Mais países detectam nova variante da covid

• Nova variante da covid se espalha • Acórdão do piso da Enfermagem • Política de Qualidade de Vida para trabalhadores da educação • Novas normas da ANS são insuficientes • Vacina indiana contra dengue • Pandemia e saúde mental •

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Da Suíça à África do Sul, de Israel aos Estados Unidos: a lista de países que detectaram a variante BA.2.86 do covid-19 está crescendo. Por outro lado, os registros de casos da doença causados por essa ramificação altamente mutada da ômicron ainda são poucos, explica Maria Van Kerkhove, líder da equipe técnica da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a covid-19. Ao anunciar a presença da variante em seu país, o vice-diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos avaliou que a BA.2.86 tende a causar mais infecções em pessoas já vacinadas, por driblar parcialmente sua imunidade a outras cepas – mas nada indica que esses casos da doença serão mais graves ou levem a uma maior taxa de óbitos. De toda forma, como costuma ser enfatizado por autoridades em saúde quando do surgimento de novas variantes da covid-19, os cuidados não devem ser reduzidos: ainda é essencial que a população se vacine e que os governos monitorem a evolução da doença.

STF publica acórdão do piso da Enfermagem

Há quase dois meses, o Supremo Tribunal Federal (STF) chegou a uma decisão quanto às regras de implementação do piso salarial da Enfermagem. Porém, só na última sexta-feira (25/8), o acórdão do julgamento foi publicado, como informa o JOTA. Oficialmente, passa agora a correr um prazo de cinco dias para a oposição de embargos de declaração – o questionamento de partes do acórdão por “obscuridade, dúvida, contradição ou omissão” no texto. A federação de instituições filantrópicas de saúde já opôs o seu: pede que suas afiliadas parceiras de entes públicos também recebam recursos públicos para pagar o piso, assim como receberão as instituições que já atendem pelo menos 60% de pacientes via Sistema Único de Saúde (SUS). Até o dia 12 de setembro, quando se esgota o prazo para as negociações coletivas entre patrões e empregados que definirão o pagamento do piso para os enfermeiros do setor privado, outras disputas em torno da decisão ainda deverão surgir.

Trabalhadores da educação terão Política de Qualidade de Vida

O PL 1540/2021, que cria a Política de Bem-Estar, Saúde e Qualidade de Vida no Trabalho e Valorização dos Profissionais da Educação, foi aprovado na última quinta-feira (24/8) pelo plenário do Senado, segundo a agência de notícias da casa legislativa. O projeto segue agora para a sanção do presidente da República. Caso seja sancionado, passará a ser obrigatória para toda a rede pública de ensino a formulação de ações para melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores dessa área – com o prazo de um ano para apresentação dos primeiros planos. A senadora Teresa Leitão (PT/PE), relatora do projeto, acredita que as características específicas do trabalho com educação “justificam plenamente que sejam implementadas políticas públicas específicas, com foco na prevenção do adoecimento”. Entre essas especificidades, ela cita a maior suscetibilidade a infecções, problemas de voz e estresse decorrente da atuação profissional.

Idec: Alteração da ANS nas normas dos planos de saúde é insuficiente

Na semana passada, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) emitiu sua Resolução Normativa nº 585/2023, em que a agência ampliou alguns direitos dos usuários dos planos de saúde. Por meio da resolução, a agência passa a obrigar as operadoras de planos de saúde a comunicarem individualmente aos usuários as reduções nas redes hospitalares que eles têm direito de usar. Além disso, ampliou-se o período da chamada “portabilidade de carências”: isto é, o direito de mudar de plano de saúde sem cumprir novo período de carência para acessar serviços. Em pronunciamento enviado a Outra Saúde, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) avalia que a mudança é importante mas “insuficiente”, por só cobrir as mudanças relacionadas à oferta de hospitais. “A resolução deveria abordar também as alterações de rede relacionadas a laboratórios e clínicas, já que nos últimos anos houve um significativo número de reclamações dos consumidores sobre esses serviços, especificamente”, diz a nota do Idec.

Vacina da dengue sairá até 2023, diz empresa indiana

Uma das principais companhias farmacêuticas privadas da Índia anunciou publicamente sua intenção de lançar uma nova vacina contra a dengue no início de 2026, noticiou a Reuters. A dengue se tornou alvo de crescentes preocupações das autoridades indianas, já que de 2020 para 2021 os casos da doença saltaram em 333% no país. Em 2022, a cifra cresceu mais 21%. Apesar disso, vale notar que a dengue ainda tem uma escala relativamente reduzida na nação asiática, se comparada com a situação do Brasil: a Índia registrou cerca de 30 mil casos da doença transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti em 2023, enquanto nosso país já ultrapassou as 2 milhões de infecções. A Indian Immunologicals Limited, empresa que fez o anúncio de sua vacina, recebeu do National Institute of Health estadunidense a amostra do vírus utilizada no desenvolvimento do imunizante. Duas outras farmacêuticas indianas, Serum Institute of India e Panacea Biotec, também estão desenvolvendo seus próprios produtos contra a dengue. No Brasil, o Instituto Butantan é outro que tem um novo imunizante contra a doença em fase de testes.

Pandemia multiplicou gastos com saúde mental

Um estudo estadunidense publicado no JAMA Health Forum aponta que os cidadãos daquele país estão gastando mais com sua saúde mental do que antes da pandemia do coronavírus. As consultas terapêuticas solicitadas por usuários de planos de saúde aumentaram em 39% de março de 2020 a agosto de 2022 – já os valores gastos saltaram em 54%. A telessaúde parece ter cumprido um papel nessa novidade estatística: durante o que os autores do estudo chamaram de “fase aguda” do isolamento na pandemia (em síntese, o ano de 2020), houve dez vezes mais consultas nessa modalidade que no ano anterior. Ainda segundo os pesquisadores, essa utilização da telessaúde não arrefeceu com o fim da pandemia da covid-19. Entrevistado pelo New York Times, um especialista afirmou que os últimos anos viram um “incrível aumento nas cobranças” pelo cuidado em saúde mental. Outro professor alerta: o aumento das teleconsultas pode significar que os pacientes estão desistindo de usar outros serviços, ainda mais caros.

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