Mais de 700 mil brasileiros deixaram suas casas por eventos climáticos em 2022

• Brasileiros desalojados por eventos climáticos • Extrema-direita quer recontar a pandemia • Inverno faz aumentar internações pediátricas em SP • Lula sanciona piso da Enfermagem • Trabalhadores da saúde protestam em Portugal e Croácia •

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Dados do Centro de Monitoramento de Deslocamento Interno, um projeto do Conselho Norueguês para Refugiados, mostram um número impressionante de pessoas que saíram de suas casas no Brasil no último ano em razão de desastres ambientais. Segundo o estudo, 708 mil pessoas tiveram de abandonar suas casas – boa parte em áreas inadequadas à moradia – em 2022; outras 5,6 mil o fizeram por razões de violência, como conflitos por terra. Somos a nação do continente, ao lado dos EUA, que mais soma migrações forçadas dentro do próprio território, com uma distância muito grande entre as próximas da lista. O estudo também contabiliza deslocamentos por razões como conflitos armados e, com imensa contribuição da guerra da Ucrânia, que produziu 16,9 milhões de mudanças forçadas de lar, o mundo totalizou 60,9 milhões de deslocamentos. Deste total, 32,9 milhões foram causados por desastres climáticos, em especial enchentes.

Extrema-direita segue tentando recontar a história da pandemia

Ciente dos inúmeros crimes que seus representantes cometeram na gestão sanitária do coronavírus, a militância da ultradireita segue a inundar a internet com outra modalidade de crime na qual se destaca: a descontextualização, isto é, a produção de mentiras deliberadas. Circulou na rede social Kwai uma edição de vídeos com trechos recortados de telejornais que davam a entender que o uso da cloroquina como método de tratamento da covid não seria um erro. No entanto, o Projeto Comprova – inciativa colaborativa de jornalismo investigativo – analisou as peças e concluiu se tratar de edição fraudulenta de trechos, que basicamente diziam o contrário do que o vídeo publicado no Kwai sugeria. Vale lembrar que o relatório final da CPI da Pandemia indiciou 72 pessoas, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro e diversos profissionais da medicina que o apoiaram.

Ocupação de leitos de UTI pediátrica em alta em SP

Outono e inverno são estações tradicionalmente mais propensas a infecções respiratórias. Com o contexto da poluição atmosférica que cobre o céu da metrópole, São Paulo se tornou, há décadas, epicentro de doenças relacionadas a garganta e pulmões nesta época do ano. Em 2023, não é diferente. Segundo matéria do Estadão, a taxa de ocupação de leitos de UTI para crianças está perigosamente alta, com 87% das vagas ocupadas. A principal enfermidade é o vírus sincicial respiratório (VSR), com 50% dos casos, enquanto a covid registra um terço. Não há vacina para VSR, mas especialistas indicam que imunizar as crianças contra gripe e covid é altamente recomendável para evitá-lo. No entanto, como se tem reiterado no debate público, as taxas de vacinação infantil de gripe seguem muito abaixo do desejável. Governos federal e locais já anunciaram que pretendem inovar em campanhas de conscientização.

Lula sanciona piso da enfermagem para trabalhadoras do SUS

O presidente da República sancionou, na última quinta (11/5), o projeto de lei que garante R$ 7,3 bilhões para o pagamento do Piso Nacional da Enfermagem, maior vitória trabalhista do país nos últimos anos. Tal novidade se refere apenas às enfermeiras, técnicas e auxiliares de enfermagem que trabalham no SUS. Segundo o Conselho Nacional de Enfermagem, são cerca de 2,8 milhões de profissionais de enfermagem no país, o que denota a importância socioeconômica da medida, que se refletirá em melhorias na vida material de milhões de famílias.

Enquanto isso, a enfermagem luta em Portugal…

Na sexta-feira (12/5), Dia Mundial da Enfermagem, os trabalhadores desta categoria fizeram greve de 24 horas em Portugal. Decidida na terça, 9/5, a paralisação fez uma série de exigências, que coincidem com as greves e protestos da enfermagem em vários outros países nos últimos meses: fim das horas extras, valorização salarial, redução do tempo necessário à aposentadoria, plano de carreira e equiparação salarial com outras funções da administração pública. “O Serviço Nacional de Saúde está há muitos anos a desprezar os enfermeiros, e eles vão saindo aos poucos com a sensação de que podiam ainda contribuir muito para os doentes do SNS [Serviço Nacional de Saúde]. Os enfermeiros querem ficar no SNS, mas o SNS continua a deixá-los sair (não seria exagero dizer que o SNS continua a empurrá-los) para qualquer grupo privado que os valorize mais”, escreveu Catarina Gomes, em coluna opinativa no jornal lusitano Público.

…E Croácia também registra lutas no campo da saúde

No último dia 11, quinta-feira, um massivoprotesto em Zagreb reuniu trabalhadores de diversas áreas do serviço da saúde. Entre enfermeiros, auxiliares, técnicos administrativos e funcionários de limpeza, milhares de pessoas caminharam pelas ruas da capital croata para reivindicar valorização salarial. O governo afirmou que as enfermeiras obtiveram aumento nos últimos meses, mas seu sindicato respondeu que tal ganho era apenas uma reposição de direitos suspensos em medidas tomadas em razão da crise econômica. Os manifestantes também reivindicaram maior consideração por seu papel no sistema de saúde. “Médicos não são o único pilar do sistema ”, disse Gordana Kucljak, representante sindical da enfermagem. Ainda assim, osmédicos croatas também realizaram marchas recentes por melhorias em suas condições de trabalho.

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