O quanto cada medida reduz a transmissão, segundo novo estudo
Meta-análise mostra que distanciamento social é estratégia qua mais reduz risco de contaminação
Publicado 02/06/2020 às 08:15 - Atualizado 02/06/2020 às 15:42
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Um grupo internacional de pesquisadores analisou mais de 200 estudos observacionais em 16 países sobre o uso de medidas não farmacológicas na proteção contra covid-19, SARS e MERS: distanciamento social, máscaras e proteção aos olhos. Concluíram não só que tudo isso ajuda a reduzir as transmissões como também mediram o tamanho dessa redução. Entre todas, a medida que mais funciona sozinha é o distanciamento social. Com mais de um metro de distância, o risco de contaminação cai de 12,8% para 2,6%, e pode até cair pela metade a cada metro extra, até chegar a três metros de distância. O uso de máscaras isoladamente faz esse risco cair de 17,4% para 3,1%; mas a recomendação para uso de máscaras de pano é que tenham múltiplas camadas – entre 12 e 16, um número que nos chamou a atenção. A proteção para os olhos (com viseiras ou óculos) leva a uma redução das contaminações de 16% para 5,5%.
O trabalho foi publicado na revista The Lancet, mas uma limitação é que as pesquisas analisadas não eram ensaios clínicos, mas observacionais. Os autores apontam a necessidade de ter estudos robustos que possam estabelecer com maior exatidão quais são as melhores medidas possíveis.
Aliás, não é só sobre prevenção que se sabe pouco. Uma reportagem especial do El País fala justamente do quanto o novo coronavírus e a covid-19 ainda são desconhecidos, seis meses depois da sua descoberta. A doença, que no início parecia uma gripe, acabou revelando as mais diversas possibilidades de sintomas, e não apenas os respiratórios. O papel de hipertensão, diabetes e obesidade no agravamento já foi observado, mas ainda não completamente compreendido. E alguns dos estudos mais fascinantes são os que tentam entender como a resposta imunológica afeta o curso da doença. Se antes se achava que só pacientes com o sistema imune mais frágil desenvolviam as formas graves, agora se pesquisa como respostas imunológicas fortes demais podem acabar danificando os órgãos que tentam proteger.