Os que não querem
Pelo menos no Amazonas e no Rio de Janeiro já há relatos de quem se recusou a tomar a vacina contra a covid-19. Fake news alimentam medo
Publicado 21/01/2021 às 09:43
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A CoronaVac chegou à aldeia Umariaçu I, no Amazonas, depois de quase dois dias de viagem. São cerca de mil doses destinadas aos Ticunas. Mas, segundo a matéria do Estadão, as fake news chegaram antes da vacina: o cacique Dikicinei Ramos Lopes e parte dos aldeados não apareceu para tomar as injeções, por medo de supostos efeitos colaterais. “Meu povo ticuna aqui está em pânico, porque falaram que a vacina mata, que quem toma vai ficar doido na hora. Uma pessoa que fale um boato ou mentira, eles acreditam”, diz o técnico de enfermagem Tarcis Marques Mendes. Felizmente, essa não parece ser uma posição dominante na aldeia – 500 pessoas receberam a primeira dose na região até agora – mas não deixa de ser bastante preocupante.
Enquanto isso, na capital do Rio de Janeiro, o secretário de Saúde Daniel Soranz afirmou que já houve recusa em tomar a vacina. De acordo com ele, foi o caso de seis idosos em asilos e ainda de profissionais de saúde (sem número definido).A motivação teria sido “ideológica”.
A hesitação de parte dos trabalhadores de saúde em receber a vacina tem sido relatada em diversos países, como Alemanha e Estados Unidos, e obviamente é um grande problema, ainda mais se considerarmos que os profissionais de saúde são um peças importantes na hora de comunicar ao resto da população sobre a necessidade de se imunizar.
Em tempo: foram relatadas 33 mortes entre idosos que receberam a vacina da Pfizer na Noruega. Essa informação está circulando amplamente e levantando dúvidas sobre a segurança da vacinação; no entanto, a autoridade sanitária do país comunicou que não há vínculo estabelecido entre o imunizante e as mortes. A cada dia morrem em média 45 idosos nesses lares na Noruega, e não tem havido excesso de mortalidade. O país passou a recomendar, porém, que seja avaliada caso a caso a decisão de vacinar pacientes com a saúde muito frágil, pelo risco que efeitos colaterais como febre ou náusea possam oferecer.