Depois do resultado

As primeiras repercussões da eleição de Bolsonaro, e ainda as principais notícias da saúde do fim de semana.

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29 de outubro de 2018

DEPOIS DO RESULTADO

Está eleito Jair Bolsonaro. Teve 55,14% dos votos válidos, contra 44,86% de Haddad. Dos votos totais, foram menos de 40% para o candidato do PSL, cerca de 30% para o petista e quase 30% foram abstenções, votos nulos e brancos – o maior percentual desde 1989. Cerca de 21% dos eleitores não foram votar, e mais 9,5% votaram branco ou nulo. Ao todo, foram 42,1 milhões de pessoas que não optaram por um dos candidatos. Haddad só ganhou (e com folga) no Nordeste, além do Pará e do Tocantins.

Primeiras palavras

Não chega a ser impressionante porque hoje é preciso muito mais para nos impressionar, mas o primeiro pronunciamento do presidente eleito teve ares zombeteiros. É que, após uma campanha sabidamente marcada pelo uso e disseminação massiva (e possivelmente ilegal) de notícias falsas, Bolsonaro fez uma transmissão ao vivo no Facebook enaltecendo a verdade. “Nós temos que nos acostumar a conviver com a verdade. Não existe outro caminho, se quisermos a paz e a prosperidade. A verdade tem que começar a valer dentro dos lares. Até o ponto mais alto que é a Presidência da República”, disse ele, apresentando aos espectadores uma eclética seleção bibliográfica: a Constituição, a Bíblia (da qual falou muito), um livro de Winston Churchill e, para terminar, Olavo de Carvalho.

Afirmou também que o país não podia “continuar flertando com o socialismo, com o comunismo e com o populismo, e com o extremismo da esquerda”, essa fala recorrente que muito agrada a seus seguidores. Esse tom bélico foi criticado. “Catastrófico, como todo o mundo pensou. Eu diria que, bem, esse é o sr. Jair Bolsonaro. Ele deixa muito claramente que não haverá essa ideia de que ele vai moderar um pouco sua posição por estar herdando um país completamente dividido, um nível de acirramento nunca antes visto, uma eleição que deixa como saldo três mortos até agora por questões políticas triviais”, disse o filósofo Vladimir Safatle.

A ‘verdade’ também foi destaque no pronunciamento oficial, para a TV, que só veio minutos depois: “A verdade foi o farol que nos guiou até aqui e que vai seguir iluminando o nosso caminho”, disse. Antes de ele começar a falar, teve uma oração. E quem puxou foi o senador e pastor Magno Malta, que está, há anos, envolvido em suspeitas de casos corrupção e que, recentemente, levou um homem inocente à prisão e tortura (para quem não lembra, Malta convocou a imprensa acusando Luis Alves de Lima de estuprar a própria filha de dois anos. O homem ficou preso por nove meses e foi solto porque todas as provas indicavam que na realidade não houve violência contra a criança. Mas a absolvição veio tarde. Na prisão, Alves foi torturado e perdeu quase inteiramente a visão).

Outros apoiadores oraram junto e acompanharam o discurso. Como o ex-ator pornô Alexandre Frota, que já relatou, em entrevista, como estuprou uma mulher, e este ano foi eleito para deputado federal pelo PSL-SP. Também estavam futuros ministros: Onyx Lorenzoni (DEM), que vai para a Casa Civil, e o general Augusto Heleno, para a Defesa. Aliás, entre três e cinco militares devem ocupar ministérios, e dezenas vão estar em cargos secundários.

Os presidentes do Itaú, Bradesco e Santander se manifestaram. Querem reforma e falam em união.

Michel Temer, que não escondia sua preferência, disse que o eleito fará um governo de “paz e harmonia“.

Rosa Weber declarou que o TSE sai vencedor do combate às fake news. E que a Justiça Eleitoral “está saindo muito maior destas eleições”.

