Exoesqueleto para pacientes paraplégicos será incorporado ao SUS

Contra o cancelamento unilateral de planos de saúde • SP demora a tratar pacientes com câncer • Os falsos alimentos “integrais • Exames promissores para detectar câncer • Suicídios entre LGBT+ nos EUA •

Créditos: Stephane Sarkuti/AFP
.

Um exoesqueleto robótico de suporte a pessoas com paralisia será incorporado ao SUS no estado de São Paulo, noticiou o UOL. Desenvolvido pela empresa francesa Wandercraft, o aparelho auxilia seus usuários a andar, se agachar, se mover para os lados e subir degraus. A Rede de Reabilitação Lucy Montoro, centro de saúde ligado ao governo paulista, anunciou um acordo com a desenvolvedora do exoesqueleto e o Centro Paralímpico Brasileiro para a realização de estudos científicos e tecnológicos com o equipamento junto a pacientes paraplégicos, com Parkinson ou em recuperação de um AVC. Uma diferença de preço chama a atenção: segundo reportagem d’O Globo, o aparelho está disponível no exterior por cerca de 175 mil dólares – mas deverá chegar a São Paulo custando 200 mil. Linamara Rizzo Battistella, da Rede Lucy Montoro alega que “este não será o valor final” e que ainda se estudará como “trazer esse produto a um custo ajustável para o sistema público”.

Nova regulamentação pode proibir rescisão unilateral de planos de saúde

O deputado Duarte Jr. (PSB-MA), relator do PL dos Planos (PL 7.419/2006) na Câmara, confirmou que defenderá que a nova lei inclua a proibição da rescisão unilateral dos contratos pelas operadoras dos planos de saúde, informa a Agência Brasil. O país vive uma onda de cancelamentos de plano tratada com complacência pela ANS – e combatida pela deputada Andréa Werner (PSB-SP), que alega ter recebido centenas de denúncias de rescisões ilegais e abusivas contra pacientes autistas e com câncer. Não é difícil imaginar que o setor privado travará uma batalha política e judicial contra uma determinação que dificulta seu modus operandi de tratar saúde como mercadoria e o usuário como descartável. Mas o atual modelo de negócios dos planos de saúde “acaba sendo praticamente uma armadilha para o consumidor” e precisa ser mudado, como opinou para o Jornal da USP o professor de Direito Comercial Roberto Augusto Pfeiffer.

SP descumpre período máximo para de iniciar tratamento de câncer

Dezenas de moradores da capital paulista diagnosticados com câncer estão sofrendo com atrasos no início de seu tratamento, denuncia reportagem da Folha de S. Paulo. A legislação federal prevê que a rede pública deve dar início à terapia oncológica “no prazo de até 60 dias contados a partir do dia em que for firmado o diagnóstico em laudo patológico” – orientação que não vem sendo cumprida pelo município, segundo usuários do SUS entrevistados pelo jornal. Os relatos atestam esperas que se estendem pelo dobro do tempo previsto em lei, mas a nota oficial do poder público nem mesmo reconhece o problema. Não é a primeira vez que a prefeitura de Ricardo Nunes demonstra seu descaso com a saúde da população paulistana: este boletim já noticiou seus negócios com ONGs suspeitas de corrupção na gestão de equipamentos de saúde e sua demora no preenchimento de postos de trabalho nas UBSs, causando sobrecarga aos profissionais.

Anvisa restringe alimentos que podem ser rotulados como “integrais”

Para serem comercializados como integrais, os alimentos agora devem conter pelo menos 30% de ingredientes integrais, orienta nova regra da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Até então, não havia nenhuma norma que regulamentasse quando um produto poderia ser vendido como integral – o que já está levando diversos ex-alimentos “integrais” a chegarem às gôndolas dos supermercados com a identificação de “naturais”, aponta matéria do G1. Entre outras obrigações previstas na resolução, os fabricantes deverão informar a porcentagem exata de ingredientes integrais nos alimentos em seus rótulos e os produtos líquidos passarão a utilizar a expressão “com cereais integrais”. O consumidor ainda pode se deparar com a rotulagem antiga em alimentos que já haviam sido fabricados antes do fim do prazo de adaptação da Anvisa. Porém, desde 22 de abril, o não cumprimento da norma pode resultar em “advertência, multa, interdição de produtos e até cancelamento de alvará”.

Exame de sangue em fase de testes facilita identificação do câncer

Um novo exame de sangue identificou 2 a cada 3 casos de câncer entre 5 mil participantes de um estudo realizado na Inglaterra e no País de Gales, noticiou a BBC. Em 85% dos casos positivos, o exame acertou a origem do câncer no corpo do paciente – ele é particularmente preciso para a detecção de neoplasias malignas em partes do corpo como como cabeça, pescoço, intestino, pulmão, pâncreas e garganta. Para o pesquisador Mark Middleton, entrevistado pela BBC, o método não é exato o suficiente para confirmar “se há ou não câncer” no corpo de um paciente, mas pode facilitar a prescrição de exames e tratamentos corretos. Para o diretor nacional para o câncer do NHS, “o diagnóstico precoce do câncer é vital e o exame pode ajudar a identificar a doença em estágios iniciais e salvar milhares de vidas”.  Caso os estudos sigam promissores, o país pretende aplicar o exame em 1 milhão de usuários do National Health Service entre 2024 e 2025.

EUA: Falta de dados dificulta resposta a alta de suicídios entre pessoas LGBT 

Autoridades das áreas de segurança e saúde dos Estados Unidos relataram ao The New York Times que enfrentam problemas no combate a uma alta nos suicídios de pessoas LGBT por falta de informações suficientes sobre a crise. O fato de que a maioria dos estados não coleta dados sobre a orientação sexual e identidade de gênero dos recém-falecidos também abre margem para que políticos ligados ao Partido Republicano neguem a própria existência da questão – mas diversos estudos localizados sugerem uma crescente nos suicídios entre pessoas de sexualidades dissidentes. Uma agência interna ao Departamento de Saúde do país está preparando uma nova diretriz que exigirá que os hospitais federais solicitem dados sobre sexualidade e gênero a seus pacientes, mas porta-vozes de instituições públicas e ONGs registram que mesmo assim será trabalhoso superar a tendência de muitos LGBTs a não se autodeclararem nesse contexto, por receio de preconceito e represálias.

Leia Também: