Operação de Emergência no Rio Grande do Sul

• Chuvas devastam RS • Ano de “furacões monstruosos” na América do Norte • Vacinas trivalentes contra covid • Ricardo Nunes suspende investigações sobre OSS • Poucos dias para Acordo das Pandemias • Aborto até 18 semanas livre na Dinamarca •

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A nova temporada de chuvas do Rio Grande do Sul continua a ampliar seus números. São 75 mortes e 781 mil desabrigados (6,91% da população do estado) após 3 dias de chuvas. Uma imensa parte do território do estado está coberta de água, de modo que várias cidades estão praticamente inviabilizadas. Lula esteve no estado já na sexta-feira. No sábado o Ministério da Saúde montou seu Centro de Operações de Emergência, que coordenará ações em saúde com as secretarias do estado e municípios. Nísia Trindade anunciou a preparação de dois hospitais de campanha e envio de R$ 540 milhões para ações imediatas. O COE também fará relatórios epidemiológicos e o levantamento da quantidade de remédios, materiais e profissionais de saúde necessários ao atendimento da população, além de organizar ações de apoio aeromédico com o SAMU e dar apoio aos principais hospitais do estado. 

“Prepare-se para furacões monstruosos”

Enquanto o Brasil tenta salvar a população do Rio Grande do Sul, cientistas da Universidade do Arizona fizeram essa afirmação direta a respeito da temporada de furacões que os próximos meses reservam aos Estados Unidos. Segundo suas análises, ao menos 11 grandes eventos deste tipo, sendo 5 de categoria mais aguda, são esperados para um período que vai de junho a novembro no país. A explicação já é conhecida do público: o aquecimento das águas do Oceano Atlântico, principalmente em sua faixa tropical, promove condições de aumento da temperatura e velocidade dos ventos que entram pela costa leste dos EUA, que deve se deparar também com tempestades mais fortes. A temporada promete suplantar a de 2023, que já bateu recordes históricos e é mais uma afirmação dos efeitos das mudanças climáticas.

Vacinas trivalentes chegam ao Brasil

Após certa demora, justificada pelo processo de licitação que envolvia duas empresas concorrentes, chegou ao Brasil o primeiro lote de vacinas atualizadas de covid-19. Comprados da Moderna, os imunizantes cobrem as duas cepas dominantes no Brasil e também a XBB.1.5, nova subvariante que eclodiu no país. Os novos imunizantes chegam na hora em que as vacinas anteriores se encontram com estoques limitados e até esgotados em algumas cidades. Já as vacinas pediátricas, para o público infantil, seguem disponíveis em sua versão bivalente, alternativa válida na ausência da trivalente. Serão 12,5 milhões de doses do novo imunizante trazidas ao Brasil, sendo que a primeira entrega trouxe 10% desta quantidade.

Prefeitura de São Paulo suspende investigações sobre OSS

De olho nas eleições, a prefeitura de São Paulo, comandada pelo bolsonarista Ricardo Nunes, se deu um estranho luxo: suspendeu investigações sobre irregularidades na gestão das Organizações Sociais de equipamentos públicos de saúde. Em outras ocasiões, os órgãos investigativos já tinham detectado corrupção e insuficiências na gestão desta modalidade de terceirização e privatização do SUS, além da falta crônica de profissionais. Isso enquanto a cidade bate recordes de casos de dengue e não tem agentes de combate a endemias suficientes para realizar ações territoriais nos focos do mosquito. A gestão Nunes também é marcada pelo cartel nas obras públicas da cidade, além de favorecimento a empresa da qual o próprio prefeito era sócio, beneficiada com a compra de R$ 19 milhões em armadilhas da dengue, que custavam R$ 400 por unidade e se mostraram ineficientes, enquanto a Fiocruz oferecia item semelhante a R$ 10 por unidade.

Diretor da OMS apela por Acordo das Pandemias

A poucos dias da Assembleia Mundial da Saúde, evento que fará a análise final do novo Acordo de Pandemias entre as nações, tudo parece longe de qualquer consenso. Dessa forma, o diretor geral da OMS, Tedros Adhanom, fez “um simples pedido: fechem este acordo, por todos”. O ponto central da dificuldade em fechar acordos é justamente aquilo que se mostrou o mais dramático da pandemia: a desigualdade entre os países no acesso a vacinas, fármacos e insumos de saúde no combate ao vírus. Como já destacado pelo Outra Saúde, os países centrais do capitalismo não abrem mão de proteger o interesse comercial de sua indústria farmacêutica e se recusam a aceitar transferência e compartilhamento de suas tecnologias e tratamentos para combater eventuais emergências sanitárias. O prazo para finalizar as negociações para o acordo se esgota em 10 de maio.

Dinamarca amplia direito ao aborto

Na Escandinávia, o movimento feminista obteve mais uma vitória no campo dos direitos reprodutivos. A Dinamarca decidiu aumentar de 12 para 18 semanas o período de interrupção voluntária da gravidez por parte das mulheres. No caso de adolescentes de 15 a 17 anos, foi suspensa a exigência de consentimento dos pais para o procedimento. A mesma decisão ocorreu na Suécia em 2023. “Depois de 50 anos, é hora de mudar as regras sobre o aborto e de reforçar o direito das mulheres de decidir”, falou Sophie Løhde, parlamentar pelo Venstre, um partido de orientação liberal, e ex-ministra da Saúde do país.

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