Incertezas

Salto no escuro: o editorial do Estadão hoje diz que a eleição do Bolsonaro é o ápice da “tiriricarização” da política, já que muitos dos eleitores do capitão reformado o consideram totalmente despreparado. O texto lamenta que a energia antipetista tenha sido canalizada para essa candidatura, e não para a “oposição tradicional, organizada e responsável”. Conclama que as “forças políticas tradicionais esqueçam suas divergências e se organizem para reduzir os possíveis danos”. Diz que isso significa a oposição não ficar votando contra o governo, e sim para “ajudar o país”. Mas se esquece do fato de que o time de Bolsonaro e seus opositores têm justo concepções diametralmente opostas sobre o que significa “ajudar o país”.

“Bolsonaro tem força para aprovar sua agenda. Mas ela é desconhecida“, escreve Míriam Leitão.

E uma matéria da Folha entrevistou pesquisadores estrangeiros que estudam o Brasil. Alguns são muito pessimistas, outros menos. “Haveria sérios abusos de direitos humanos, mas ele abriria um processo de construção de Estado, tornando-o mais efetivo, o que é essencial para o desenvolvimento”, afirma Scott Mainwaring, da escola de política de Harvard.

Paulo Guedes já disse que o foco será o controle de gastos, com foco na Previdência, juros e máquina pública. Vai acelerar as privatizações. E foi grosseiro com uma repórter argentina, do Clarin, ao declarar  que o Mercosul não vai ser prioridade: “A gente não está preocupado em te agradar. Eu conheço esse estilo”, disse a ela. Para o ‘posto Ipiranga’, o Mercosul tem “inclinações bolivarianas”: “foi feito totalmente ideológico. É uma prisão cognitiva”.

Na saúde, matéria do Globo voltou a dizer o que já tanto se demonstrou durante a campanha: é uma incógnita, porque as medidas propostas no plano de governo são genéricas.

Na segurança, uma extensa reportagem do El País mostra que as propostas podem aumentar a violência em vez de diminuí-la. Com a polícia matando mais e o acesso a armas se tornando mais fácil, o terreno fica fértil para a expansão das milícias. A ironia é que, segundo alguns pesquisadores, as propostas de Bolsonaro podem basicamente fazer o Brasil virar uma Venezuela nesse aspecto.

Como se comemorou

Pessoas saíram às ruas em várias cidades, a pé ou em carreatas, com bandeiras do Brasil, buzinas, hino nacional, fogos de artifício.

Em São Paulo, na Avenida Paulista, houve rápido confronto entre apoiadores dos dois candidatos. Usando bala de borracha,  PMs fizeram um cordão de isolamento e marcharam para dispersar os eleitores do PT. Foram saudados pelos eleitores de Bolsonaro, que pediram para tirar selfies. Depois também teve champanhe, segundo o Estadão. E criança fazendo arma com os dedinhos. E, no carro de som, rolou o funk que diz que “minas da direita são as top, as mais belas; e as de esquerda tem mais pelos que cadelas”. No palanque, movimentos como o Direita Brasil celebravam a “segunda independência” do país, citavam a Bíblia, criticavam a imprensa, diziam que Lula vai apodrecer na cadeia, que Dilma vai pro inferno, que Pablo Vittar tem que sair do país e que Cuba espera Haddad e Manuela D’Ávila.

Um menino de 8 anos morreu com um tiro na cabeça em Ponta Grossa (PR) durante as comemorações. Quem matou, acidentalmente, foi um amigo da família. Testemunhas dizem que ele estava celebrando a vitória de Bolsonaro com tiros para cima. A PM não confirma.

Também foram relatados tiros em várias no Recife, além de ameaças.

Resistência

Fernando Haddad discursou pouco após o resultado das eleições, com Manuela D’Ávila e apoiadores como Guilherme Boulos, Eduardo Suplicy e Dilma Rousseff. Agradeceu à imensa onda de vira-votos que se espalhou em cidades de todo o país, com pessoas que não eram necessariamente militantes saindo para conversar com indecisos. “Nós temos que fazer uma profissão de fé e que nós vamos continuar a nossa caminhada, conversando com as pessoas, nos reconectando com as bases, nos reconectando com os pobres deste país para retecer um programa de nação que há de sensibilizar mentes e corações deste país”.

E falou também sobre o medo. “Olhando nas ruas deste país, em todas as regiões, eu senti uma angústia e um medo na expressão de muitas pessoas, que às vezes chegavam a soluçar de tanto chorar. Não tenham medo. Nós estaremos aqui. Nós estamos juntos. Nós estaremos de mãos dadas com vocês”.

