Anunciado enfim o aumento das bolsas de pesquisa
• Povos indígenas pouco protegidos contra covid • Gripe aviária chega à Argentina e Uruguai • Greve dos trabalhadores de saúde cresce na Espanha • Filhos da epidemia de zika e as dificuldades para ir à escola • Como se proteger da covid no Carnaval •
Publicado 17/02/2023 às 11:57
Governo anuncia aumento de 40% nas bolsas de pesquisa científica no Brasil
Nesta quinta-feira (16/2), o governo anunciou um aumento médio de 40% nas bolsas de pesquisa científica no Brasil. Segundo o ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), o objetivo é incentivar a produção de conhecimento no país e estimular a formação de novos pesquisadores. Com o reajuste, o valor da bolsa de doutorado passará de R$2.200 para R$3.100, enquanto a bolsa de mestrado subirá de R$1.500 para R$2.100. Em entrevista à revista Pesquisa Fapesp, a ministra Luciana Santos destacou a importância do incentivo à pesquisa para o desenvolvimento do país. “Nossas universidades reúnem o que há de excelência no ensino, na pesquisa, na extensão. Me parece que um vértice da questão é uma ausência de um projeto nacional de desenvolvimento. Se houver um projeto arrojado, baseado no uso da inteligência brasileira, as pessoas serão atraídas”, defendeu. O aumento das bolsas de pesquisa, no governo Lula 3, é uma boa notícia para a comunidade científica brasileira, que vem enfrentando cortes e contingenciamentos nos últimos anos. A expectativa é de que o reajuste ajude a recuperar o investimento em ciência e tecnologia no país e incentive o avanço da pesquisa em diversas áreas do conhecimento.
Covid: estudo revela baixa cobertura vacinal em população indígena
Segundo um estudo conduzido por diversas instituições e disponibilizado na internet em formato preprint, apenas 48,7% da população indígena com mais de 5 anos de idade que vive em municípios com distritos sanitários especiais indígenas (Dsei) tinham recebido o esquema primário de vacinação contra a covid-19 até 1º de março de 2022. Nessa mesma época, a proteção da população não-indígena chegava a 74,8%. Entre as crianças, a situação é ainda mais preocupante: apenas 2,6% delas estavam vacinadas. O estudo foi conduzido por pesquisadores do Centro de Integração de Dados em Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), junto com outras instituições. A baixa cobertura vacinal em muitas comunidades indígenas é preocupante, uma vez que a covid-19 afeta mais as pessoas mais idosas, e elas são as principais responsáveis pela transmissão cultural entre gerações. A população indígena é mais jovem que a população brasileira em geral – no entanto, o adulto tem mais locomoção e maior possibilidade de caminhar até uma cidade mais distante para se vacinar.
Surto de gripe aviária na América do Sul se agrava
O surto de gripe aviária na América Latina tomou um rumo preocupante, de acordo com um artigo publicado na Wired. A doença, que já afetou aves em diversos países da região, está se espalhando rapidamente e tem o potencial de se tornar uma crise de saúde pública – pois está começando a contagiar também alguns mamíferos. Argentina e Uruguai declararam emergências sanitárias após registrar casos em seus animais. Surtos parecidos da gripe afetaram cerca de 60 países, em tempos recentes, e isso afetou a produção de alimentos em países como os Estados Unidos. Milhões de aves precisaram ser sacrificadas, aumentando o preço dos ovos no final de 2022. O vírus H5N1, responsável pelo surto, é altamente contagioso e pode infectar não só aves, mas também humanos – embora não tenha havido registros recentes. O artigo relata que, de acordo com alguns especialistas, a indústria avícola intensiva pode ter contribuído para a disseminação da gripe aviária. Esse tipo de criação pela indústria de alimentos pode proporcionar condições propícias para a propagação do vírus e, uma vez que ele entra em uma instalação de produção de aves, pode se espalhar rapidamente devido às condições de alta densidade, falta de ventilação e higiene inadequada. Ainda segundo o artigo, o comércio internacional de aves vivas e produtos avícolas também pode ter contribuído para a disseminação da doença.
Trabalhadores de saúde em greve na Espanha enfrentam resistência do governo de Madri
Trabalhadores de saúde organizaram mais uma paralisação em Madri, que começou na última sexta-feira (12/2) e tem como objetivo protestar contra a falta de recursos e pessoal nas unidades de saúde públicas. No entanto, o movimento encontrou resistência do governo de Madri, que proibiu a coleta de assinaturas em apoio à greve nos centros de saúde, informa o El País. A medida, tomada nesta terça-feira (15/2), foi criticada por diversos setores políticos e sociais que defendem o direito à manifestação e ao livre exercício da greve. Apesar da tentativa de impedir o movimento, a greve continua a ganhar adesões e o apoio da população. A falta de pessoal, de equipamentos de proteção e de medicamentos, somada ao aumento de casos de covid-19, tornou ainda mais urgente a necessidade de investimentos na saúde pública. A greve dos trabalhadores de saúde é mais um sinal da precariedade do sistema de saúde e do descontentamento da população com as políticas adotadas pelo governo de Madri.
Uma solução para a baixa frequência escolar de crianças com síndrome do zika
Um estudo recente revelou que metade das crianças com síndrome congênita associada à infecção pelo zika no estado do Rio de Janeiro não estão frequentando escolas regulares. A síndrome é uma condição neurológica rara que pode afetar crianças nascidas de mães infectadas com o vírus durante a gravidez. Mas um projeto liderado pela professora Márcia Pletsch, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, busca reverter esse quadro com uma série de iniciativas. Entre elas está o desenvolvimento de um aplicativo com 100 atividades para trabalhar a comunicação e ampliar a interação dessas crianças com os familiares e em sala de aula. O projeto também fornece formação continuada para mais de 1,4 mil profissionais de educação em diferentes redes de ensino do estado. As iniciativas para a escolarização dessas crianças reúnem 11 municípios, sendo nove da Baixada Fluminense e dois da região Sul do estado.
Primeiro carnaval pós-pandemia e as dicas da Fiocruz
Carnaval está chegando e, mesmo com a pandemia bastante controlada, não se pode esquecer dos riscos. Especialistas do Boletim InfoGripe, projeto da Fiocruz, fizeram recomendações para os brasileiros aproveitarem a festa com segurança. A situação atual é muito distinta da dos anos anteriores, com a maioria do país em queda ou estabilidade para os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), mas grandes eventos aumentam o risco de circulação de vírus. Recomenda-se àqueles que apresentarem sintomas respiratórios que evitem aglomerações. A vacinação continua sendo uma das armas mais importantes no combate à covid-19, portanto é importante ter recebido as três doses. Há, no Brasil, alguns pontos de preocupação leve: o Amazonas apresentou aumento de síndromes respiratórias por covid-19 e gripe nas últimas semanas – mas ainda não se sabe se isso indica uma nova onda. Os casos de SRAG estão em queda entre adultos, mas apresentam um leve aumento entre crianças e adolescentes, o que sugere a circulação de outros vírus respiratórios.