Com UTIs cheias, Rio libera festas e shows

Casamentos, formaturas, casas de show, circos e apresentações de música ao vivo estão permitidos. Ocupação de UTIs na rede pública na capital chegou a 88,4% esta semana

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A taxa de ocupação de leitos de UTI para covid-19 na capital do Rio está em quase 80%, considerando as redes municipal, estadual e federal; contando só a do município, chegou a 88,4% ontem. Na rede privada, também há sufoco: segundo a Folha, os hospitais particulares  têm cerca de 90% de suas vagas ocupadas. “Nos últimos 15 dias tivemos uma pressão maior. Começou a internar muito mais paciente grave, e as vagas para covid estão quase cheias na cidade”, diz Graccho Alvim, diretor da Aherj, associação de hospitais do estado.

Mas em vez de tentar reduzir as infecções, o prefeito Marcelo Crivella decidiu liberar casamentos, formaturas, casas de show, apresentações de música ao vivo, circos e outros eventos a partir de ontem. Festas e cermônias podem acontecer inclusive em espaços fechados. As únicas restrições: o público deve ser de no máximo um terço da capacidade total, não pode haver pista de dança, self-service ou compartilhamento de objetos (algo que, convenhamos, não deve ser fácil de controlar). Já as casas de show podem operar com 50% da capacidade. Algumas escolas particulares também retomaram as atividades presenciais ontem, e a expectativa é que todas voltem até o fim da próxima semana. Soa como chacota a declaração do prefeito de que espera “que as pessoas estejam conscientes da necessidade de usar máscara, manter higienização das mãos e evitar aglomeração, até que tenhamos a vacina contra a covid-19″.

Em todo o país, foram confirmadas ontem mais 881 mortes. Parte significativa delas (114) vem de Manaus, mas são casos de abril e maio que haviam sido computados como SRAG não especificada; e só agora a covid-19 foi confirmada.

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