Em Salvador, novo estímulo ao Complexo Industrial da Saúde

• Acordo de cooperação com a OPAS para produção de insumos e pesquisas • Dengue e o problema do saneamento básico • Nova alta de casos de covid • Israel mira em hospital no sul de Gaza • Aqueles que querem decidir o fim da vida •

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Na semana passada, em 5/2, o Ministério da Saúde assinou um acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e a prefeitura de Salvador para estimular a produção interna de insumos, tecnologias e pesquisas que melhorem a Atenção Primária, porta de entrada do sistema de saúde e dos acompanhamentos médicos dos brasileiros. O convênio, de cerca de R$ 122 milhões, se insere na estratégia do Complexo Econômico Industrial de Saúde e dialoga com as intenções de aumentar a produção interna de medicamentos e vacinas, entre outros itens.

Na visão de Ana Paula Andrade Moreira, vice-prefeita de Salvador e secretária de Saúde, é um passo importante para a vigilância em saúde e qualificação do contato com a população. “É o primeiro passo para a concretização de um SUS mais fortalecido e que, sobretudo, ajuda a construir a equidade. Quando a gente fala de saúde pública, em uma cidade como Salvador, com uma desigualdade social histórica e com locais periféricos onde as pessoas ainda padecem por determinantes sociais, a gente tem como grandes desafios permitir o acesso amplo e da melhor maneira”, afirmou.

Por sua vez, Jarbas Barbosa, presidente da OPAS, considera que a iniciativa beneficia também a outros países, o que pode significar a projeção do Brasil como um ator econômico de maior relevo no campo da saúde. “O Brasil deu um passo com o lançamento da nova política industrial, que coloca a saúde como um dos temas. Isso é a implementação, na prática, de uma lição aprendida com a pandemia. O Brasil é um dos países da região que tem a capacidade de fortalecer a sua produção e servir, não apenas à população que vive no país, como ajudar a população de outros países e territórios das Américas”, celebrou.

Aedes aegypti está ganhando”

“Ele se beneficia enormemente da falta de saneamento e da combinação de temperaturas elevadas e chuva. O saneamento precário há décadas é uma emergência não resolvida. E pense também nas milhões de caixas d’água destampadas, nas lajes não limpas Brasil afora. A população precisa fazer a parte dela, mas o poder público também.” Para o virologista Amilcar Tanuri, da UFRJ, os fatores da explosão de casos de dengue são variados e, em linhas gerais, refletem mazelas estruturais do país. Ao Globo, ele reitera o que Gonzalo Vecina já disse ao Outra Saúde, quando afirmou que não há uma só tática de combate à pandemia e as vacinas ainda não serão suficientes para aplacar a atual epidemia, pois não existem em quantidades suficientes.

Nova variante pode explicar aumento de covid

A sexta semana epidemiológica, que foi de 4 a 10 de fevereiro, registrou quase quatro vezes mais infecções por coronavírus em relação à primeira semana de 2024, com 3.443 casos. Para David Uip, entrevistado pelo Estadão, o número deve ser até maior, uma vez que muitos testes são realizados individualmente na residência dos infectados. Segundo a infectologista do Einstein, Emy Gouveia, o fato de uma nova variante ômicron ter chegado ao país no final de 2023 pode ser a chave para compreender a alta de casos. No entanto, o fato de a população estar quase toda vacinada segue como um fator de proteção para casos graves. A matéria do jornal paulista ainda explica as diferenças entre covid e dengue, cuja epidemia é a grande preocupação sanitária do momento. E recomenda que, em casos de sintomas, o diagnóstico seja feito em estabelecimentos de saúde.

Israel invade hospital no sul de Gaza

Após mais de quatro meses de massacres cometidos pelo exército israelense contra palestinos na Faixa de Gaza, a população desta nação se deslocou em massa para Rafah, na fronteira com o Egito. Em pouco tempo, o local se tornou o mais densamente povoado do mundo. Com isso, a mais nova ofensiva do Estado judeu ampliou as preocupações de autoridades internacionais que já não sabem mais o que fazer diante da evidente política de dizimação do povo palestino e anexação de suas terras. Isso porque diante da penúria total de um povo que mal tem acesso à comida, não se sabe qual o tamanho do morticínio que um ataque “de precisão” poderia causar em instalação hospitalares, uma vez que o exército apoiado pelo Ocidente não poupa nem médicos e nem funcionários da ONU em sua alegada caça ao Hamas.

Eutanásia de novo em pauta

O mundo foi surpreendido com a revelação de que o ex-primeiro ministro holandês, Dries van Agt, e sua esposa, Eugenie, decidiram tirar a vida ao mesmo tempo. Aos 93 anos e com sequelas de uma hemorragia cerebral, o marido desistiu de prosseguir com sua vida, ao passo que a esposa, de mesma idade, decidiu acompanhá-lo em seu ato final. O acontecimento desatou um debate a respeito do direito à eutanásia ou suicídio assistido, permitido por um número ainda pequeno de países. No Brasil, ainda não há discussão a respeito do tema. Para os defensores, trata-se de um direito legítimo de escolha a partir do momento em que uma condição de saúde geradora de sofrimento torna-se incontornável. Mas há países que concedem tal direito para qualquer um que não deseje seguir vivo. De toda forma, em todos os casos, o procedimento exige acompanhamento médico e psicológico a fim de garantir consistência na decisão. Um dos países onde a eutanásia é legalizada, o Canadá suspendeu temporariamente a garantia de tal direito por uma razão surpreendente: falta de médicos suficientes para acompanhar os procedimentos, dentro de suas exigências éticas, diante da demanda.

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