O intervalo de aplicação da vacina da Pfizer no Brasil

Como no Reino Unido, Ministério da Saúde recomenda aplicação em intervalo de 12 semanas, ao invés das três recomendadas pela farmacêutica

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Após a chegada do primeiro milhão de vacinas da Pfizer ao Brasil, o Ministério da Saúde orientou que os estados a apliquem com um intervalo de 12 semanas entre as doses, em vez das três semanas recomendadas na bula. A ideia é que o produto chegue a mais braços em menos tempo.

A Pfizer salienta que os ensaios clínicos só testaram a eficácia no intervalo recomendado. A OMS admite uma ampliação para no máximo seis semanas. Mas o alargamento proposto pelo Brasil é o mesmo adotado pelo Reino Unido desde o começo da campanha de imunização. Na época, as autoridades se apoiaram em estudos que indicavam uma alta eficácia do imunizante já após a primeira dose. Os dados da vida real por lá sugerem que a escolha foi acertada, com redução das infecções e internações. Nos Estados Unidos, que adota o intervalo três semanas, antes da segunda dose a vacina já se mostrou 80% eficaz na prevenção de infecções em profissionais de saúde. 

O maior problema aqui é garantir que depois cheguem vacinas suficientes – porque não se sabe por quanto tempo a dose única pode garantir alguma proteção. No caso da CoronaVac, a orientação do ministério para os estados não reservarem uma quantidade para a segunda dose levou vários municípios a suspender a oferta do reforço

O Brasil tem hoje um contrato para receber 100 milhões de doses. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou ontem que está na “iminência” de assinar outro, de mais 100 milhões. 

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