Com novos recordes, pandemia chega a 1,5 milhão de mortes
Estados Unidos batem três mil óbitos em um dia, com cem mil internações simultâneas. No leste asiático, Coreia do Sul lança megaoperação logística para garantir ‘vestibular’
Publicado 04/12/2020 às 10:09 - Atualizado 04/12/2020 às 10:10
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O número de mortos pela covid-19 no mundo bateu 1,5 milhão ontem. A cifra é maior do que o total de óbitos por tuberculose em todo o ano passado (1,4 milhão) – sendo que a tuberculose é a doença infecciosa que mais mata no planeta. Por um lado, a chegada iminente das vacinas deve começar aos poucos a frear os números; por outro, há neste momento recordes sendo batidos em vários cantos, e provavelmente as coisas ainda vão piorar bastante antes que melhorem.
Esta semana os Estados Unidos chegaram pela primeira vez a mais de três mil mortes registradas em um único dia, ao mesmo tempo em que o número de internações simultâneas por covid-19 chegou a cem mil. Isso é mais que o dobro do que se observava um mês atrás. Por lá, são quase 280 mil vítimas até agora. Já a Itália registrou ontem 993 mortes em 24 horas, um número que seria grande mesmo em países continentais; o recorde anterior era do começo da pandemia, quando houve 969 mortes no início de março. A França tem novos picos diários quase toda semana desde outubro. A Alemanha chegou a um milhão de casos registrados.
Mesmo no leste asiático, onde em geral os países têm conseguido administrar muito bem a pandemia, há sinais de alerta. No Japão, hospitais das áreas mais afetadas suspenderam o tratamento para o câncer e outras doenças para darem conta do coronavírus. Na Coreia do Sul os casos atingiram o maior número dos últimos nove meses; para nós, não parece muito, já que são 629 casos (e não mortes). Com isso, em Seul, foram adotadas restrições de horário para o comércio; e as autoridades pediram que a população de todo o país cancele suas festas de Natal e Ano Novo.
Para o governo sul-coreano, uma preocupação extra são os exames de admissão para a universidade, que aconteceram esta semana. Com quase meio milhão de alunos ocupando 31 mil salas de aula ao mesmo tempo, as chances de eventos de superespalhamento não eram pequenas. Vale a pena ler, no New York Times, como foi o esquema para oferecer segurança e não deixar os alunos para trás – já que, ao contrário do que se vê por aqui, a educação é uma prioridade naquele paíse mais de 70% dos jovens têm ensino superior.
“As clínicas de saúde administradas pelo governo pernoitavam para testar os alunos e examinar qualquer pessoa infectada com o vírus no último minuto. Aqueles com febre ou dor de garganta eram escoltados para salas separadas para fazer os exames”, diz a matéria. Nem mesmo os alunos que testaram positivo foram privados de fazer as provas: “O Ministério da Educação e as autoridades de saúde prepararam câmaras de pressão negativa no Centro Médico de Seul e 24 outros hospitais para que 35 alunos com covid-19 pudessem fazer seus exames enquanto os administradores de exames vestindo roupas de proteção Nível-D vigiavam”.