição contra médicos que realizaram procedimentos de aborto legal. A partir de uma resolução provavelmente ilegal que tenta impedir os médicos de realizarem o procedimento abortivo de assistolia fetal após as 22 semanas de gravidez, esses órgãos sancionaram médicas que trabalham no Hospital Maternidade Vila Nova Cachoeirinha, na capital paulistana. De forma também irregular, a Prefeitura de São Paulo suspendeu o serviço de aborto legal no equipamento, que é referência no município. “É uma violência contra as mulheres”, define a vereadora Silvia Ferraro (PSOL-SP), que intimou Cremesp e CFM a depor. A lei brasileira não prevê nenhuma restrição ao aborto legal ligada à idade gestacional.

Fiocruz cria sala de situação para apoiar esforços no RS

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) instalou uma sala de situação interna que vai apoiar os esforços do Ministério da Saúde em socorro ao Rio Grande do Sul, devastado por um grande desastre climático. No último sábado, como relatou este boletim, a pasta criou um Centro de Operações de Emergência (COE/MS) que coordenará as decisões junto aos governos do Estado e dos municípios gaúchos. Mas para além das medidas de cunho emergencial, a ideia é que a sala de situação da Fiocruz apoie os planos de caráter estruturante a serem implementados pelo Governo Federal para a reconstrução da Saúde local, oferecendo “as experiências acumuladas da [Fiocruz] no enfrentamento a emergências e desastres, incluindo aqueles provocados pelo rompimento de barragens”. O Portal Fiocruz informa que a primeira ação da sala está sendo um mapeamento de necessidades junto ao COE/MS.

Governo convoca Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa

No Diário Oficial da União desta terça-feira (7/5), o Governo Federal convocou a 6ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa. Com o tema “Envelhecimento multicultural e democracia: urgência por equidade, direitos e participação”, o evento foi marcado para os dias 19 a 22 de agosto de 2025. A Outra Saúde, a pesquisadora Dalia Romero (Fiocruz), avaliou que “essa Conferência será ainda mais importante que as anteriores porque se dá num contexto de ‘feridas abertas’ pelo retrocesso que tivemos em anos recentes na participação social”. O governo também precisará mostrar “compromisso com a Política Nacional de Cuidados que será divulgada neste ano”, ela diz. Há dois anos, Romero havia frisado a urgência de algumas pautas para a saúde idosa em entrevista a este boletim. “Temos de falar da questão da nacionalização da produção de insumos básicos, como matéria-prima para fraldas geriátricas e colheres [adaptadas] para pessoas que têm mal de Parkinson”, ela afirmou à época.

AM: Tratamento contra malária em 3 dias

A tafenoquina é capaz de controlar os sintomas da malária e impedir o reaparecimento de parasitas no sangue do paciente com apenas 3 dias de terapia, indica uma pesquisa conduzida no Norte do país. O atual tratamento exige que se tome dois antimaláricos por pelo menos 7 dias. O estudo, realizado por pesquisadores da Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), um instituto estadual amazonense, foi publicado na The Lancet em março. A tafenoquina também foi utilizada no combate emergencial à malária entre os yanomami e incorporada ao SUS no ano passado, como noticiou este boletim. Um dos principais ganhos pode vir na adesão ao tratamento – o ciclo mais curto torna menos provável que os pacientes deixem de tomar o medicamento, prejudicando sua própria melhora. Contudo, o custo mais alto em relação ao método em vigor – que combina doses de cloroquina e primaquina – exige mais reflexão antes de sua inclusão no Guia de Tratamento da Malária no Brasil, opina um estudioso da UFPA à Revista Pesquisa Fapesp. “Antes de adotá-la seria preciso avaliar o custo-benefício”, ele explica.

Europa vive epidemia de coqueluche

60 mil casos de coqueluche foram registrados na Europa em 2023, revelou ontem (8/5) o Centro Europeu para o Controle e Prevenção de Doenças. A cifra é dez vezes mais alta que os números referentes à circulação da infecção respiratória no continente durante os anos de 2022 e 2021. Somados os dados do primeiro semestre de 2024 e do ano anterior, a tosse causada pela bactéria Bordetella pertussis já está associada a 19 óbitos na região – 11 deles infantis e 8 de adultos. A queda nas taxas de imunização durante a pandemia da covid-19 pode ser um fator que levou ao surto, afirma a Reuters. O cenário de explosão das infecções é diametralmente oposto ao do Brasil. No país, “em 2021, 2022 e 2023 foram confirmados 159, 244 e 214 casos de coqueluche, respectivamente”, diz o Ministério da Saúde sobre a situação epidemiológica da doença, combatida por meio da vacinação infantil obrigatória.

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