O inacreditável erro da Inglaterra

Quase 16 mil testes positivos de covid-19 – e 50 mil pessoas potencialmente contaminadas – foram perdidos porque não couberam na planilha do Excel

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A Inglaterra pode ter deixado de contabilizar – e, principalmente, rastrear contatos e orientar – quase 16 mil pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Tudo isso porque a Public Health England, agência ligada ao Departamento de Saúde inglês, usou uma versão do Excel dos anos 1980 para registrar os casos e não se deu conta de que ela tem um limite de 65 mil linhas por arquivo. “E como cada resultado de teste cria várias linhas de dados, na prática isso significa que cada modelo é limitado a cerca de 1,4 mil casos”, explica a BBC.

O que era uma fragilidade se transformou num erro quando laboratórios enviaram arquivos num formato (CSV) que não tem essa restrição. Num dado momento, os arquivos com mais linhas foram simplesmente cortados na conversão, deixando de lado 15.841 testes com resultados positivos – o que significa que 50 mil pessoas potencialmente contaminadas podem ter sido perdidas, segundo o Guardian.

Para lidar com o problema, a agência está dividindo os resultados recebidos em lotes menores para criar um número maior de arquivos do Excel na expectativa de que nenhum laboratório atinja o limite de linhas. É claro que a ‘solução’ está sendo pesadamente criticada. 

“O software de planilha da Microsoft é uma das ferramentas de negócios mais populares do mundo, mas está regularmente implicado em erros que podem ser caros, ou até perigosos, devido à facilidade com que pode ser usado em situações para as quais não foi projetado”, resume o jornal.

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