O intervalo de aplicação da vacina da Pfizer no Brasil
Como no Reino Unido, Ministério da Saúde recomenda aplicação em intervalo de 12 semanas, ao invés das três recomendadas pela farmacêutica
Publicado 04/05/2021 às 07:28
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Após a chegada do primeiro milhão de vacinas da Pfizer ao Brasil, o Ministério da Saúde orientou que os estados a apliquem com um intervalo de 12 semanas entre as doses, em vez das três semanas recomendadas na bula. A ideia é que o produto chegue a mais braços em menos tempo.
A Pfizer salienta que os ensaios clínicos só testaram a eficácia no intervalo recomendado. A OMS admite uma ampliação para no máximo seis semanas. Mas o alargamento proposto pelo Brasil é o mesmo adotado pelo Reino Unido desde o começo da campanha de imunização. Na época, as autoridades se apoiaram em estudos que indicavam uma alta eficácia do imunizante já após a primeira dose. Os dados da vida real por lá sugerem que a escolha foi acertada, com redução das infecções e internações. Nos Estados Unidos, que adota o intervalo três semanas, antes da segunda dose a vacina já se mostrou 80% eficaz na prevenção de infecções em profissionais de saúde.
O maior problema aqui é garantir que depois cheguem vacinas suficientes – porque não se sabe por quanto tempo a dose única pode garantir alguma proteção. No caso da CoronaVac, a orientação do ministério para os estados não reservarem uma quantidade para a segunda dose levou vários municípios a suspender a oferta do reforço.
O Brasil tem hoje um contrato para receber 100 milhões de doses. O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou ontem que está na “iminência” de assinar outro, de mais 100 milhões.