Nésio Fernandes deixa o Ministério da Saúde

• Mudança na Secretaria de Atenção Primária à Saúde • Ao menos mais 11 mil palestinos morrerão, mesmo com cessar-fogo • Volta do sarampo • Aumentam suicídios no Brasil • Cooperação com Indonésia • Escolas contra a dengue •

Foto: PCdoB
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Segundo informações do Estadão, o médico sanitarista Nésio Fernandes, que ocupava a Secretaria de Atenção Primária em Saúde (Saps), deve deixar a equipe do Ministério da Saúde. A expectativa é que a exoneração seja publicada no Diário Oficial de hoje, quinta-feira. Antes de se somar ao MS de Nísia Trindade, Nésio – que já foi entrevistado por Outra Saúde para apresentar as novidades da política de atenção básica – havia sido secretário de Saúde do estado do Espírito Santo e de Palmas, no Tocantins. Ele será substituído pelo atual secretário adjunto da Saps, Felipe Proenço, que também foi ouvido por Outra Saúde sobre a retomada do programa Mais Médicos no ano passado.

Palestinos seguirão morrendo aos milhares, estima a Johns Hopkins

A continuidade da guerra matará mais 85 mil palestinos em 6 meses, projeta um modelo construído pela universidade americana Johns Hopkins. A estimativa também inclui as mortes por doenças infecciosas e complicações neonatais, não se restringindo ao impacto dos mísseis e aviões israelenses. “São óbitos que se somam a um cenário onde 1,2% da população da Faixa de Gaza já foi morta”, afirmou um dos estudiosos envolvidos na pesquisa que desenvolveu o Gaza Projections. Mesmo que um cessar-fogo fosse imediatamente implementado, estima outro cenário do modelo, a Palestina seguiria sangrando – 11 mil pessoas faleceriam em decorrência de surtos de doenças como cólera, sarampo e meningite, por conta da destruição da infraestrutura do enclave. 

Casos de sarampo quase dobram no mundo

Os casos de sarampo aumentaram em 79% no ano passado, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) na terça-feira (20/2) em uma coletiva de imprensa que apresentou a situação epidemiológica da doença. Foram 306 mil casos em 2023, contra apenas 171 mil no ano anterior. Todos os continentes viram um crescimento da doença, salvo as Américas. A OMS ainda acredita que os números reais sejam bastante superiores, devido à subnotificação de casos e sua concentração em regiões mais pobres do mundo, com menor estrutura de vigilância em saúde. Depois da pandemia da covid-19, o mundo ainda não conseguiu retomar a cobertura vacinal contra o sarampo registrada em 2019, de 86% da população global, o que faz a OMS frisar a necessidade de novos esforços de imunização por parte dos governos.

Suicídios em alta no Brasil

Um estudo da Fiocruz Bahia aponta que, na última década, os suicídios e autolesões cresceram em todas as faixas etárias da população – mas afetaram particularmente os mais jovens. Entre 2011 e 2022, as taxas de suicídio teriam crescido 6% no segmento de 10 a 24 anos, enquanto seu crescimento médio foi de 3,7% entre os brasileiros em geral. A pesquisa, disponível na The Lancet, indica ainda que o Brasil segue uma tendência contrária ao resto do globo. Ao passo que o mundo registrou uma redução de 36% nos suicídios, os números brasileiros dispararam em 43%. O quadro está intimamente ligado à questão social: outras investigações do mesmo centro de estudos associado à Fiocruz Bahia já associaram o aumento dos suicídios ao “aumento das desigualdades sociais e da pobreza e ao crescimento da prevalência de transtornos mentais”. Além disso, os indígenas também têm sido especialmente afetados, marcando 100 casos a cada 100 mil pessoas, de acordo com a pesquisa.

Brasil e Indonésia vão cooperar em saúde

Com a assinatura de um novo “memorando de entendimento que visa estabelecer uma cooperação na área da saúde”, o Brasil deverá estreitar sua parceria com outro grande país do Sul Global, a Indonésia. O documento foi firmado durante visita do ministro da saúde indonésio, que defendeu a quebra de patentes de vacinas em entrevista à Folha. “Cientificamente, não faz sentido [manter as patentes]. Já ética e moralmente, você quer ver seu vizinho morrer enquanto você tem a patente da vacina?”, ele questiona, apontando o egoísmo da mentalidade das farmacêuticas e países do Norte Global. Por isso, ele avalia, “os países do Sul Global devem trabalhar juntos para aumentar a nossa capacidade em termos de pesquisa, desenvolvimento e produção de imunizantes”. No início do mês, o ministro Budi Gunadi Sadiki também visitou a Fiocruz, no Rio de Janeiro, onde conheceu o método Wolbachia de combate ao mosquito da dengue e a produção de imunizantes de Biomanguinhos.

Comunidades escolares contra a dengue

Para enfrentar o atual surto da doença, o Governo Federal levará a mobilização contra a dengue para dentro das escolas. Nos marcos do recém-reestruturado Programa Saúde na Escola, uma parceria do Ministério da Saúde com o Ministério de Educação, serão organizadas atividades de orientação sobre o combate às arboviroses – incluindo atividades lúdicas, oficinas, palestras e a divulgação de materiais audiovisuais entre as comunidades escolares. A iniciativa tem a duração prevista de 20 semanas e o governo espera envolver 25 milhões de estudantes em 102 mil escolas públicas com a ação. Segundo a Agência Brasil, na cerimônia de lançamento da mobilização escolar, a ministra Nísia afirmou que sua pasta reuniu 4 mil agentes de saúde nesta semana para pensar as próximas ações emergenciais contra a doença. Ela também lembrou que a vacinação de crianças contra a dengue já começou – e, em breve, também poderá chegar às escolas.

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