A insulina em falta no SUS

• Amapá em emergência • Autistas ficam sem plano de saúde • Bombardeio israelense prejudica palestinos com câncer • África teme fim da emergência de mpox • Grandes tempestades na Amazônia •

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O Sistema Único de Saúde está enfrentando uma escassez de insulina de ação rápida, para oferecer aos usuários com diabetes que fazem uso dela. Essa falta se dá, segundo matéria do Globo, porque o ministério da Saúde está encontrando dificuldade em comprar o produto, após ter aberto dois pregões e não recebido nenhuma proposta. Há casos em todo o país de pessoas com diabetes que não conseguem acesso à insulina. Para suprir essa demanda emergencial, a pasta está remanejando os estoques entre os estados – mas em abril já havia anunciado que a reserva estava próxima do fim. A solução para isso foi abrir uma compra emergencial, quando produtos sem registro na Anvisa podem ser adquiridos. O contrato foi fechado com a chinesa Globalx Technology Limited para 1,3 milhão de tubetes de insulina, que chegarão em julho. Em texto recente publicado em Outra Saúde, o sanitarista Reinaldo Guimarães descreveu o problemático cenário da produção global de insulina, na mão de três gigantes do ramo farmacêutico que utilizam artifícios industriais para prorrogar as patentes. 

Amapá declara emergência na saúde pública

Foram 190 internações por síndrome gripal desde janeiro, 109 delas só no Hospital da Criança e do Adolescente e no Pronto Atendimento Infantil. Entre os internados, 29 foram entubados. A maioria dos pacientes tinha entre sete meses e quatro anos de idade. Estes números levaram o governo do Amapá a publicar um decreto de emergência na saúde pública no último sábado (13/5). Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o vírus sincicial respiratório (VSR), que provoca doenças como a bronquiolite, está por trás da maior parte das infecções – mas também foram detectados casos de covid-19 e influenza A e B. O surto causou uma superlotação dos leitos no estado. O governador Clécio Luís prometeu a ampliação das UTIs, a garantia do abastecimento de oxigênio nas unidades de saúde e a realização de uma busca ativa de crianças não-vacinadas. Por sua vez, o ministério da Saúde anunciou o envio de medicamentos, kits de análise laboratorial para diagnóstico e uma equipe de epidemiologia de campo, informa a Agência Brasil.

SP: autistas têm planos da Unimed cancelados unilateralmente

A Central Nacional Unimed está cancelando unilateralmente os planos de saúde de pessoas com autismo em São Paulo, segundo matéria do UOL. A deputada Andréa Werner recebeu 170 denúncias na Assembleia Legislativa de São Paulo. Segundo os relatos, os cancelamentos foram comunicados por e-mail e aplicativo a partir do final de abril. A deputada pretende levar o assunto à Comissão de Defesa das Pessoas com Deficiência e solicitou uma investigação à Promotoria de Justiça do Consumidor. A prática de rescisão unilateral de contrato é considerada abusiva e só é permitida em casos de inadimplência ou fraude. Em junho do ano passado, o STJ decidiu que as operadoras devem continuar fornecendo assistência aos beneficiários internados ou em tratamento, desde que as mensalidades sejam pagas. A Unimed negou que os cancelamentos tenham sido feitos de maneira discriminatória ou com o objetivo de restringir o acesso ao tratamento. Na reportagem, alguns casos de crianças como o de Mariana, de 5 anos, cujos pais tiveram de entrar na Justiça para que o seu plano, Unimed, cobrisse os tratamentos. Em 28 de abril, a empresa cancelou o contrato.

Palestinos com câncer prejudicados por bombardeio israelense

Mais de duzentos pacientes oncológicos palestinos – entre eles, seis crianças – estão impedidos de acessar seus locais de tratamento pela onda de bombardeios aéreos sobre a Faixa de Gaza promovida por Israel na semana passada, segundo a BBC. Hoje, Gaza sofre com uma falta de “serviços, remédios, recursos humanos e infraestrutura apropriada”, segundo o diretor de um dos hospitais que recebe regularmente noventa desses homens e mulheres. Em razão dessa escassez, seus habitantes diagnosticados com câncer devem empreender recorrentes viagens à Cisjordânia para tratar-se nos hospitais da região. Para isso, precisam que Israel autorize a travessia de seu território. Com a deflagração da operação militar, as duas únicas saídas da Faixa de Gaza – ambas controladas por militares israelenses – estão fechadas, levando a uma indefinição que pode custar a vida dos pacientes palestinos.

África receosa com fim da emergência da mpox

Cientistas de diversos países africanos entrevistados pela revista Nature relataram preocupação com a decisão da Organização Mundial da Saúde (OMS) de suspender o status de emergência de saúde pública de âmbito internacional da mpox, doença infecciosa anteriormente conhecida pelo nome – errôneo – de varíola dos macacos. A decisão, noticiada em Outra Saúde na semana passada, foi tomada pelo diretor-geral da OMS após recomendação de um comitê de especialistas. Os pesquisadores camaroneses e nigerianos apontam que a redução dos recursos para o combate à infecção viral, muito provável com o fim da emergência, poderia ter como consequência um grande aumento dos casos no continente, já prejudicado por sua carência de infraestrutura na saúde pública. A situação só voltaria a receber a devida atenção “quando um novo surto impactasse os países ricos do Ocidente”, afirmam.

Grandes tempestades na Amazônia estão mais intensas e menos frequentes

Um estudo realizado por cientistas da Universidade de São Paulo indica que os aglomerados de tempestades estão diminuindo na Amazônia devido às mudanças climáticas. Esses sistemas convectivos de mesoescala (SCMs), que são grandes tempestades que se retroalimentam e podem durar horas, são responsáveis por 40% da precipitação na região. O estudo comparou o presente com o período entre 1950 e 1960, e identificou uma redução de quase 3% na ocorrência dos SCMs. Embora a intensidade dessas tempestades tenha aumentado, a sua ocorrência tende a diminuir no futuro. O trabalho utilizou dados observacionais de satélites e estações de medição, além de modelos climáticos. Os cientistas destacam que entender esses sistemas é crucial para compreender a variabilidade da precipitação na Amazônia e seu impacto sazonal.

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