O Observatório do Clima, que reúne 40 organizações da sociedade civil, publicou nota: “O Brasil percorreu um longo caminho até a consolidação de um conjunto de instituições e políticas públicas que guardam um patrimônio natural único, base sobre a qual se assenta não apenas a qualidade de vida, mas o próprio desenvolvimento econômico do país. Não nos calaremos diante do desmonte dessas instituições e políticas”, diz o texto, que cita os atentados a agentes do Ibama e ao ICMBio durante a campanha.

A Anistia Internacional também se manifestou, afirmando que a eleição “representa um enorme risco para os povos indígenas e quilombolas, comunidades rurais tradicionais, pessoas LGBTI, jovens negros, mulheres, ativistas e organizações da sociedade civil, caso sua retórica seja transformada em política pública”.

Lá fora

Aqui do lado, na Argentina, a eleição de Bolsonaro levou a um “terremoto político“, diz Carlos de Angelis, em artigo no Estadão. Os jornais já procuram o que poderia ser o Bolsonaro argentino. Também existem por lá setores na população que exigem “mão forte” na questão da segurança, maior controle da imigração e imposição de “ordem” sobre as manifestações sociais que vivem fechando as ruas de Buenos Aires. São contra planos sociais e ajudas aos mais pobres e repudiam feministas.

Dos EUATrump telefonou. Sua porta-voz diz que ele e Bolsonaro têm forte interesse em trabalhar “lado a lado” (e as semelhanças entre os dois são descritas neste artigo de Brent Millikan, no El País). O venezuelano Nicolás Maduro divulgou nota dando seus “sinceros parabéns” e pedindo que se retomem relações diplomáticas de respeito, harmonia, progresso e bem estar entre os povos”.

Durante a campanha, vários veículos da imprensa estrangeira publicaram matérias alertando para perigos da eleição de Bolsonaro. Muitas repercutiram sua vitória. Em alguns sites, como o do Le Monde francês e da BBC britânica, o tema foi manchete principal. O New York Times  chama Bolsonaro de “populista de extrema direita”, destacando que ele “exaltou a ditadura militar, defendeu torturas e ameaçou banir, prender ou exilar oponentes”. O Washington Post fala em mudança “dramática”. O Guardian traz uma matéria com título “Brasil agora tem o mais extremista dos presidentes de qualquer país democrático no mundo”.

MUITOS RISCOS

Em sua coluna na Folha, Claudia Collucci relata que em Astana, durante a Conferência Global de Atenção Primária à Saúde, o Brasil foi o país mais citado – e elogiado – pelas conquistas na expansão dessa cobertura. Porém (ah, porém…), nada disso parece fazer sentido para gente que está no poder, ou aspira a ele. O ministro da saúde Gilberto Occhi simplesmente não deu as caras no evento organizado pela OMS e pelo Unicef. Como só ministros tinham direito a falar nos painéis principais, o resultado, aponta a jornalista, foi que “o país mais citado na principal conferência mundial em saúde pública praticamente ficou em silêncio”.

Mas vem uma bola de neve por aí. Se o SUS é desprestigiado no governo Temer, sob Jair Bolsonaro a história pode, de fato, dar vários passos atrás. Uma das razões é que no plano de governo, ele afirma (contrariando toda a literatura internacional e nacional) que os recursos do SUS são suficientes. Dessa forma, indicadores que já estão piorando (mortalidade infantil, mortes prematuras por doenças crônicas e cobertura vacinal) podem descer a ladeira de vez. “Há um temor até mesmo em relação ao futuro de programas consolidados como HIV-Aids. Nos bastidores, Bolsonaro vem dando sinais de que pode fazer mudanças (cortes? Extinção? Ninguém sabe ao certo, aliás, como tudo o que diz respeito ao seu plano de governo)”, escreve a jornalista, que recomenda a leitura de uma reportagem escrita pela nossa editora Maíra Mathias na revista Poli, da Fiocruz, sobre como em outro período da nossa história – justamente a ditadura civil-militar – os indicadores pioraram, mesmo nos anos em que a economia cresceu.

