83% dos estadunidenses enxergam saúde como direito

• Cidadãos dos EUA querem saúde pública • Retirada de garimpeiros da Terra Yanomami • Mosquito da dengue modificado geneticamente • Chicungunha no Paraguai • Poliomielite no Peru • Pesquisa Nacional de Aborto •

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Uma pesquisa realizada pelo Marist Institute for Public Opinion a pedido da emissora NPR, rádio pública norte-americana, indica que a grande maioria dos cidadãos daquele país considera a saúde um direito essencial básico e universal. O estudo questionou ainda se tal direito deveria ser assegurado pelo Estado e dois terços dos entrevistados responderam positivamente. Mesmo entre republicanos, um grande número de pessoas apoiam a ideia de que a saúde é um direito. Nos Estados Unidos não há um sistema unificado e público de saúde; a população costuma pagar planos de saúde e seguradoras para garantir consultas, atendimentos e internações, visto que, caso contrário, o preço para acessar tais serviços costuma ser muito alto. 

Em Roraima, retirada de garimpeiros traz tranquilidade

Como descrito anteriormente, a ação do Governo Federal para conter a crise humanitária na Terra Indígena Yanomami vem expulsando o garimpo ilegal do território. Apesar dos porta-vozes de garimpeiros em Roraima terem convocado uma manifestação no dia 13 de março, o protesto foi um fiasco. Isso porque, ao contrário do que os defensores da atividade alegam, não há “caos” na região ligado aos “garimpeiros desempregados”, e as localidades ao redor da Terra Indígena, agora pacíficas, já estão encontrando, aos poucos, alternativas econômicas para a região – visto que o comércio local se moldou, nos últimos 4 anos, para fornecer alimentos e combustíveis aos garimpeiros.

Brasil solta mosquito aedes aegypti modificado geneticamente

Diante do aumento dos casos de dengue e chicungunha no país, o governo autorizou a liberação de mosquitos Aedes aegypti transgênicos no ambiente. A pesquisa sobre o uso desses insetos geneticamente modificados já tem mais de uma década. De forma simplificada, um gene letal chamado tTAV é introduzido no mosquito a partir de um DNA sintético; então, os mosquitos machos alterados são liberados e copulam com as fêmeas, que depois colocam os ovos. Estes chegam a eclodir e viram larvas, que não sobrevivem. O estudo causou polêmica em 2019 entre seus autores, porque uma parcela muito pequena de larvas leva ao surgimento de híbridos férteis, cujo DNA é uma mistura do material genético dos Aedes aegypti encontrados naturalmente e dos transgênicos. 

Paraguai registra maior epidemia de chicungunha da América do Sul

O forte aumento dos casos da doença no vizinho do Brasil levaram ao decreto de epidemia no país, o maior surto de chicungunha já registrado em sua história. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), agência estadunidense, está trabalhando em parceria com o ministério da Saúde paraguaio para calcular a extensão da epidemia e maneiras de controlá-la, mas já averiguou que trata-se também de uma das maiores epidemias causadas pelo vírus na América do Sul. O governo tenta agir agora para proteger os grupos de risco, que são pessoas acima de 60 anos, gestantes, lactantes e pessoas portadoras de outras enfermidades que podem comprometer o sistema imune. 

Peru registra primeiro caso de pólio em 32 anos, mas não é vírus selvagem

O paciente é um bebê indígena de um ano de idade, habitante da região de Loreto, no norte do país. Uma amostra de fezes do paciente foi submetida a análise na Fiocruz, no Brasil, que identificou o vírus da poliomielite – porém, trata-se de um vírus derivado da vacina oral contra a doença. Isso porque, em locais com saneamento básico precário, o vírus eliminado nas fezes das crianças vacinadas pode contaminar aquelas que ainda não tomaram o imunizante. Outro fator de preocupação é que, em caso de baixa vacinação, o vírus pode se espalhar e eventualmente sofrer uma mutação que o torne prejudicial assim como em sua forma selvagem. A América Latina e em especial o Brasil registraram níveis de vacinação infantil abaixo do esperado no último ano, o que gerou um alerta da OMS. 

Mais dados sobre a Pesquisa Nacional de Aborto
A Pesquisa Nacional de Aborto (PNA) de 2021 mostra que a cada 7 mulheres brasileiras com idade próxima aos 40 anos, uma já fez pelo menos um aborto. Para chegar em tal resultado foram ouvidas 2 mil mulheres de 125 municípios diferentes. Mais da metade delas (52%) se submeteram ao procedimento antes de completar 19 anos; destas, 46% eram adolescentes entre 16 e 19 anos e 6%, meninas entre 12 e 14 anos. A legislação brasileira estabelece que praticar sexo com menores de 14 anos configura crime de estupro de vulnerável. A nova edição do estudo apresentou resultados menores se comparado aos anos anteriores, o que os autores explicam com a tendência crescente do uso de métodos contraceptivos reversíveis. Não terá relação, também, com o crescimento do autoritarismo?

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