Cientistas identificam transmissão de novo coronavírus pelo útero

Caso aconteceu na França. Recém-nascido teve inflamações no cérebro, mas se recuperou

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Pela primeira vez, pesquisadores registraram um caso de transmissão de coronavírus de mãe para filho. Na França, uma mulher com oito meses de gestação chegou ao hospital com sintomas de covid-19 e testou positivo. Os médicos colheram amostras do líquido amniótico e também detectaram a presença do vírus; quando o bebê nasceu, teve resultado positivo também. Ele teve inflamações no cérebro, com alterações no tônus muscular e na motricidade, mas não precisou de nenhum tratamento específico e se recuperou em alguns dias. Desde o início da pandemia, houve casos isolados de recém-nascidos diagnosticados com o novo coronavírus, mas sem que a via de transmissão estivesse bem estabelecida. Recentemente, foi comprovada a possibilidade da transmissão via útero, com detecção do SARS-CoV-2 na placenta, por exemplo – porém, ainda sem identificá-lo nos bebês. Agora, os médicos conseguiram testar a placenta, o líquido amniótico, o sangue do cordão umbilical e o sangue da mãe e do bebê.

E por falar em gravidez, uma pesquisa brasileira chegou a um dado impressionante: de cada dez grávidas e puérperas que morreram até agora de coronavírus em todo o mundo, oito eram brasileiras. “Até o dia 18 de junho tinham sido notificadas 160 mortes maternas em todo o mundo e o Brasil era responsável por 124 dessas mortes. São 188 territórios afetados pelo coronavírus e o Brasil tem mais mortes maternas que a soma de todos esses países“, constata a obstetra Melania Amorim, no Estadão.

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