“A poucas horas das eleições do segundo turno, esses argumentos dificilmente farão eco na cabeça de quem tem pouco apego à saúde pública ou que não se importa em dar um cheque em branco a um candidato que se furtou a debater sobre as principais questões brasileiras. Mas deixo para vocês uma pergunta que me foi feita várias vezes por incrédulos membros de delegações de outros países: (…) a democracia brasileira está em perigo? Vocês não estão com medo?) A fala do ex-presidente do STF Joaquim Barbosa neste sábado parece dar a resposta.”

ÚLTIMA FRONTEIRA

Também na Folha, Marcelo Leite escreve sobre o “astronauta” Marcos Pontes, cotado para assumir a pasta de Ciência e Tecnologia no governo Bolsonaro. “Boa parte da carreira na Aeronáutica ele passou na Nasa, a agência americana para o espaço, treinando para voar num ônibus espacial. Por conveniência político-eleitoral do então presidente Lula (PT), seu voo pago foi antecipado e, ele, embarcado numa geringonça dos tempos da União Soviética. Tendo orbitado uma única vez a bordo de nave russa, mais correto seria designá-lo como cosmonauta, e não astronauta (termo restrito a espaçonautas americanos ou aos que viajam em seus foguetes)”, argumenta. E daí, um salto para uma carreira empresarial em que Pontes vende chaveiros, bonés, camisetas, palestras… “Com a eleição de hoje, beiramos a fronteira final da aventura pós-ditadura, aonde nenhum democrata jamais chegou. Esta coluna deseja a todos uma boa aterrissagem no verdadeiro Brasil.

ORGULHO DO SUS

Aconteceu no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Agora, as gêmeas siamesas Maria Ysabelle e Maria Isadora estão definitivamente separadas. As bebês de dois anos nasceram unidas pela cabeça. Desde fevereiro, foram seis cirurgias extremamente complexas. A última delas aconteceu no sábado e durou mais de 17 horas, envolvendo cerca de 40 profissionais, entre neurocirurgiões, cirurgiões plásticos, anestesiologistas, intensivistas, pediatras, enfermeiros, tecnólogos e residentes. Se fosse nos Estados Unidos, tudo custaria uns R$ 9 milhões. Mas no Brasil, a família das meninas, que é do Ceará, pôde contar com o SUS.

A RESPOSTA É AMPLIAR

Hoje, existem cinco unidades de saúde habilitadas a fazer cirurgia de readequação sexual, mas a demanda – grande – faz com que as pessoas procurem clínicas particulares onde o tratamento todo pode custar R$ 200 mil (possivelmente se endividando para arcar com os custos). A Folha foi atrás de números, mas não os encontrou. O Ministério da Saúde não sabe informar quantos centros especializados privados oferecem o serviço. Também não sabe qual é o tempo médio de espera pelo procedimento no SUS. Só informa que desde 2008, quando o atendimento especializado a transexuais foi incluído no Sistema, 417 cirurgias foram realizadas. Para médicos e entidades que representam pessoas trans, é preciso investir e criar mais serviços públicos.

ALTA TENSÃO

Um médico, ex-funcionário de uma UPA localizada em Costa Barros, na zona norte do Rio, conta a rotina de violência a que trabalhadores são submetidos. De um lado, a crise na saúde carioca trouxe cortes: menos medicamentos e insumos, o que reduziu o número de atendimentos diários de 300 para cem. Isso causa revolta na população, que segundo ele, deposita sua frustração nos profissionais da UPA. Mas, por outro lado, a unidade sofre coação do tráfico e não é raro que os médicos sejam praticamente sequestrados para prestar atendimentos a baleados nas favelas do entorno. Os traficantes também os levam para dentro da unidade, onde entram armados. De acordo com ele, os conflitos recrudesceram depois da intervenção federal na segurança pública do estado. O resultado são conflitos quase diários. “Somos abandonados pelo poder público, que finge ter um serviço montado perto da população, e padecemos nas mãos dos bandidos, que querem atendimento o mais rápido possível”, disse ao jornal O Globo. 

