Estariam os humanos duas doses atrasados? Em filme indicado ao Oscar, quatro professores testam esta teoria ao limite. Em estética embriagada, entre o prazer e o vício, viagem pela comunhão e euforia etílica — e as angústias existenciais
Favorito ao Oscar, inspira-se na perseguição real aos protestos contra a Guerra do Vietnã. Desvela o racismo jurídico e as rixas do pacifismo, entre a revolução e as instituições. Tem a eficiência de Hollywood mas peca pela simplificação moral…
E a politização da justiça. Em Seção especial de justiça (1975), disponível em streaming, cineasta parecia entrever o Brasil da Lava Jato: instituições corrompidas, processos farsescos e imolação pública — tudo “dentro da lei” e pelo bem da nação
O 2º melhor jornalista do Cazaquistão volta aos EUA, escarnece políticos republicanos e revela país racista, ultraviolento e misógino. Mas momento é inusitado ao humor — e dado o absurdo nos noticiários, piadas geram mais calafrios que risadas
Em M8, de Jeferson De, estudante de medicina se dá conta: negros como ele, no curso, são apenas os cadáveres usados para dissecação. Entre seu drama pessoal e o sumiço de jovens na periferia, a dimensão do fantástico e do racismo estrutural
Em Relatos do Mundo, veterano da guerra civil nos EUA encontra garotinha “órfã duas vezes”. Em vez do rancor revanchista, cowboy que vê o Outro, crê na força da palavra e mergulha no coração de país dilacerado por disputas sociais, políticas e étnicas
Nesta semana, morreu o célebre roteirista francês, parceiro, entre outros, de Buñuel e Babenco. Suas lições: o exercício constante do “músculo da imaginação”, o roteiro como casulo do filme, os diálogos fluidos e sofisticados
Primeiro filme do aclamado cineasta chega ao streaming. Em Medo e desejo (1953), acidente leva quatro soldados para trás das linhas inimigas. Uma parábola antibélica cheia de falhas de estreante, mas que também revela sua potência criativa
Em O tigre branco, de Ramin Bahrani, alcunhado de “o Parasita indiano”, a infiltração pobre no mundo dos ricos, mas também a promiscuidade entre capital e poder no Terceiro Mundo — e a aposta (sarcástica?) no futuro “amarelo e marrom”
Animais falantes, tubarão-baleia, fadas, um mundo mágico… devastado pela pobreza. Pinóquio de Matteo Garrone distancia-se da versão ensolarada da Disney, mostrando-o como anti-pícaro, um ingênuo entre o trabalho e o estudo, o prazer e a realidade crua