Fracasso norte-americano revela como tornou-se frívola a arrogância do Norte diante do Sul. E a ideia de uma Natureza disponível e consumível – típica da Bíblia que o Ocidente adotou – desaba sob o peso do sistema que ela própria concebeu
Há cinco séculos, elas atropelam florestas e indígenas. Com veneno, templos evangélicos ou fuzis, tentam apagar saberes ancestrais. Adoeceram o mundo. Restaurar o equilíbrio exigirá reconexão com o cosmo e a coletividade
No Dia do Geógrafo, pensar o território parece, mais que nunca, chave para enfrentar a crise. Pensadores como Milton Santos são revisitados. Ferramentas de mapeamento popularizam-se. E as desigualdades socioespaciais escancaram-se…
Na trilha do capitalismo, vírus primeiro afetou os centros econômicos; depois, proliferou pelas periferias — um homogeneização pela doença, nunca pela cura. Seria o desacelerar o princípio de outra globalização, como propunha o geógrafo?
Em Ideias para adiar o fim do mundo, ele argumenta: Ocidente gerou uma sociedade de ausências. Desconectou-nos da memória ancestral, da Natureza e das experiências em comunidade. Evitar catástrofes requer descolonizar a vida
Tradição intelectual da Modernidade dá valor e poder à Crítica, mas esquece uma forma de compreensão do mundo tão potente quanto ela. É mundana, feminina e transformadora. Inventa complexidades. Resiste a ser mercantilizada
Crônica do lawfare na América Latina. O episódio em que um juiz argentino corrupto, estimulado pela direita e velha mídia, pretendeu emparedar Cristina Kirchner a pretexto de uma carta incerta de San Martin, libertador da Argentina
Há 132 anos, os negros eram “libertados” — sem terra, direitos ou cidadania. Como esta farsa conduz da senzala à favela; do pelourinho ao “enquadro”; e dos navios negreiros às periferias, onde pretos têm 85% mais riscos de morrer da covid-19
Contrariando previsões, continente é, até agora, o menos atingido. Explicações: globalização menos intensa, vasta população rural, grande maioria de jovens e medidas efetivas tomadas por governos. Mas OMS alerta: é cedo para cantar vitória