Mais crianças acima e abaixo do peso no Brasil

• Cresce número de crianças que se alimentam mal • Obesidade é global • Caso de proliferação de superbactéria em UTI neonatal • Frente pela Vida reconhecida como projeto inovador • As consequências do atraso no Censo • Consumo de carne e infecção urinária •

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Matéria da Folha com base em dados do Sisvan revela dados preocupantes sobre a nutrição infantil e mostra que quantidade de crianças mal alimentadas cresceu no país. Tanto em termos de desnutrição como de obesidade, os números avançaram. “Em 2018, 4,2% das crianças de 2 a 5 anos tinham peso abaixo do normal (que inclui magreza e magreza acentuada), enquanto 5,22% estavam com obesidade. Em 2022, essas taxas passaram para 4,36% e 5,34%, respectivamente. Em relação ao peso normal (eutrófico), a proporção foi de 64,55%, em 2018, para 65,33%, em 2022. Já em relação às crianças de 5 a 10 anos, 4,08% das crianças estavam abaixo do peso, em 2018, contra 3,69%, em 2022. Também diminuiu a proporção de crianças eutróficas, de 65,49% para 63,23%”, informa o jornal. As razões são múltiplas e vão desde a crise econômica que destruiu o emprego e renda de milhões de brasileiros à má educação alimentar, hábitos sedentários precoces em crianças e ausência de políticas incentivadoras da produção e aquisição de alimentos saudáveis. 

Fenômeno já é global

Como tem sido reiterado, os casos de obesidade infantil já são uma epidemia da infância e juventude contemporânea. Como mostra essa matéria da STAT, pesquisadores têm conectado cada vez mais as razões dessa condição com o atual modo de vida. Mídias sociais e excesso de tempo na frente da tela são explicações centrais. Nesse sentido, as pesquisadoras Komal Bhatia and Alexandra Dan, do Institute for Global Health da University College London, publicaram uma revisão sistemática, na qual se analisa mais de 50 trabalhos que reúnem informações de jovens em redes sociais, com acesso a fotos e conteúdos relativo a distúrbios alimentares, espalhados por 17 países de alta renda. Por se tratar de uma meta-análise de estudos com métodos e objetivos distintos, especialistas alertam que nem todas as informações coletadas podem garantir conclusões firmes, uma vez que o uso de redes sociais não são a única explicação para a tendência. De toda forma, 379 milhões de crianças e adolescentes são obesas atualmente.

Superbactéria mata 5 recém-nascidos em Cuiabá

Uma tragédia que se abateu em fevereiro sobre a UTI neonatal da Santa Casa de Cuiabá só veio a público agora: cinco bebês recém-nascidos não resistiram a uma infecção bacteriana e vieram a óbito. O micro-organismo em questão é o Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC), conhecido como superbactéria, um tipo mais resistente de bactéria, já tratado pela OMS como uma “ameaça crítica” desde 2017. As mortes dos bebês são investigadas pelo Ministério Público e Conselho Regional de Medicina locais. Outras quatro crianças tiveram a infecção, mas se recuperaram. A Santa Casa explicou que o surto se iniciou a partir da internação de um bebê em janeiro, transferido por uma clínica particular que presta serviços também através do SUS.

Edital seleciona projetos inovadores em saúde e inclui criação da Frente Pela Vida

O Laboratório de Inovação Latino-Americano de Práticas de Participação Social em Saúde, um braço da APS Redes, articulação em rede do ministério da Saúde com entidades como a Organização Pan-Americana de Saúde, publicou resultado de seu edital com trabalhos de práticas inovadoras no setor. Os trabalhos analisados foram divididos em dois grandes grupos, os chamados Eixo A (Participação e controle social em políticas públicas de saúde) e Eixo B (Participação e engajamento comunitário em práticas de saúde). Publicados no Portal da Inovação, que divulga os trabalhos e objetivos da APS Redes, os resultados do edital incluíram a experiência da Frente Pela Vida entre os projetos selecionados para fornecerem ideias de inovação e melhorias no Sistema Único de Saúde.

Nova edição de Revista Poli debate atraso no Censo

Edição número 88 da Revista Poli, produzida pela Fiocruz com temática voltada à saúde, trabalho e educação, aborda os prejuízos causados pelo caos na produção do Censo brasileiro. Programado para 2020, uma década após sua anterior realização, o Censo foi sabotado pela agenda de sucateamento do Estado comandada por Paulo Guedes, de maneira que o IBGE ficou sem condições materiais de promover a pesquisa de forma adequada. Com a pandemia, foi postergado para 2021 e, diante da polêmica sobre a redução do questionário, acabou novamente adiado para 2022, realizado em meio ao frenesi eleitoral e campanhas da extrema-direita contra o próprio Instituto, em consonância com sua pauta anticiência e antieducação. Na matéria de capa, a revista se propõe a diagnosticar os prejuízos que essa dinâmica de produção do Censo legou à elaboração de políticas públicas baseadas em informações levantadas pelo trabalho do IBGE. 

Consumo de carne conectado a alto número de infecções urinárias nos EUA

Estudo publicado na Revista Science Direct analisou internações em UTI nos Estados Unidos e concluiu que entre 480 mil e 640 mil casos podem estar relacionados à infecção urinária causada pelo consumo de carne. O número se aproxima de 10% dos tratamentos intensivos num país que registra de 6 a 8 milhões de casos anuais de internações neste contexto. A bactéria causadora da moléstia seria a e-coli e afeta com maior frequência as mulheres. Matéria do Guardian ainda informa que “a Sociedade Britânica de Quimioterapia Antimicrobiana (BSAC) estima que cerca de metade de todas as mulheres no Reino Unido terão pelo menos uma infecção deste tipo durante a vida”. A E-Coli também afeta cerca de 40 mil mulheres por ano nos EUA através da infecção por corrente sanguínea e é mais um exemplo de zoonose que se tornou mais resistente aos antibióticos ao longo dos últimos anos.

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