Agência europeia conclui que coágulos são complicação rara, e recomenda uso da vacina da AstraZeneca

EMA acredita que um a cada 100 mil vacinados pode desenvolver coágulos, que são tratáveis

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O comitê de segurança da EMA (equivalente à Anvisa na União Europeia) terminou de revisar os casos de coágulos sanguíneos observados em pessoas vacinadas com o imunizante da AstraZeneca e divulgou um comunicado oficial.

A conclusão é que esses coágulos, incomuns por aparecerem junto com baixa contagem de plaquetas, estão relacionados à vacina, devendo ser classificados como “efeitos colaterais muito raros”. Com ênfase em “muito raros”: a recomendação ainda é para a continuidade do uso, já que os benefícios superam em muito os riscos. 

Em coletiva de imprensa (aqui), a diretora-geral do órgão, Emer Cooke, ressaltou que os países devem decidir individualmente o que fazer a respeito, e que suas decisões devem levar em conta a situação epidemiológica, os índices de hospitalização e a disponibilidade de imunizantes.

A incidência dos coágulos ainda é imprecisa, mas acredita-se que seja de um caso para cada 100 mil vacinados. Já os riscos da covid-19… Ou seja: em países com o Brasil, onde o vírus é uma ameaça generalizada, nem há muito o que pensar – o imunizante vai ser uma ferramenta importantíssima.

Ela disse ainda não haver evidências de que idade, sexo e histórico médico alterem as chances de desenvolver o problema, de modo que não há como propor medidas que reduzam o risco.

Mas ontem o Reino Unido se somou a outros países que já vinham propondo o uso da vacina só em pessoas mais velhas. O governo britânico orientou que o uso seja evitado em menores de 30 anos, que têm menor risco de hospitalização por covid-19.

Já a Coreia do Sul suspendeu o uso para menores de 60.

E o ensaio clínico para testar a vacina em crianças está paralisado. 

Por aqui, a Anvisa pediu que o efeito seja incluído na bula da vacina.

Só gostaríamos de lembrar que esses coágulos são uma condição tratável, e, para detectá-la, os sintomas devem ser conhecidos.

Ontem eles foram reforçados pela EMA: falta de ar, dor no peito, inchaço nas pernas, dor abdominal persistente, dores de cabeça fortes ou persistentes, visão turva e hematomas ou pequenas manchas na pele.

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