“É preciso se amar primeiro para depois amar alguém”. Mas o amor seria um reservatório transbordante? A incompletude não o constitui? Não estaria aí o medo de perder-se, o querer ser amado e encarar ausências com certa indiferença?
Em cartaz, dois documentários do diretor cearense Karim Aïnouz. Um é o seu acerto de contas com o pai ausente, buscando-o num delírio febril, entre o fluido e o concreto, até a Argélia. No outro, o mesmo país, pelas lentes de uma jovem ativista
Em obra pioneira e de imensa coragem intelectual, historiador cearense transcriou, em 1914, um livro do Gênesis dos Huni-Kuin. Dessa experiência radical, pesquisadores indígenas descobrem, hoje, novas possibilidades de diálogo e tradução
Em cartaz, o curta Estranha forma de vida seguido de entrevista com o diretor. Aborda o reencontro de dois caubois, ex-amantes. Em cena, o erotismo, mas também uma civilização em que os tormentos da alma e da carne são resolvidos à bala
Santiago, 1973. Post mortem (2010) narra a paixão de um funcionário de necrotério por uma apoiadora de Allende. Um desajeitado jogo erótico inicia-se enquanto o golpe militar avança, abarrotando salas corredores de cadáveres
Poucos mergulharam tão fundo – com tanto amor e indignação – nas contradições de uma cidade que há séculos desfila na corda-bamba entre a ordem e a desordem. Na semana em que faria 77 anos, rememoramos seus delírios cariocas
Filme italiano retrata uma amizade contrastante ao longo de décadas — entre um citadino e outro montanhês. Entre paisagens vivas e cambiantes, relação mostra como a cultura filtra a percepção da natureza. E as buscas humanas que se esvaem
Ao estudar os Marubo, um antropólogo percebe-se imerso em uma cultura fundada na multiplicidade e na mediação. Nela, o humano é uma entre muitas pessoas – espirituais, animais, etc. O que ensina essa poética xamânica do traduzir?
Parque industrial – seu “romance proletário” – fez 85 anos. Nele, a escritora tripudia da elite paulista a partir da visão de trabalhadoras mulheres. E, com seu ativismo feminista e comunista, denuncia as fábricas como penitenciárias sociais