O que a epidemia de SARS ensinou a países asiáticos

Nações como China, Coreia do Sul, Taiwan e Vietnã assumiram saúde pública como prioritária em suas agendas desde o começo dos anos 2000

Foto: Voa News
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China, Coreia do Sul, Taiwan, Tailândia e Vietnã têm algo em comum durante a pandeia de covid-19: mesmo que suas estratégias de combate não tenham sido idênticas, os resultados desses e outros países próximos são, até agora, bastante bons. Mas há uma semelhança anterior ao novo coronavírus que ajuda a explicar o sucesso de agora. É que todas essas nações foram duramente afetadas pela epidemia de SARS no início dos anos 2000. E aprenderam muito com ela. 

Na Foreign Affairs, os especialistas em saúde global Swee Kheng Khor e David Heymann escrevem que a grande decisão desses países no pós-SARS foi investir em saúde pública – ela passou a assumir o primeiro lugar em suas agendas, depois de muitos anos em que o crescimento econômico era prioridade. O Vietnã, por exemplo, aumentou seus gastos per capita com saúde pública em uma média de 9% por ano entre 2000 e 2016. “Eles [estes países] construíram sistemas e instituições que poderiam reunir todo o poder do governo para enfrentar a próxima ameaça de pandemia. Alguns projetaram e construíram uma nova infraestrutura para vigilância de doenças, notificação de casos e rastreamento de contatos. Eles desenvolveram redes descentralizadas de laboratórios e investiram no pessoal que seria necessário para operar esses novos sistemas”, explicam os autores. Ao mesmo tempo, as nações fortaleceram, reorganizaram ou criaram novos centros de controle de doenças que fornecessem informações rápidas e claras nas próximas crises.

A coordenação nacional – disparada quase automaticamente em caso de ameaça – é uma das chaves: “Um único centro de comando coordena o trabalho dos diferentes níveis de governo, com a colaboração entre as várias agências embutidas no ethos e nas operações do sistema. Os governos asiáticos reconhecem que a ciência e os hospitais não podem combater as pandemias sozinhos: todo o governo e a sociedade precisam estar envolvidos”. 

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