130 bebês prematuros correm risco de vida em Gaza

• Israel põe vida de recém-nascidos palestinos em risco • Cientistas se unem por direitos trabalhistas • Cigarro faz mal aos ossos • Como tabaco fragiliza mais jovens • Tuberculose, infecção que mais mata • Atividades físicas no SUS •

Foto: Mohammed Al-Masri
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Em comunicado conjunto, um grupo de agências das Nações Unidas traçou um balanço do massacre promovido por Israel contra os palestinos no último mês. Só até o dia 3 de novembro, 2.326 mulheres e 3.760 crianças foram mortas em Gaza – somadas, as cifras chegam a dois terços do total de mortos no enclave. Segundo as estimativas das agências, 420 crianças foram mortas ou feridas por dia na Faixa de Gaza desde a escalada do conflito no dia 7 de outubro. A situação se agrava com o bombardeio intencional de hospitais pelas forças sionistas: ontem, o governo da Indonésia negou a acusação israelense de que o hospital que administra na Palestina seja utilizado como base militar pelo Hamas. A Reuters apurou que o hospital “colapsou” nos últimos dias, devido aos ataques de Israel. Com a destruição do sistema de saúde, crescem os casos de doenças respiratórias, diarreia, desnutrição e desidratação. Se os hospitais todos pararem de funcionar, 130 bebês prematuros de Gaza estarão com a “vida em risco”, alertam as agências. “Um cessar-fogo humanitário imediato é necessário para mitigar o sofrimento e impedir que a situação já desesperadora se torne uma catástrofe”, conclui o comunicado.

Nos EUA, cientistas se organizam por seus direitos

Os Estados Unidos vivem uma primavera da luta dos pós-graduandos, conta a revista Science. Estudantes de mestrado, doutorado e pós-doutorado se entendem agora como grad workers – em tradução livre, trabalhadores de pós-graduação – e exigem contratos e direitos trabalhistas. Sua movimentação recente já gerou um ascenso histórico na organização da classe: de janeiro de 2022 até hoje, 33 mil novos pós-graduandos passaram a ser representados pelas student unions e postdoc unions, com a cifra total chegando a 140 mil. A título de comparação, o número é maior que a soma de todos os estudantes de pós-graduação do Brasil (122 mil, segundo a Capes). As greves dos pós-graduandos – responsáveis pela ampla maioria da produção científica –, têm dado resultado: em cada vez mais universidades dos EUA, eles conquistam contratos formais e remuneração digna. De forma similar, a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) é hoje a principal impulsionadora da luta por direitos previdenciários para os pós-graduandos no Brasil.

Os males do cigarro aos ossos

Coordenado por Fernanda Lopes, professora do departamento de patologia da Faculdade de medicina da USP, um grupo de pesquisadores acaba de finalizar um trabalho que comprova danos do tabagismo à estrutura óssea. Basicamente, o ato de fumar leva a uma redução de osteoblastos, grupo celular produtor de colágeno tipo 1, que gera o fortalecimento dos ossos do corpo. Ao mesmo tempo, acelera-se a produção de osteoclastos, responsáveis por uma espécie de renovação natural dos tecidos ósseos. O processo acaba por gerar uma porosidade nos ossos do corpo, o que leva à sua fragilização e maior possibilidade de lesões e fraturas. Os pesquisadores ainda verificaram que o mesmo fenômeno ocorre com as articulações do corpo. “O tabagismo, portanto, altera o metabolismo das células. As células que ‘comem’ osso (osteoclastos) vão comer muito mais osso, enquanto as que produzem o colágeno tipo 1 (osteoblastos) ficam menos ativas”, resumiu Fernanda, em entrevista ao Estadão.

Jovens usuários de tabaco, mais vulneráveis

Um estudo de pesquisadores da American Heart a partir da Amostra Nacional de Pacientes Internos, principal banco de dados de saúde dos EUA, descobriu que o uso intensivo de tabaco por pessoas de 18 a 44 anos aumenta consideravelmente o risco de eventos como acidente vascular cerebral (AVC), infarto e desenvolvimento de diabetes. É certo que o estudo levantou dados mais preocupantes a respeito de pessoas portadoras de pré-diabetes, mas o alerta é válido para todos os fumantes. “Se você é um jovem adulto metabolicamente saudável e dependente do uso do tabaco, é aconselhável reduzir, mas melhor ainda, eliminar completamente o uso do tabaco. Também é importante notar que ter pré-diabetes pode aumentar significativamente o risco de sofrer um acidente vascular cerebral em uma idade jovem, mesmo que você não use produtos de tabaco”, explicou Advait Vasavada, coordenador da pesquisa, ao Globo.

Tuberculose no topo das mortes

A tuberculose voltou a ser a doença infecciosa que mais mata no mundo. Durante os dois anos iniciais da pandemia do coronavírus, a covid-19 a havia ultrapassado – com o avanço da vacinação, o cenário se reverteu e a infecção causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis retomou o topo da lista, onde estava há décadas. Só em 2022, 1,36 milhão de pessoas morreram de tuberculose, segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) noticiado pelo The New York Times. A OMS também acredita que houve grande subnotificação dos casos da doença durante a pandemia: a necessidade de distanciamento social, entre outros fatores, dificultou os diagnósticos e a busca ativa de pacientes. O relatório, diz a Reuters, estima que nesse período houve 4 milhões de missing cases (pessoas que desenvolveram tuberculose mas não foram diagnosticadas nem tratadas) por ano. Novos e eficazes medicamentos contra a doença surgiram nos últimos anos – mas enquanto estiverem acorrentados pelas patentes da indústria farmacêutica, eles estarão impedidos de cumprir um papel tão decisivo quanto poderiam.

Saúde terá verbas para atividades físicas

Ao criar as Equipes Multiprofissionais como modelo ampliado dos Núcleos de Atenção à Saúde da Família, eixo das equipes de saúde da atenção primária, o Ministério da Saúde sinalizou a pretensão de disponibilizar um leque maior de profissionais dentro do SUS. Nesta terça, 7/11, o ministério anunciou uma novidade neste sentido, ao disponibilizar até o fim deste ano R$ 66 milhões para a promoção de atividades físicas nas unidades de saúde ou espaços públicos próximos. Para 2024, mais R$ 396 milhões serão aplicados, o que deve significar oportunidade de contratação de educadores e outros profissionais capazes de propiciar atividades físicas à população. O advento das equipes multiprofissionais ampliou de 12 para 22 as especialidades aptas a integrar uma equipe de saúde da família, que alcançam ao menos 75% da população brasileira. Inicialmente, 17.122 unidades de saúde estão credenciadas a receber tais verbas. Atualmente, já existem grupos de atividades físicas em algumas unidades de saúde, geralmente organizados por profissionais de funções variadas dentro do SUS.

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