Na próxima semana, o escritor Silviano Santiago recebe o prêmio Camões. Em celebração, publicamos ensaio-depoimento em que ele revisita sua trajetória, entre o “vírus colonial” e sua “vacina”. Nesse atrito, forjou-se a altiva e fértil noção de “entre-lugar”
Alguns causos do escritor, morto há 70 anos. O perrengue econômico no Rio que o levou a escrever Vidas Secas. Suas rugas com o Partido Comunista. E o rechaço ao realismo soviético: “a literatura é revolucionária em essência, e não pelo estilo do panfleto”
Cineasta buscou o sofisticado no simples. Colocou a palavra e a imagem em pé de igualdade. Parecia sugerir que, se nos concentrássemos mais em ouvir, veríamos melhor. Talvez os filmes do espanhol Victor Erice possam dar pistas para entender sua obra…
Em novo filme, cineasta mostra um povo indígena, que fica abonado com a descoberta de petróleo. Os brancos passam a servi-los e preparam um plano para roubar suas terras. O épico serve de parábola do capitalismo, em que o dinheiro não tem cor nem ideologia
Retrospectiva de Michelangelo Antonioni mostra seu olhar sobre os seres à deriva na modernidade. Em filmes brasileiros, sensibilidade e provocações: uma xamã do prazer; o kafkiano numa delegacia; e o jovem que descobre o mundo — e sua cegueira
Nostalgia, do italiano Mario Martone, é um misto de crônica social realista e parábola ético-espiritual. Um cinquentão volta a seu bairro – e o encontra devastado por gangues. O líder: seu antigo amigo, agora um “anjo da morte” da periferia
Todo conflito é um choque de velocidades, mostra o filme, disponível em streaming. Para um imigrante bielorusso, a Legião Estrangeira é o passaporte para a Europa – prometida e renegada. E, numa coreografia vital, seu corpo gera outras sensibilidades
O Festival do Rio traz uma safra de doze cinebiografias. As de “cinéfilos” vão de Grande Otelo a Nelson Pereira dos Santos. Vistas em conjunto, iluminam e mapeiam a história do nosso cinema, com todas as suas carências e potencialidades
“É preciso se amar primeiro para depois amar alguém”. Mas o amor seria um reservatório transbordante? A incompletude não o constitui? Não estaria aí o medo de perder-se, o querer ser amado e encarar ausências com certa indiferença?
Em cartaz, dois documentários do diretor cearense Karim Aïnouz. Um é o seu acerto de contas com o pai ausente, buscando-o num delírio febril, entre o fluido e o concreto, até a Argélia. No outro, o mesmo país, pelas lentes de uma jovem ativista