Mais que tudo, um projeto

Ministério da Saúde apaga tuíte em que finalmente tratava pandemia com responsabilidade

.

Este texto faz parte da nossa newsletter do dia 19 de novembro. Leia a edição inteira.
Para receber a news toda manhã em seu e-mail, de graça, clique aqui.

“Olá! É importante lembrar que, até o momento, não existem vacina, alimento específico, substância ou remédio que previnam ou possam acabar com a covid-19. A nossa maior ação contra o vírus é o isolamento social e a adesão das medidas de proteção individual”. Essas recomendações bastante razoáveis partiram do perfil do Ministério da Saúde no Twitter em resposta ao comentário de um usuário da rede, que escreveu “azitromicina” em uma publicação anterior da pasta sobre medidas de proteção.

Como era de se esperar, repercutiram. Afinal, entram em rota de colisão com a postura de Jair Bolsonaro e a da própria pasta que, sob Pazuello, se alinhou à panaceia do presidente e chegou a anunciar que estava estudando distribuir no programa Farmácia Popular o “kit-covid”, composto por três drogas sem comprovação científica para o tratamento da doença: ivermectina, hidroxicloroquina e… azitromicina.
Menos de três horas depois de publicado, o post em que o ministério demonstrava alguma responsabilidade foi apagado. Em nota, a pasta justificou dizendo que a recomendação que seguia a cartilha da OMS trazia “informações equivocadas” e tinha sido resultado de um “erro humano”. No Twitter, outra mensagem substituiu a primeira: “As pessoas que estão fora do grupo de risco e as crianças devem continuar suas atividades normais, com os cuidados recomendados pelos protocolos do @minsaude.”  

O episódio serve para tirar qualquer dúvida de que o fracasso brasileiro em combater essa pandemia não seja fruto de um projeto do governo federal. Ontem chegamos à marca de 167.497 mortes.

Leia Também: