Em SP, próximas semanas serão decisivas para pandemia

Internações sobem 18% nas redes pública e privada. Governo adia planos de colocar 90% das cidades em fase verde

Foto: Rovena Rosa / Agência Brasil
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O governo de São Paulo adiou ontem seus planos de colocar 90% das cidades do estado na fase verde, de maior flexibilidade da quarentena. A decisão já é um reflexo do indicador que mais vem preocupando ultimamente: o número de novas internações, que subiu 18% na rede pública e na privada semana passada, chegando a 1.009. A taxa de ocupação dos leitos de UTI é de 42% no estado e 47% na Grande São Paulo.  

Se a tendência continuar haverá grande pressão sobre o SUS, alerta Paulo Menezes, que faz parte do comitê de contingenciamento do governo paulista. E por um motivo simples: os leitos públicos destinados à covid estão sendo desativados. Nas últimas semanas, mais de mil foram fechados no estado, situação que se repete país afora. 

São Paulo também é um bom exemplo deste momento de incerteza porque, por lá, o número de casos e mortes ainda continua estável. Isso pode acontecer porque as mortes demoram a aumentar, porque ainda se testa pouco e também por conta da pane que ocorreu na plataforma do Ministério da Saúde que, segundo a pasta, foi resultado de um ataque hacker. 

E o problema não afetou apenas o painel de casos e óbitos por covid. No dia 5 de novembro, a pasta teria identificado um “vírus”, o que causou a desativação de parte da rede. Segundo Marcelo Gomes, pesquisador da Fiocruz responsável pelo Sistema Infogripe, que monitora os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), os dados dos municípios, enviados semanalmente, também pararam de chegar.  “A última atualização que tivemos foi no dia 2 de novembro, então a última análise completa que conseguimos fazer foi da semana epidemiológica 44, que se encerrou 31 de outubro”, explica ele em uma ótima reportagem do Jornal da USP. Na época, uma tendência de alta nas internações já podia ser vista em capitais como Florianópolis, João Pessoa e Maceió. As expectativas dos especialistas estão voltadas para os dados que serão divulgados ao longo desta e da próxima semana.

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