MAPA DOS CORTES

O movimento Nenhum Serviço de Saúde a Menos, que se constituiu no Rio ano passado contra os cortes do governo Marcelo Crivella (PRB) na atenção básica, continua ativo agora, com novos e mais graves cortes. Vale a pena ver o mapa feito para entender o impacto dos cortes nas equipes por toda a capital fluminense. 

PRISÃO NOS CORREIOS

Acusado de desviar mais de R$ 7 milhões em esquema de fraude ao plano de saúde dos Correios, o ex-gerente de saúde da estatal, Marcos da Silva Esteves, foi preso na última quinta, no Rio. A acusação se deu no âmbito da Operação Titanium, deflagrada pelo Ministério Público e pela Polícia Federal. A investigação concluiu que Esteves e mais três funcionários apresentavam notas fiscais falsas produzidas por hospitais, de forma que os Correios pagavam serviços que não chegavam a ser prestados ou eram superfaturados no esquema que operou entre agosto de 2011 e abril de 2013.

ESTIGMA

Dentre os muitos estigmas relacionados a condições de saúde, um dos mais cristalizados afeta portadores de hanseníase. Pois uma empresa de Fortaleza chamada ILP, que produz lingerie, chegou a afixar cartazes sobre a enfermidade no refeitório e a anunciar no microfone que uma “determinada” funcionária estava com a doença. Apesar de o nome da trabalhadora não ter sido dito, todos no local sabiam quem era porque o gerente da empresa diversas vezes impedia a funcionária de entrar, a mandando de volta para casa. A ILP foi condenada pela Justiça do Trabalho a pagar R$ 20 mil por “alarde desnecessário acerca do estado de saúde da funcionária”.

CONTANDO A PRÓPRIA HISTÓRIA

“(…) comecei a ver que ninguém defende causas no Brasil. O cantor mais popular brasileiro [Roberto Carlos] não tem perna e ele não fala, não diz, não divulga”. A frase é de Barbara Gancia, jornalista que resolveu contar a própria história de alcoolismo. Para fazer o livro, ela teve de correr atrás de amigos e família para preencher as muitas lacunas da memória. Como na vez que acordou, sozinha, deitada numa poça de sangue, com um corte na cabeça. “Nunca descobri o que aconteceu.” O abuso do álcool também foi a causa de um acidente de carro que a fez perdeu a visão de um olho. Apesar de receber apoio da família, ela lembra que havia uma incompreensão sobre a doença. “Não tinha com quem falar porque na minha família todo mundo fazia julgamento de caráter. Achavam que eu era dissimulada, que eu era louca e bebia, mas, de fato, eu bebia e ficava louca”, disse ela que está sóbria há 11 anos – mas, frisa, nem por isso virou “barata de sacristia”.

INVERSÃO DE PRIORIDADES

O departamento da agricultura dos Estados Unidos financia, desde os anos 90, a construção de cadeias em comunidades rurais. De lá para cá, já foram gastos US$ 360 milhões. Acontece que o dinheiro vem de um programa feito para apoiar a construção de hospitais e outros equipamentos públicos que melhorem a vida das pessoas.

PICADAS DE COBRA

Estudo publicado na PLOS Neglected Tropical Diseases pode abrir caminho para a produção de um composto contra o veneno de cobras. Feito com nanopartículas de hidrogel revestidas de polímeros, o coquetel demonstrou ter potencial para impedir que o veneno se espalhe no corpo. Além disso, não há necessidade de refrigeração, o que facilitaria sua estocagem em lugares com poucos recursos. Isso aumentaria as taxas de sobrevivência às picadas, já que muita gente morre no caminho até uma unidade de saúde que disponha do soro antiofídico.

AGENDA

E hoje começa o seminário internacional que vai celebrar os 30 anos do SUS e os dez anos da revista Poli promovido pela Escola Politécnica da Fiocruz. Abrindo o evento, um debate quente entre Sonia Fleury, do Centro de Estudos Estratégicos da Fundação, e Áquilas Mendes, da USP, que responsem se é possível um sistema público e universal se concretizar em sua plenitude num país periférico como o Brasil. Outros destaques do seminário, que vai até quarta, são as mesas sobre o novo perfil do setor privado (30/10) e sobre o papel da mídia na construção e desconstrução do SUS (31/10). A programação completa pode ser conferida aqui.

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